Leituras

O Melhor Papa do Mundo

Se há dias disse que o melhor jogador de futebol do mundo era Português, tenho que dar a mão à palmatória em relação ao atual papado: o melhor papa do mundo é Argentino. Quem diria?

Nunca nutri qualquer tipo de simpatia pela Igreja Católica. Pelo contrário. Acho-a uma instituição retrógrada, opressora, corrupta e que no somatório da história, causou muito (mas muito) mais dano à humanidade do que bem. Não casei pela igreja nem vou batizar a minha filha sem que isso seja sua vontade expressa.

Fiquei no entanto impressionado, comovido até, com o que li por alto do último documento publicado pelo Vaticano, a Exortação Evangélica, que reflete sobre as reformas planeadas para a igreja.

Gostei nomeadamente de:

Alguns simplesmente deleitam-se em culpar os pobres e os países pobres de seus próprios males, com generalizações indevidas, e têm como objetivo encontrar a solução em uma ‘educação’ que os tranquilize e os converta em criaturas domesticadas e inofensivas. Isso se torna ainda mais irritante se os excluídos veem crescer esse câncer social que é a corrupção em muitos países, governos, empresas e instituições, seja qual for a ideologia política dos governantes.

Assim como o mandamento de ‘não matar’ coloca um limite claro para garantir o valor da vida humana, hoje temos de dizer ‘não a uma economia de exclusão e desigualdade’. Essa economia mata. (…) Hoje, tudo está dentro do jogo e da competitividade, onde o forte come o fraco. Como resultado, grandes massas da população são excluídas e marginalizadas: sem emprego, sem horizontes”. (…)

“Os excluídos não são explorados, mas resíduos, excedentes”

Um homem nessa posição assumindo de forma tão frontal e vincada esse tipo de pensamento? Um líder de um rebanho incitando os carneiros a, por uma vez, pensarem?

Ainda são palavras, apenas, mas não são palavras pequenas.

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Paternidade, Uncategorized

10 Meses

A Carolina by Sérgio Godinho on Grooveshark
Dez. Os meses vão se sucedendo a um ritmo impressionante, só suplantado agora pelo próprio ritmo dela, em tudo que faz, desde que acorda até que (a custo) adormece.

O gatinhar dela passou de tímido a frenético. Quer estar em todo o lado da casa ao mesmo tempo, ver tudo, explorar cada recanto, cada buraco, com especial queda para os que não deve. Pretere os brinquedos em favor de tudo o que não seja brinquedo e a que consiga deitar a mão. Adora folhear livros, o que espero que se mantenha.

Os único elementos que não acompanham a velocidade dela são os dentes, que teimam em ficar ali chateando sem rebentar. De qualquer forma, não podemos comer nada sem que ela prove, e não consegue provar nada sem gostar.

Já compensava sobremaneira o trabalho que dá, mas arranjou este mês uma arma ainda mais poderosa: o beijo. Nunca pensei que fosse possível ficar tão emocionado com algo tão simples e tão cheio de baba. É algo com poder para fazer desabar os glaciares do Alaska.

Já tem discernimento suficiente para reclamar e não me beijar se estou de barba, me levando a fazê-la com mais frequência. Já sabe portanto manipular o papai. Começa cedo a ser mulher.

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3 Anos

3 anos voaram desde que oficializamos no papel a união das nossas vidas.

Sem ela já não era eu e ainda não éramos três, portanto venham mais três, e pelo menos mais trinta.

E convenhamos: sem ela era muito, mas muito mais difícil aguentar este frio irlandês…

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