Paternidade

11 Meses

O pai tarda mas não falha!

Do alto dos seus onze meses, pretere ultimamente os brinquedos a favor de papéis, de garrafas, de cebolas e batatas!

Manifesta de diferentes formas alegria, satisfação, desgosto e indignação, todas elas impressionantes.

Chama cada vez mais a mamamamã, volta e meia diz “bebé”, ri-se muito a dizer “olá” a quem passa.

Fica fascinada com a transformação que o pai sofre a ver o Sporting.

Continua a adorar comer (tudo o que vê!), mas agora descobriu que também tem piada partilhar.

Leva-nos a aguentar maratonas intermináveis de Galinha Pintadinha e do Galo Carijó

Dança e dança e dança, e o pai adora dançar com e para ela.

Dá vez mais trabalho ser pai. Dá cada vez mais prazer ser pai.

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10 Meses

A Carolina by Sérgio Godinho on Grooveshark
Dez. Os meses vão se sucedendo a um ritmo impressionante, só suplantado agora pelo próprio ritmo dela, em tudo que faz, desde que acorda até que (a custo) adormece.

O gatinhar dela passou de tímido a frenético. Quer estar em todo o lado da casa ao mesmo tempo, ver tudo, explorar cada recanto, cada buraco, com especial queda para os que não deve. Pretere os brinquedos em favor de tudo o que não seja brinquedo e a que consiga deitar a mão. Adora folhear livros, o que espero que se mantenha.

Os único elementos que não acompanham a velocidade dela são os dentes, que teimam em ficar ali chateando sem rebentar. De qualquer forma, não podemos comer nada sem que ela prove, e não consegue provar nada sem gostar.

Já compensava sobremaneira o trabalho que dá, mas arranjou este mês uma arma ainda mais poderosa: o beijo. Nunca pensei que fosse possível ficar tão emocionado com algo tão simples e tão cheio de baba. É algo com poder para fazer desabar os glaciares do Alaska.

Já tem discernimento suficiente para reclamar e não me beijar se estou de barba, me levando a fazê-la com mais frequência. Já sabe portanto manipular o papai. Começa cedo a ser mulher.

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8 Meses

Apenas quatro meses para o ano completo de vida da Carol, cada vez mais próximo. E que ano…

Os dentes espreitam, mas não se decidem a sair. Nada que a impeça de roer fruta e bolacha com todas as forças. Primeira vez que vejo alguém trincar sem ter dentes.

A sopa começa a ser menos passada, o que também lhe é indiferente. Nesse capítulo continuamos sem qualquer tipo de problemas.

O cabelo, muito loirinho por agora, também começa a dar sinal, já dando até para acordar despenteada.

Teve a primeira constipação a sério este mês, e superou-a como gente grande (derrubando o pai pelo caminho).

Tenta gatinhar. A posição está bem treinada, o primeiro “passo” também, acho que só falta a vontade para continuar.

Já vontade para reclamar quando algo não lhe agrada não lhe falta. Poucas coisas conseguem lhe manter entretida durante muito tempo. Sem ser a comer, verdadeiramente, talvez só duas: os parabéns do Canal Panda, e a Casa do Mickey Mouse, no Disney Junior. A Selva Sobre Rodas também é capaz de entrar no páreo.

Meio segundo de gargalhadas apaga toda e qualquer reclamação…

She is wonderful, beautiful. I love her.

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7 Meses

E lá se passou mais um mês na curta história de vida da Carolina.

É cada vez mais impressionante a quantidade de diferenças que notamos nela, de um mês para o outro. Em tamanho, em comportamento, em “habilidades”…

Há um mês atrás preocupava-nos ela não demonstrar vontade nem força para se sentar, agora preocupa-nos ela não querer permanecer um minuto sem se erguer! Passou a dar mais trabalho, até porque também aprendeu que não é só chorando que se reclama, gritar também faz efeito, mas a satisfação também é maior ainda.

