Sonoridades

Imagine Dragons

Normalmente, quando gosto muito de alguma banda ou artista, consigo dizer com precisão qual foi a primeira vez em que os ouvi, ou pelo menos situar mais ou menos desde quando é que os acompanho. Não consigo fazê-lo com os Imagine Dragons.

Sinto que eles entraram de forma sorrateira na minha vida e que os acompanho desde “sempre” – talvez também por terem começado a brilhar mais ou menos na altura em que fui pai pela primeira vez, e por terem continuado a lançar músicas impactantes ao longo desta década e pouco de viagem, deles e minha.

Fora o meu próprio gosto, são a banda favorita do meu filho Francisco, e não podíamos perder a oportunidade de vê-los ao vivo – apesar de no estádio “errado” para nós. Valeu muito a pena.

Deu para conhecer músicas novas, mas também revisitar os êxitos que todos conhecemos. A cereja no topo do bolo para mim foi ainda terem cantado Birds perto do fim – porque não esperava, visto não estar nas setlists que o pessoal que foi às outras cidades da tour partilhava, e por ser… não diria a minha favorita, mas a que toca de forma mais profunda. Eu achava que talvez fosse melhor deixar de gerar expectativas e evitar pesquisar antes dos concertos, mas aqui tive a prova de que não – posso ter a expectativa que for, que está sempre do lado dos artistas surpreender, se não forem padronizados em demasia.

A banda funciona obviamente bem enquanto conjunto, mas não há como fugir ao protagonismo do Dan Reynolds. A energia que ele transmite é incrível, e pode até ser que seja uma personagem, mas ele transparece mesmo muita genuinidade nas ideias que vai trocando com o público. Além disso, faz tudo, e tudo bem – canta muito bem, brinca, dança, pula, toca piano, toca bateria… muito injusto para nós, comuns mortais.

Foi daqueles momentos em que tudo se encaixa: a música certa, com as pessoas certas, no momento certo.

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