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Madeira, Dia 4

Como o dia não convidava a banhos, fugimos da praia e fomos nos esconder no Curral das Freiras.

O Curral das Freiras é uma pequena vila enfiada no meio de enormes montanhas. É um dos poucos locais da ilha de onde não se avista o mar, estando completamente isolado de tudo o resto. Segundo consta, foi aqui que as freiras se esconderam para fugir às violações, roubos e maus tratos dos malditos corsários franceses que invadiam o Funchal.


Xôr Pirata, nã me leve a virgidade!


No meio do Curral

A caminho do Curral visita-se o imponente miradouro da Eira do Serrado, com 1053 metros de altitude. Té dói!


Google Maps Caseiro


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No regresso, passagem pela Ponta de São Lourenço, que é para podermos dizer que já demos a volta toda à ilha (não é bem verdade, mas é parecido).


Gamito na Ponta de São Lourenço

E depois destas fotos, não preciso dizer mais nada. Fica pra pensar.

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Madeira, Dia 3

Neste dia acordamos com o firme propósito de conhecer o Porto Moniz e as suas piscinas naturais, apesar de sabermos de antemão que a estrada ia estar cortada no regresso, graças ao Rali. Whatever.

Mais uma vez, uma viagem espectacular. Chegando a Ribeira Brava, vira-se na direcção de São Vicente e entra-se no caminho de Serra de Água, uma freguesia que fica bem “entalada” no sopé de enormes montanhas. A fazer-nos companhia, imensos carros do Rali a dirigirem-se ao seu ponto de partida, cortando a paisagem com os seus estrondosos motores. Dispensável, mas até engraçado.


Piscinas Naturais do Porto Moniz

Estas piscinas, além de belíssimas e deliciosas, cobram à entrada a módica quantia de… 80 cêntimos. Fico maluco com isto. Na Costa é acima dos 5 euros, na Madeira se não é graça (muitas são) é quase. Parece que os Madeirenses não gostam de pagar nada, e se não for assim, não vão. E acho que fazem muito bem.


Eu a meter nojo.

Estando a Serra de Água cortada, o regresso foi feito pelo lado oposto, rumo à típica cidadezinha de Santana. Sucede que este caminho é por uma estrada das antigas, à beira do mar, com estradas estreitíssimas, onde mal cabe um carro mas circula-se nos dois sentidos! Não registamos nenhuma imagem devido à nossa concentração e cagaço, mas foi inesquecível.

Como não podia deixar de ser, a foto nas típicas casotas de Santana, e o desejo de entrar no parque temático, mas ficou tarde com tanta volta e contra-volta e curva e contra-curva. Fica pra próxima.

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Madeira, Dia 2

Este dia constituiu o ponto negro destas férias. Por sorte, o final até acabou por ser feliz, tendo em conta as perspectivas.

Devem ter reparado nas notícias acerca dos incêndios que deflagraram na Madeira; um deles foi mesmo, mesmo à nossa porta. As chamas estiveram a cerca de 1 metro da casa dos meus tios e, se os bombeiros não tivessem chegado naquele exacto momento, não sei bem o que teria acontecido.


Vista da nossa janela

Acontece que há muitos terrenos deixados ao abandono pelos proprietários, que não limpam o mato, nem deixam os outros limparem-no. Assim sendo, sucedem-se peripécias destas. Para ajudar à festa, grande parte dos bombeiros estavam deslocados para o Rali da Madeira e, ao que parece, não há meios aéreos para combater os incêndios (um absurdo, num sítio com tanta água à volta, e onde tanto dinheiro se esbanja).

Como o ar estava irrespirável e à tarde as coisas estavam, felizmente, mais calmas, ainda passamos pela Camacha com os meus tios, terra do folclore e dos artesãos do vime. Se lá forem, paragem obrigatória no Café Relógio, que ostenta autênticas obras de arte (e de paciência) em vime. Pena que a máquina ficou em casa, fica aqui uma foto ranhosa com o telemóvel.


Obras em Vime

Nunca tinha vivenciado um incêndio de perto, e espero bem que tenha sido a última vez. É impressionante a velocidade com que o lume se alastra e devora o que aparece pela frente, e a maneira como o fumo nos entranha no corpo e nos sufoca.

Fica pra esquecer.

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Madeira, Dia 1

Munidos do indispensável mapa, marcamos os sítios que pretendíamos visitar, mas decidimos partir para cada dia sem nenhum plano em especial. Quem me conhece sabe que isto não é de meu apanágio, mas decidimos que levantava-se, arrancava-se e logo se via para onde o vento nos levava. Foi uma boa política.

Na Madeira não é preciso andar muito para nos deleitarmos com paisagens deslumbrantes; enquanto viajamos pelas auto-estradas, vias-rápidas e pelos já referidos túneis, vamos ficando boquiabertos com a imponência da natureza em redor, em meio aos vales e encostas. Além, claro, dos bananais a perder de vista.

A primeira paragem foi Camâra de Lobos, uma tradicional vila piscatória. Além da baía (onde viviam muitos lobos marinhos, daí o nome), e dos copos que por lá se bebem, é também por aquelas bandas que se situa o famoso Cabo Girão, que visitamos no regresso. Aqui começamos a tomar contacto com uma das “pragas” que assolam a ilha: as lagartixas. A Madeira é um reptilário em ponto gigante. A mim não me faz mossa.


Camâra de Lobos

Sempre pelo mar, passando por Ribeira Brava, Ponta do Sol (o local mais quente da ilha), e Madalena do Mar, paramos na praia da Calheta, uma das poucas com areia em toda a Madeira (ainda que importada). Como não somos de ferro, por lá ficamos, de molho, que o calor abrasava.


Praia da Calheta

Do alto de 580 metros, o Cabo Girão é o maior promontório da Europa, e o segundo maior do mundo, oferecendo-nos uma vista espectacular de Câmara de Lobos até a baía do Funchal. Confesso que tive que me informar sobre o que era um promontório, por isso cá vai: é um cabo elevado directamente sobre o mar. Fica pra pensar.


Vista do Cabo Girão

Terminamos o dia ao sabor dessa grande instituição Madeirense, que é a Poncha. Aguardente de cana, mel e limão. Por hoje chega, que já se aprendeu demais.

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Madeira, Dia 0

A Madeira arrebata-nos por completo, desde o início. A aterragem pode meter algum medo (a Irina que o diga), mas é das mais belas que pode haver: de um lado, a imensidão do mar, do outro, a verde imponência da ilha. Belíssimo.


Vista do Aeroporto da Madeira

Fomos recebidos com um calor infernal, agravado pela humidade tropical da ilha. Os graus que cá se registam são enganadores; uns 26 daqui equivalem a uns 30 do continente, sem qualquer tipo de exagero.

Mal descarregamos a trouxa em Gaula, mergulhinho em Santa Cruz para refrescar. Nada a ver com o gelo da Caparica; dizem que a diferença é que a temperatura do mar é muito parecida com a temperatura do exterior, mas eu não acredito que seja isso por si só, acho que a água é mesmo bem melhor.

Como chegamos cedo, ainda demos uma voltinha no Funchal para descontrair e apalpar terreno. Ao contrário dos tempos antigos, agora vai-se a qualquer lado num instantinho, graças aos inúmeros túneis que perfuram a ilha.

E abençoada ilha esta.

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