Andanças

Madrid – Mundo Pixar

Janeiro é mês de aniversário da mais velha e, pela primeira vez ela resolveu pedir (ou sugerir) algo “não material” – uma viagem a Madrid para irmos ver a exposição Mundo Pixar.

Não foi propriamente um pedido trivial, mas foi um que acertou logo em cheio em vários pontos fracos que nos levaram a aceder com facilidade – todos adoramos viajar, todos adoramos os filmes da Pixar e… mal sabia ela que Madrid foi a primeira viagem que eu e a mãe fizemos juntos, em início de namoro. Touché.

En hora buena! De fato a exposição está muito bem conseguida, e cada cenário é um verdadeiro encanto. São 13 salas com cenários imersivos de vários sucessos dos estúdios Pixar (ex À Procura de Nemo, Ratatouille, Coco), em tamanho real, com muita atenção aos detalhes e até jogando com cheiros evocativos das situações dos filmes.

Apesar de ser fim de semana, hora de ponta e ser um grupo relativamente grande (ainda que com lotação por hora) fazendo a visita em conjunto, bastava esperar alguns minutinhos para nos sentirmos à vontade, visto estar organizado em circuito e não ser permitido voltar para trás. Vivendo no mundo “instagramável” em que vivemos, a coisa está muito pensada para os visitantes terem a oportunidade para registar em fotografia a experiência, e o próprio staff também está lá super disponível para ajudar nesse sentido.

De resto, foram poucos dias, mas deu para bater alguns pontos-chave clássicos: Portas do Sol, Plaza Mayor, Mercado de San Miguel (que está absolutamente impossível de circular e muito mais gourmetizado do que me lembrava, mas faz parte), e o Parque do Retiro, onde me aqueci do frio de rachar servindo de motor para os mais velhos no clássico barquinho a remos.

Faltou um joguinho do Real dos meus amigos Vini Malvadeza e Rodrygo, que até deram show no fim de semana em que lá estivemos, mas fica para uma próxima.

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Andanças, Desportadas

Invasão: Halla Madrid!

Bom, se a ida a Liverpool já me tinha deixado extasiado, nesta a Madrid fiquei completamente fora de mim!

Vamos por partes então. Pela primeira vez voei pela Iberia. O avião não tem muito que se lhe diga, a simpatia do pessoal é que, pela primeira vez, deixou muito a desejar. Sempre tive a impressão que a simpatia fosse requisito primordial para andar nestas lides aéreas, mas aí está a excepção à regra. A viagem em si não tem história, porque de Lisboa a Madrid é um tiro.

Chegados àquela enormidade que é o Aeroporto de Barajas, apanhamos o metro até Nuevos Ministerios, de onde mudamos de linha para sair em Tribunal. Ao longo desse percurso, fomos ouvindo várias palavras de incentivo, de adeptos do Real, como não podia deixar de ser. Como já tinha constatado em Inglaterra, sentimo-nos sempre mais apoiados no estrangeiro do que no nosso próprio país.

Seguimos a pé por esse centro comercial a céu aberto que é a Calle Fuencarral até Puertas del Sol, onde estava uma feira gastronómica em que aproveitamos para nos aviar com uma bela sandes de Presunto (Jamon!) Pata Negra de Salamanca e um copito de vinho, de oferta. Uma coisa que me impressionou foi a quantidade das chamadas profissionais do prazer, vulgo putas, que por lá andavam ao ataque, às portas das lojas, logo de manhã cedo, não tinha essa ideia da última vez que por lá andei.

Prosseguindo a jornada, assentamos arraiais na Plaza Mayor, que era o ponto de encontro dos sportinguistas para receber a escolta policial até ao estádio. Encontramos um supermercado refundido que vendia a cerveza a 60 cêntimos, enquanto os nossos compatriotas desembolsavam 2 euros para abrirem a pestana. O ambiente começava a animar aos poucos, com apenas algumas dezenas de leões e algum pessoal do directivo a ensaiar a festa que se seguiria.

Por volta das quatro horas a Plaza Mayor já era completamente nossa, e a chegada do autocarro da Torcida Verde deu o mote para nos juntarmos todos para a descida até ao estádio Vicente Calderón. E essa, meus amigos, foi qualquer coisa de indescritível! Dois quilómetros percorridos com cerca de duas milhares de almas (dizem que no estádio éramos cerca de cinco mil) a gritarem em uníssono e cheios de orgulho o seu amor ao clube. Os espanhóis assomavam às janelas completamente surpreendidos por tamanha invasão.

Já a chegar ao estádio, o único ponto negativo da história: a determinada altura, devido a uma picardia entre meia dúzia de pessoal e um carro com adeptos do atlético, a Guardia Civil decidiu varrer a rua toda à bastonada, agredindo indiscriminadamente quem passava. Eu levei uma cacetada em cheio na “nalga” direita, para abrir a pestana (agora já posso dizer que, entre outras coisas, já levei no rabo pelo Sporting…), comecei a fugir, caí, e para não me armar em parvo de tropeçar assim à toa levei mais uma na perna, de borla.

Belos animais esses senhores, mas enfim, lá chegamos e fizemos a festa dentro do miserável Calderón, um estádio do piorzinho que já vi, ao nível de um Paços de Ferreira, sem desprimor para os castores. Há muito tempo em que não passava os 90 minutos de pé à molhada, foi engraçado. Uma nota para o grande Sá Pinto, que mais uma vez marcou a sua presença no meio da multidão. À parte do que quer que se tenha passado, um coração de leão destes faz imensa falta lá dentro, mas isso fica pra pensar.

Quem quiser confirmar uma pequena reportagem deste dia (completamente toldada pela euforia),  é só clicar aqui. Até onde mais irei por este clube?

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