Um feliz dia do pai (português) a todos os que tem o privilégio de o ser, e que saibam também comemorá-lo durante os restantes 364 dias.
Deixo aqui um vídeo que ilustra o que é essa responsabilidade.
Um feliz dia do pai (português) a todos os que tem o privilégio de o ser, e que saibam também comemorá-lo durante os restantes 364 dias.
Deixo aqui um vídeo que ilustra o que é essa responsabilidade.
Não tinha reparado que este filme estava nomeado para os Óscares, mas todo e qualquer reconhecimento que venha a ter é merecido.
Um jovem baterista entra num reputado conservatório musical com o intuito de ser o melhor músico da sua área. Esse desejo é exponenciado por um professor implacável e obsessivo, que o leva a ultrapassar todos os seus limites físicos e psicológicos de forma a tentar alcançar o patamar que pretende.
Apesar do filme gravitar à volta do personagem principal, a sombra perturbadora do mentor paira sobre este a todo o momento, num trabalho simplesmente perfeito dos dois atores.
Assim como a premissa é simples, também o é a sua execução, impecável em todos os aspectos. Em crescendo, o ritmo frenético da bateria de Andrew guia o filme e o espectador até um clímax final absolutamente brutal.
Whiplash!
A velocidade dela assusta.
Um turbilhão de coisas se passaram à sua volta desde que fez um ano de idade, mas não há nada que se compare à sua própria evolução.
Já não se resume a dizer uma coisa ou outra: ela conversa, tagarela, conta e desconta, inventa, pergunta, contrapõe, argumenta. Aprende sem ensinarmos, ensina-nos sem percebermos.
Entusiasma-se com a mesma facilidade que se aborrece. Tem muitas e variadas preferências e manias, que vão indo e voltando ao sabor do vento. Tudo é festa, tudo é drama. Tem pressa. Tem medos.
Tanto sou pai quanto sou mais um brinquedo, que ela desmonta e esconde no quarto dos bonecos.
Nem sempre é meiga e doce, mas quando quer, tem muito amor para dar. Mesmo que não queira, terá sempre muito amor para receber.
22 semanas, 453 gramas, e tudo bem contigo, filhão.
Já vemos praticamente todos os teus contornos e detalhes, e está tudo onde devia estar.
Estavas sentado numa posição muito confortável, confortável até demais; tivemos que voltar a ver-te uns dias depois, para poder analisar melhor a tua coluna, que também está no ponto. De qualquer das formas, é um prazer.
A tua irmã mostra cada vez mais entusiasmo ao falar de ti. Continuar dizendo que estás dentro da barriga dela é mero detalhe.
Por cá te esperamos.
A criatividade brasileira não cessa em surpreender.
Os sticks das GoPro’s e afins que, entre outros fins, servem para tirar as malditas selfies, no Brasil tem nome próprio: Pau de Selfie.
A graça podia terminar por aqui, mas o Pau de Selfie vai ter direito a bloco de Carnaval próprio e tudo este ano: Pega no Meu Pau de Selfie e Balança.
É isso.
“Boa sorte em me surpreender 2014, conto contigo”. Foi assim que terminei o meu primeiro post de 2013, há exatamente um ano atrás. E não é que o sacana me surpreendeu mesmo?
Todos os anos agora começam com um aniversário da minha filha. Em 2014 foi o primeiro; foi e acredito que sempre será uma celebração maravilhosa, e deu origem a um dos posts mais emotivos que já escrevi.
Uns meses mais tarde, em Abril, outro tremendo impacto foi regressar ao Brasil, ainda mais marcante por ter sido na companhia das minhas amadas. Me aqueceu, me emocionou e me fez repensar muito coisa, a maior delas o próprio local onde eu estava.
A Irlanda me tratou muito bem, mas não fui concebido para o seu clima. Em Setembro estávamos de volta a Portugal. Mais ou menos por essa altura, e porque a primeira vez saiu tão bem, partimos para o fabrico de outra obra de arte…
Vem com tudo, 2015!
PS: Pelo quinto ano consecutivo, o que neste contexto significa desde sempre, a saga da amígdala, continua sendo o meu post mais popular (1775 visitas). Consolai-vos, gargantas sofredoras do mundo lusófono, vocês não estão sós!
No dia do aniversário do teu pai deixas-te a médica confirmar que sim, és um menino homem.
A tua mãe tem vomitado bastante menos do que na primeira gravidez, obrigado por isso. Talvez seja por a tua irmã dizer que tu não estás só na barriga da mãe, estás também na dela e de vez em quando na minha. Estamos todos grávidos.
Estamos todos te esperando. Vem com calma, Francisco.
António Fagundes está em Portugal desde o dia 10 de Setembro com a excelente peça “Tribos”, da britânica Nina Raine.
A peça gira à volta de Billy, um surdo que nasceu numa família dita “normal” mas absolutamente disfuncional. O patriarca é um professor reformado que tem expectativas demasiado elevadas para a família, que se reflectem em constantes (e hilariantes) discussões com a mulher, escritora frustrada, e os dois irmãos de Billy, uma cantora de ópera fracassada e um paranóico que ouve vozes.
O egocentrismo e os preconceitos do pai fazem com que se tente ignorar ao máximo a deficiência do filho, que aprende a ler lábios e a se comunicar verbalmente, e não através de língua gestual.
Tudo isso muda quando Billy conhece Sílvia, uma moça que apesar de estar ficando surda é o seu oposto: nasceu ouvinte em família de surdos, e está empenhada a levar Billy a assumir a sua condição e a aprender a se comunicar por sinais.