Balbucia durante longos minutos dadadadada e mamamama, sendo que mamã diz que a última é obviamente mamã, e o papai defende que a primeira é dad, que a menina já é bilingue, quiçá trilingue até?

Adora crianças. O primo, em especial, mas fica completamente eufórica quando outras crianças vem ter com ela.

Como pequena leoa que é, come, come e come, não se nega a nada. Hoje a prenda de mesiversário é o primeiro peixe, vamos ver como corre.

Parabéns filha. Continua assim, que vais bem.

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Poeminha para Carolina

Carolina dos olhos de céu,
Menina dos olhos de mar,
Me diz o que queres saber,
Eu aprendo para te ensinar.

Carolina da pele clara,
Menina na noite escura,
Me diz do que tens medo,
No meu colo estarás segura.

Carolina no colo serena,
Menina no chão agitada,
Me diz onde queres ir,
Te acompanho na caminhada.

Carolina do sorriso bonito,
Menina da boca sem dente,
Me diz como descrever
O amor que esse teu pai sente.

In FR7035 FAO-DUB, 12 Agosto 2013

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6 Meses

Carol 6 Meses

Desta vez o papai atinou com escrever o post numa redonda data!

Incrível como meio ano se passou num ápice. Mais ainda, como o tempo voou desde que comprei um teste Clearblue na Farmácia Vaz Carmona, em Vale Flores, há um ano e dois meses atrás.

Da beleza dessa menina, estamos conversados.

Sobre as medidas, já vai em 67cm em 6990g. É bom, um bocadinho acima da média na altura, um bocadinho abaixo no peso, estica daqui e puxa dali e está tudo bem. O perímetro cefálico é 44 cm, o que corresponde a uma boa (e grande, vá…) cabeça, como a do pai!

Acerca da alimentação, já come sopa com bastantes legumes e com carnes brancas, frutinha de sobremesa, papas sem glúten (quando está para aí virada), e já tens diversas manhas para tudo: para brincar, para dormir, para nos chamar a atenção… é fascinante perceber e acompanhar a formação da sua personalidade.

Já voa, tranquilamente! Tem duas viagens de avião na bagagem, ambas com na mais pura serenidade, para inveja de outros pais a bordo.

Agora, para mim o que realmente sobressai desses 6 meses, é o quanto ela mudou e melhorou a minha vida, e do muito, muito que tenho aprendido com ela. Acima de tudo o que pudesse imaginar. Obrigado, filha.

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14 Semanas

2013-04-30 10.59.09

A minha amada filha já ultrapassa os 3 meses de vida. Vida curta, mas muito, muito preciosa.

Desta vez a minha desculpa para não ter escrito na data exata em que ela completou os 3 meses é mais forte, mais pesada, diria até contra-natura: estava fisicamente longe dela, e queria escrever depois de vê-la, de abraçá-la, de senti-la nos meus braços, o que aconteceu neste fim de semana (prolongado, aqui na Irlanda). Passou voando. Mês que vem será bem melhor.

Ela continua dormindo à noite que nem um anjo, mas já não é a bebé fácil e tranquila que descrevi há uns tempos atrás. Já sabe reclamar e resmungar, bastante bem até. E quando está numa de implicar, é difícil levar a melhor sobre ela, sem ser com colinho e passeio. Cedo para dizer, mas arrisco palpitar que terá personalidade forte.

Todas as birras são de fácil esquecimento, quando amiúde nos desarma com aqueles sorrisões maravilhosos. Ia desiquilibrando o pai quando lhe ofereceu um desses no Aeroporto da Portela.

Do sono já falei; a alimentação, ainda que por vezes tenha que ser feita com paciência, continua também de vento em popa. Já não podemos tirar os olhos dela por um segundo; cresceu bastante, se mexe muito. Este mês tem pediatra e algo que ansiamos muito, o início da alimentação “normal”.

