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Timing

Cada vez mais penso que muito daquilo que define a nossa vida é o timing. Há oportunidades que se trabalham e se procuram, mas há outras em que é apenas questão de estar no lugar certo na hora certa.

Podemos ter a melhor ideia do mundo e executá-la da forma mais brilhante, mas se ela não for enquadrada no momento exato, nada feito. Dois exemplos recentes de timing negativo, bem distintos:

Dilma Rousseff. Ano de Copa, ano de eleições. Antes do evento começar, embalada na fé e confiança cegas no talento do eterno “futebol-arte” da seleção canarinha, Dilma larga essa tirada:

“Meu Governo é Padrão Felipão.”

De louvar a ousadia e o risco, mas obviamente arrumou lenha para se queimar (mais ainda) perante os adversários e o eleitorado. Tentou se distanciar da seleção (e da Copa) depois, mas o mal estava feito.

David Duchovny, ator conhecido por encarnar o Agent Mulder dos X-Files e mais recentemente Hank Moody da série Californication. Americano de gema, mas com raízes soviéticas por parte do pai, aceita embarcar num anúncio de uma marca cerveja que especula como teria sido sua vida se ele tivesse nascido russo.

O anúncio é brilhante, mas o timing é o pior possível: o pai dele emigrou para a América a partir de Kiev, na …  atual Ucrânia, claro, não Rússia. O que seria um não assunto (exceto para os ucranianos) há pouco tempo atrás, é um golpe na imagem do ator na atualidade (ou até é positivo, se analisarmos pela ótica do falem bem ou falem mal mas falem de mim).

Não sei o segredo para um timing no ponto, mas penso ser uma mistura de preparo, faro e sorte, em proporções que gostava de conhecer ao certo. Mas penso que até nem tenho andado assim tão longe delas.

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Mandela

Este fim de semana a comunicação social Irlandesa tem dado ênfase a mais uma história impressionante relacionada com Nelson Mandela e o seu poder de inspirar as pessoas.

Em 1984, quando o Madiba ainda estava encarcerado, 12 funcionários da milionária cadeia Dunnes entraram em greve, com a reivindicação de que o “patrão” parasse de importar produtos da África do Sul sob o regime do Apartheid.

Eram só 12 funcionários entra os cerca de 10000 do grupo. Foram ignorados, suspensos, e não conseguiram angariar apoio entre os seus, mas mantiveram-se firmes e aguentaram a greve durante… três anos!

Três anos de greve, em 1984, sem facebooks, twitters e petições online, apenas as suas convicções e a sua já de si precária vida profissional hipotecada. Muito pouco comparado com o que sofriam os que estavam na África do Sul, mas muito mais do que a maior parte da população mundial estaria disposta a fazer.

Uma lição, e uma pequena gota que ajuda a perceber a unanimidade do homem.

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