A peça está dividida em nove cenas, e a primeira leva-nos a pensar que não vamos perceber nada. Penso que pode ser proposital, para nos mergulhar no caos em que a família vive, e perceber que apesar de só haver um surdo, na verdade ninguém se ouve verdadeiramente.
À medida que vamos avançando vamos apreciando a evolução dos sentimentos do personagem e vendo a forma como são desconstruídos e ridicularizados os preconceitos da família, em interpretações brilhantes de toda a trupe, sem excepção.
Outro aspecto de se tirar o chapéu é que a peça foi montada em regime de cooperativa entre os actores e a equipe técnica, sem patrocínios ou apoios externos. Claro que ajuda ter um actor consagradíssimo à cabeça, mas não deixa de ser de louvar.
No final há uma conversa informal entre o elenco e a plateia, e foi interessante ver que estavam bastantes surdos no teatro, quase todos muito satisfeitos e agradecidos por verem as suas dores tão bem ilustradas (ao Domingo está lá um intérprete de língua gestual).
Recomendo absolutamente.
Um ano e cinco meses depois, estamos de regresso a Portugal.
A verdade é que o sol faz falta,e a família toda gosta muito dele. Não nos víamos a passar mais um Inverno na Irlanda.
Não foi assim tanto tempo, mas foi bastante intenso. Só tenho a agradecer à Irlanda por tudo o que nos proporcionou e pelo carinho com que nos recebeu. Não me canso de elogiar os Irlandeses, por serem tão alegres e acolhedores, mesmo vivendo num país com um clima tão hostil. Um irlandês que se cruze contigo tem sempre uma piada para dizer, uma história para contar. Te pede desculpa por algo que não fez, e torna-se teu amigo de forma instantânea.
Na área da informática, em particular, diria que é um dos melhores mercados da Europa para se estar neste momento. Muito dinâmico, muita procura por gente qualificada, bons salários e condições de trabalho. Todas as empresas tecnológicas gigantes estão por lá e em força, devido aos incentivos fiscais que o governo proporciona. Enerva-me que Portugal e Lisboa em particular não enveredem por um caminho semelhante, mas isso são outros quinhentos.
Agradeço também obviamente à Ryanair, que foi quem me carregou para esta experiência. Nunca falei sobre a empresa no tempo em que lá estive porque estava contratualmente impedido de fazê-lo. É uma empresa diferente, irreverente, e com uma tremenda má fama na forma como lida com os seus funcionários, mas não o proveito. No meu caso, senti-me sempre bem tratado e respeitado, do primeiro ao último minuto, e saio com o meu trabalho valorizado.
Slán leat.
Aproveitei uma nesga de bom tempo no passado fim-de-semana para conhecer finalmente o país do “lado” de cima aqui da República, a Irlanda do Norte.
O meu speed tour focou três dos pontos principais do país: a incontornável e outrora problemática capital, Belfast, a ponte de cordas conhecida como Carrick-a-Rede Rope Bridge, e o conjunto de rochas de basalto conhecido como Giant’s Causeway.
Utilizei pela primeira vez um dos autocarros verdes da Paddywagon Tours, que não me desapontou. O conceito é low cost mas os condutores (a julgar pelo que me guiou) são bastantes versados em história e em estórias.
A capital foi onde tive menos tempo para gastar, mas não é preciso vaguear muito para nos depararmos com uma boa quantidade dos célebres murais que a preenchem. Ainda que maioritariamente políticos, são quase todos muito belos, ou pelo menos interessantes do ponto de vista artístico. Cada canto de cada rua tem também alguma história escondida. Grande parte das vezes de sangue, infelizmente.
Segundo consta o novo museu do Titanic também é muito bom, mas o tempo escasseou para visitá-lo. Contentei-me em comprar uma t-shirt “TITANIC, built by Irishmen, sunk by an English man”.
A ponte de cordas que liga Ballintoy à pequena ilhota de Carrick-a-Rede pode ser de facto assustadora (nunca morreu lá ninguém à parte de um pobre cão), mas bastante mais pequena do que as fotografias aparentam. Em compensação, a beleza envolvente é ainda mais surpreendente do que nas imagens. Num dia bom, e no sábado foi um desses raros dias, é possível ver a Ilha Ratlhin e parte da Escócia.
Relativamente a Giant’s Causeway, segundo reza a lenda, o lugar foi erguido por um gigante chamado Finn MacCool, que por lá habitava com a sua mulher, Oonagh (leia-se Una). Esse gigante desafiou outro gigante, escocês, de seu nome Benandonner, para vir até ao seu terreno medir forças, fazendo o tal caminho de pedras para que o rival pudesse lá chegar. No entanto, quando este se aproximou, o irlandês apercebeu-se que afinal o escocês era bem maior do que ele julgava.
Basicamente o Finn MacCool ficou todo borrado, mas a sua bela Oonagh teve uma ideia: disfarçou-o com roupas de bebé e deitou-o na cama. O outro gigante, ao chegar e deparar-se com o suposto filho do MacCool daquele tamanho, julgou que se a criança era assim, o pai seria então o gigante dos gigantes, o pica das galáxias, e fugiu, destruindo durante a fuga o caminho por onde tinha lá chegado.
Obviamente a causa real foi a actividade vulcânica que por lá sucedia há milhões de anos atrás, mas a lenda gera boas conversas e muito merchandising.
Resumindo e concluindo, agora que os Troubles passaram e a paz tem imperado, vale muito pena conhecer este pedaço do Reino Unido, tanto pela beleza quanto pelo seu lado histórico.