É apegadíssima à mãe maravilhosa que ela tem. Quem não seria?

Continuam absolutamente lindas de morrer. Amo-as, sem limites.

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7 Semanas

Carolina e Ygor

Não, eu não embarquei de vez nessa onda de só falar na idade da minha criança em semanas. Apesar de agora perceber melhor o motivo dessa “tática”, vendo o quanto os bebés evoluem de uma semana para a outra, a verdade é que me desleixei; queria ter escrito isto quando ela fez um mês, e agora meter aqui um título “um mês e X dias” não soava tão bem.

Tê-la cá fora é infinitamente melhor do que tê-la dentro da barriga! As primeiras duas semanas (ou mais concretamente as respetivas noites) não foram propriamente fáceis, com a adaptação ao ritmo do acordar noturno, o cansaço acumulado, os pequenos sustos, as dúvidas, o desconhecimento dos significados do comportamento dela… a boa notícia é que, com os bebés, todas as horas de dificuldades são esquecidas em poucos segundos, pois são inúmeras as pequenas alegrias que eles nos proporcionam ao longo do dia. Tudo é motivo para ficarmos contentes. É ela olhar para nós que nos derretemos todos, é ela arrotar que ficamos todos orgulhosos, é ela cagar que dançamos de alegria, é ela começar com os primeiros sorrisos que quase deliramos. É lindo.

Falei nas dificuldades, mas assim como penso termos tido sorte com o parto, também a temos tido com a criança. Até agora a Carolina tem sido uma bebé fácil, quase sempre tranquila. Não tem tido grandes cólicas, sendo que por norma só chora (e aí chora com força) nas horas de comer (que não falha) e nas de sair do banho. Nas últimas noites até já tem dormido para lá das 5 horas seguidas, o que significa só acordar uma vez por noite. Para a mãe, porque o pai já nem nota; peço aqui publicamente desculpa às minhas meninas, mas o organismo do pai não conseguiu mudar no que ao sono de pedra diz respeito. Eu não adormeço: desmaio.

Tem crescido bastante bem (a pediatra diz que ela é gigante) e, cereja no topo do bolo… é linda de morrer. Não vou dizer “que não é por ser minha filha”, porque claro que também é por ser minha filha, fui eu que fiz, e não há nada nesta vida de que me possa vir a orgulhar mais do que disso. Faz tudo fazer sentido.

Conselhos que eu possa dar aos futuros pais, ou para os que o pretendam ser: simplesmente que não se preocupem, e não tenham medo. Quando chegar a altura vocês saberão o que fazer e, quando não souberem, terão quem vos ajude. Quando nasce uma criança nascem um pai e uma mãe também.

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Vou contar-te como foi

Já não estás no futuro, filha. A tua era começou ontem. Vou contar-te como foi.

Começou por volta das 2 da manhã. Para mim, porque a tua mãe já sentia algumas dores antes, mas esperou ter a certeza para me acordar. (Acordar-me é duro. Ouvi dizer que vens mudar isso).

Às 2h32 chegamos no Hospital Garcia da Orta. Não sei como há pessoas que continuam a não gostar de emigrantes no teu país, filha. Por essa altura na obstetrícia esperando as mulheres estavam eu, outro brasileiro e um indiano. Sem contar que a médica era de leste. Adiante.

Enquanto a tua mãe esteve lá dentro sendo observada, ligada ao CTG e etc, o teu pai foi esperando, vendo mais setecentas vezes o painel mosaico sobre a estadia do Garcia da Orta na Índia que está na parede do Hospital, lendo mais oitocentas vezes as mensagens que os novos pais vão rabiscando nos quadros da sala de espera… esperar-te custa, filha! Tem isso em conta futuramente, quando te maquilhares, fores às compras, passeares com as amigas…

Mas esta espera em particular compensou. Quando ela voltou, às 04h20, já veio toda equipada, de bata do Garcia e trouxa na mão para ser internada. Íamos ficar. Ias sair! Fez o aquecimento, benzeu-se e entrou e campo às 04h40. Outra longa espera até ser chamado para fazer parte da jogada também, o que só aconteceu às 06h12.

