Barrigadas

Taberna do Adro

Como parte da graça no caminho é aquilo que comemos e bebemos, planeamos fazer paragens para almoçar na ida e na vinda, e essa última calhou de ser na Taberna do Adro, que conseguimos reservar com antecedência, depois de uma tentativa anterior frustrada.

Eu já não sei bem onde ouvi falar da Taberna, mas penso que em alguma das páginas de gastronomia que sigo no Instagram. Nem sei bem por onde começar para descrever a experiência incrível que tivemos, mas a palavra que me vem mais à cabeça é simplicidade, na sua forma mais bonita.

A Taberna do Adro fica em Vila Fernando, uma muito pequenina povoação do município de Elvas, tipicamente alentejana na pacatez e na branquitude das suas casas e ruas. Meio escondida numa destas, fica a Taberna, e assim que entrei, não sei bem explicar porquê, percebi logo que ia ser bem recebido e, mais importante ainda, bem alimentado.

O espaço em si é pequenino (daí ser obrigatória a reserva) e muito acolhedor, complementado com a simpatia de quem nos serve e da própria cozinheira, que também faz questão de trocar impressões com os visitantes.

Começamos com uma Tiborna que é a entrada de especialidade da casa, servida num formato de Jenga. Pão, azeite, alho. Simples, maravilhoso.

A refeição principal foi Carne de Alguidar e Galinha Tostada, acompanhadas com uma trilogia de Migas – Migas de Batata, de Couve-Flor e de Tomate – todas incríveis e a conquistar cada um de forma diferente – a de tomate foi a que me conquistou, à Irina, a de couve-flor. Ambos os pratos também maravilhosos, mas nota especial para a Galinha, por se tornar delicioso algo tão simples, e pelo trabalho que se nota na forma como ela “aparece” desfiadinha no nosso prato.

Para terminar, Cericá com ameixa, Encharcada de Ovos e Tarte de Requeijão. Mais uma vez, difícil escolher, mas a Tarte de Requeijão era realmente de outro mundo, no sabor e na própria textura, em que sentiam-se ainda pedacinhos de requeijão a derreter na boca, junto com a massa.

Nota final, o preço foi irrisório para a quantidade e principalmente a qualidade da comida de que desfrutamos. Comemos por menos de metade do preço do que pagamos no Algarve, por uma experiência várias vezes mais especial.

A regressar, sempre.

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Andanças

Sevilla

Tão perto e tão longe. 450 km, mais coisa menos coisa, são o que separa a nossa casa de Sevilla, e nunca lá tínhamos estado.

Aproveitando uns dias livres de escola e trabalho, decidimos começar o ano com uma pequena viagem e arrancamos para a capital da região da Andaluzia. Fizemos a ida pelo Algarve e o regresso pelo Alentejo (Elvas). Ambas as rotas são equivalentes em distância e bem retas, mas diferentes no estado em que se encontram – neste momento, a “de baixo” está bem desgastada. Adelante.

Ficamos alojados no Novotel Sevilla, que tem um preço justo para a comodidade que oferece e fica mesmo em frente ao estádio do Sevilla FC, o Sánchez Pizjuán, no bairro de Nervión. Sem estar diretamente no centro, é um ponto muito bem servido de infraestrutura e transportes.

Sevilla é linda, ponto. Mesmo que não entremos em nenhum monumento ou ponto turístico, dá para nos deslumbrarmos vagueando pelas suas ruas e vielas e contemplando a sua arquitetura única. Não sendo minimamente entendido no assunto, dá claramente para “sentir” a mistura moura, andaluz, romana e sei lá o que mais, que lhe confere um espírito bem singular. Ao contrário de outras capitais do turismo, achamos a cidade muito limpa e segura (mesmo imediatamente após o período festivo!) e com uma mistura harmoniosa entre o clássico e o moderno.

Para circular, além dos pés, usamos uma espécie de elétrico/bonde que rapidamente nos deixou no centro histórico. Começamos pela bonita Plaza de España e o parque circundante. Daí seguimos para o Real Alcázar, que infelizmente só conseguimos conhecer por fora, dado que os bilhetes para os dias em que lá estivemos estavam todos esgotados – é um dos males do mundo moderno, ser difícil visitar lugares sem marcações e pacotes e afins. Um mal de primeiro mundo, é certo, mas já foi bem impactante conhecê-lo do lado de fora.

Finalmente, subimos às Setas, o nome informal dado à maior estrutura de madeira do mundo. É um exemplo de arquitetura moderna bem encaixada na cidade antiga, oferecendo uma vista deslumbrante sobre Sevilla e um filme em widescreen muito interessante sobre as tradições locais, no final da visita.

Não posso deixar de mencionar o quão bem se come na cidade – tapas, obviamente, afinal estamos no berço delas! Presumo que sejam boas em praticamente todo o lado, mas aleatoriamente calhámos na Bodega El Rincón de Kevin, próximo à Plaza Nueva, onde, além das tapas, comemos uma Paella que nos conquistou, apesar de não sermos propriamente fãs da iguaria. Perto do hotel, também adorámos os asados argentinos do restaurante Milongas.

Ficou a faltar a Isla Mágica, que está fechada nesta época do ano pelo que, pelo menos por esse motivo, volveremos!

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