É provavelmente a última vez que me desloco ao Estádio José Alvalade esta época, salvo me dê vontade de ir ver a fase final de juniores.
Muito bonita esta festa, apesar da pouca afluência. Ainda assim, para uma noite gelada de quarta-feira e com a fraca promoção que o jogo levou, nem foi nada mau: cerca de 16000 adeptos.
Não sei bem o meu estado de espírito ao constatar que estes jogadores tem muito mais futebol nas pernas que os actuais, fica pra pensar. Aliás, estes sim, são jogadores! Vi desmarcações brutais, passes teleguiados, enfim… já não se usa, em Alvalade.
A noite começou com um vídeo de homenagem, bonito mas no qual faltava a eterna subida ao Marquês daquele que é o seu verdadeiro patrono. Ainda assim, serviu para levar Iorda às lágrimas (uma constante durante a noite).
A equipa do Sporting não entrou para brincadeiras: num meio campo onde coexistem Vidigal e Oceano é bastante difícil passar alguma coisa, e o capitão não brinca, deu ali com cada encosto que parecia que ainda estava em competição.
O André Cruz jogou os 90 minutos, e mostrou que quem sabe nunca esquece; livre indirecto dentro da área num atraso para o Baía (que frangou bastante), e o homem enfia a bola lá dentro mesmo com a equipa toda a tapar a baliza. Quase que aposto que o nosso actual plantel não convertia este lance.
A verdadeira surpresa (para mim) foi o guarda-redes Melo; do alto dos seus 60 anos andou pr’ali com uma agilidade do caraças, o jogo todo. Juro que fez defesas que o Patrício não fazia (não é difícil mas…). A decepção foi Barbosa, pastelão até não mais, mas isso não é propriamente uma surpresa, foi uma daquelas noites típicas.
Sá Pinto foi o motor da equipa e envergonhou muitos miúdos, e Beto Acosta também não perdeu a oportunidade de molhar a sopa. Para mim, uma das melhores sensações, poder voltar a gritar “Matador, Matador, Beto Acosta és o nosso matador!!!”, muito mais do que o tal do “Paciência campeão” ao qual a mesquinha imprensa (?) desportiva portuguesa resolveu dar destaque, apesar de nem fotos do jogo divulgarem.
O Dani tá gordo que nem um texugo e o Dominguez não cresceu, parece-me que a minha sobrinha de 8 anos já é mais alta que ele.
A explosão de alegria aconteceu perto do fim, quando depois de muitas tentativas da defesa adversária meter a bola a jeito para o Iorda marcar, o guarda-redes que tava armado em desmancha-prazeres lá consentiu o golo do Iorda; foi aos 87 minutos, mas o jogo acabou logo ali com as duas equipas a mandarem-se para cima dele.
Por último, não posso deixar de salientar a hipocrisia de José Eduardo Bettencourt e seus muchachos (muito assobiados, de resto) depois de terem levado 10 anos e um processo em cima para homenagear um jogador que jogou 10 anos no clube e até com uma doença em cima, mas o Iorda é muito maior que isso,e quando terminou a sua mensagem final voltou atrás e disse “só mais uma coisa, nunca deixem de apoiar o Sporting, porque o Sporting merece”. Já não se fazem destes..
Obrigado IORDA!
ACOOOOOOOOOOOSTA.