Gostei do que vi quando lá entrei, na cama 4 do bloco de partos. A tua mãe estava toda feliz da vida, porque tinha logo levado a epidural, e não sentia dores. O ambiente também me parecia bom, muito calminho, tudo na paz. Toda a gente era extremamente simpática e prestável, apesar de as pessoas que lá estavam nessa altura não serem as mesmas da hora H, porque a troca de turno é às 08h00.

A partir das 7 o panorama foi se alterando. A moca da tua mãe foi passando, as dores de volta, a dilatação não evoluía, e às 07h30 vieram da sala ao lado os gritos mais aterrorizantes que já ouvi na vida. Gelamos. Como a coisa não andava por aí além, às 8 achamos por bem eu ir comer para aguentar o baque. Quando voltei é que começou verdadeiramente a ação.

Ocorreu a tal troca de turno, e a enfermeira responsável pelo teu nascimento apresentou-se, a enfermeira Isabel. Faço um parêntesis, ou melhor, uma vénia, para falar dela e das médicas que estiveram connosco. Absolutamente impecáveis, nada a assinalar senão a simpatia, a paciência e o profissionalismo. Ficamos muito felizes nesse aspeto. Como a coisa não andava muito, às 10 para as 9 a enfermeira meteu a tua mãe a levar Ocitocina, para regularizar as contracções e ver se evoluía. Ela levou outra droga qualquer para as dores também, visto que a epidural já era.

Às 09h20, tudo na mesma, e chega uma das médicas que viria a acompanhar o parto, a Drª Fátima Romão (é a única de quem consegui decorar o sobrenome), analisa a “área” e diz: “só 10 mg de Ocitocina? Carrega 40, vamos embora, estamos aqui para isso”! Gostei da atitude. A partir daí as contracções estabilizaram e vieram mesmo com força. Houve muita dor filha, muita dor! Respeita a tua mãe, porque ela sofreu bastante por ti.

Ainda assim, a dilatação continuava na mesma, os mesmos 4 dedos durante aquele tempo todo. Tudo fazia crer que o dia fosse bastante longo, sendo que a enfermeira até disse que gostava de te ver, mas que saía às 16.

E de repente, tudo mudou. Ouvindo a tua mãe gritar de dor, ela veio espreitar a situação. E deu-lhe toda a razão do mundo. Às 10h03, apenas meia hora depois da última espreitadela, a tua mãe passou dos 4 dedos de dilatação para os 9! As águas ainda não tinham rebentado, portanto, a própria enfermeira tratou de rebentá-las (esta parte não doeu nada). Et voilá, dilatação completa. Completamente a postos para expulsar-te.

E se antes tinha havido dor, filha, aqui houve mais ainda. Primeiro, levantaram as costas da maca para ela fazer força sentada, até tu te meteres a jeito, e depois deitaram-na novamente, para fazer força para saíres lá de dentro. Força essa que é não toda a força que a tua mãe tem, mas toda a força do mundo, e que ainda precisou da ajudinha de uma ventosa para te puxar, puxão esse dado pela Drª Cláudia, que foi quem te meteu cá fora.

Às 11h52 foi a catarse. Chorei como nunca chorei na vida, quando comecei a ver a tua cabeça, e todo o teu corpinho de 50cm e 3.270kg escorregando em seguida. Cortei o cordão, e puseram-te no peito da mãe pela primeira vez.

É a coisa mais linda, mais espetacular, mais emocionante que pode haver. Sobre tudo o resto, não minto. É feio por demais. Placenta, membranas, sangue… cenas. Cenário de guerra. Mamãe sendo cozida por mais de uma hora. Enfim, não importa.

Valeu tudo a pena, filha. Vales tudo.

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