Cinemadas

Filme do Desassossego

Antes de mais, é preciso ter tomates e muita criatividade para adaptar um livro destes. Felizmente o João Botelho teve os dois. Um livro que não é bem um livro deu num filme que não é bem um filme, um desfile de personagens ridículas em momentos oníricos, espelhando na Lisboa actual os devaneios e fragmentos de uma mente brilhante numa outra Lisboa.

É claro que é difícil conferir visibilidade a um filme destes, mas é um enorme prazer ouvir as declamações do brilhante texto pessoano, e assistir a cada um dos momentos musicais (sem eles o filme não seria tão bom), começando desde logo com o Manuel João Vieira a atropelar o Aznavour, do qual deixo o curto excerto que está no youtube, mais o da Carminho, que com certeza toca.

Assim de cabeça, dos filmes portugueses de que mais gostei.

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Leituras

Kindle em Português

Na minha opinião o maior ponto fraco do Kindle (para nós, amantes da lusofonia), é a escassez de conteúdos em português. Eu até agora encontrei o seguinte:

Quem souber mais que se chibe.

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Cinemadas

Australian Rules

Antes de mais, Australian Rules é um desporto que não é rugby, não é futebol, não é futebol americano; nem sei bem explicar o que é, apesar de volta e meia assistir quando apanho um jogo a dar na Eurosport. São 18 para 18 num campo oval com uma bola oval, todos de manga cava, 4 traves (3 balizas) de cada lado e porrada de meia noite durante todo o jogo.

Este é um filme australiano que retrata uma equipa de juniores de Australian Rules numa pequena vila piscatória do outback, fortemente dividida entre brancos e aborígenes. Aparentemente os putos não são afectados pela tensão racial, sendo os protagonistas (do filme e da equipa) amigos inseparáveis, apesar de cada um pertencer a uma etnia diferente.

No entanto, quando o aborígene não recebe (injustamente) o prémio de melhor jogador da final do campeonato, a sua revolta despoleta uma série de eventos trágicos que põem a nu a tensão e a paz podre que existiam.

Uma boa e pertinente história, que peca por ter sido realizada de forma um bocado ingénua (as cenas de jogo por exemplo são ridículas, de tão amadoras). Tem, no entanto, bons desempenhos por parte dos miúdos e o condão de chamar a atenção para um problema que durante muito tempo foi negligenciado na Austrália (o filme é de 2002).

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Sem categoria

A vida não é bela

Não falo da vida em si, que por mais austera que seja, merece ser vivida, mas dos vouchers d’A Vida é Bela.

Quem diz d’A Vida é Bela diz das outras empresas que por aí andam. Não me ofereçam mais prendas do género, que eu também não o farei. É um embuste.

Já recebi duas vezes vouchers do estilo, e já mandei 17 (!) vezes e-mails a tentar reservar alojamentos com os mesmos, e nunca, nunca há disponibilidade. Eles servem para escoar dias mortos (que tipicamente ou não tenho ou gasto em outros sítios), ou quartos de menor qualidade; de outra forma não sugerir-me-iam constantemente que tentasse daqui a não sei quantos meses, em dias da semana ou em um quarto superior pagando mais uma taxa.

Prefiro que me entreguem o dinheiro, façam um donativo para uma ONG ou me dêem um abraço. Obrigado.

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