Cinemadas

True Grit

O segundo filme do fim-de-semana foi o excelente True Grit, com a enfadonha tradução portuguesa “Indomável”. Sendo grande fã de westerns e grande fã dos manos Cohen (e já agora de histórias de vingança), não havia muito por onde correr mal, e assim foi.

Na verdade, é muito menos um western que um filme dos Cohen e menos um filme dos Cohen que… um filme dos Cohen. Passo a explicar. Apesar de não seguir absolutamente a linha dos clássicos, não é propriamente uma reinvenção do género, é simplesmente uma história do género contada à moda dos Cohen, com tudo de bom que isso acarreta: crueza, imprevisibilidade e humor onde supostamente não existiria. Isto tudo sendo muito mais seguro e consensual que a maior parte dos seus filmes, e daí o sucesso comercial que vem tendo.

Difícil dizer muito mais, sendo que a cereja no topo do bolo e aquilo que confere o sal ao filme são as interpretações brutais do Jeff Bridges, como habitual, e da “imberbe” e transcendente Hailee Steinfeld que, tendo ou não futuro, tem aqui um início do caraças. Vão vê-los que vale a pena.

 

Second movie of the weekend was the excellent True Grit. Being both a western’s and a Cohen Brother’s fan (and a revenge story’s fan by the way), nothing could go wrong. And it didn’t.

Actually, it is less a western than a Cohen’s film, and less a Cohen’s film than… a Cohen’s film. I can explain. Although it doesn’t follow the classics, it isn’t sort of a reinvention of the genre either. It’s simply a story of the genre told with the Cohen’s style, with all the good ingredients it carries: rawness, unpredictability and humor where it wasn’t supposed to. All of this in a much secure and consensual fashion, hence its commercial success, I guess.

On top of the cake and giving the movie its true strength, the brutal performances of old Jeff Bridges, and the vernal Hailee Steinfeld; her future is unknown, but this is a hell of a start. Go watch them!

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Crazy Heart

Prossegue a regularização da minha agenda cinematográfica, tendo visto esta semana o filme que finalmente valeu ao Jeff Bridges uma estatueta d’oiro.

O homem é Bad Blake, um cantor country que é neste momento uma sombra do que já chegou a ser, arrastando as suas bebedeiras e hemorróidas por wonky-tonks ranhosos da América. Tudo nele é frustração, lamento e auto-destruição. O maior mérito do actor não é encarnar o falhado que Bad é neste momento, mas sim deixar transparecer a grandeza que em tempos possuía.

E se a performance do homem é espectacular, o mesmo não posso dizer acerca do filme, do qual esperava mais um bocadinho. No fundo acaba por servir mais como veículo para o velho Jeff brilhar do que como obra em si, sendo um trabalho admirável de ver, mas do qual se extrai pouco sumo e do qual saio sem desejar rever (talvez escute as musiquinhas uma vez ou outra).

And my cinematographic pile clean-up goes on. This weekend I saw Crazy Heart, the movie that finally gave old Jeff a golden statue.

The man is Bad Black, a country singer who is now a shadow of the man he once was, dragging his drunkenness and hemorrhoids through shitty wonky-tonks all over the USA. He’s all frustration, regret and auto-destruction. The greatest accomplishment of the actor is not about representing the looser Bad is at the time, but demonstrate the greatness of his past.

And if his performance is amazing, I cannot say the same about the movie itself, from which I was expecting a little more. It works well as a vehicle that allows the actor to shine, but there’s no much more than that, and I don’t wish to see it again (maybe I’ll listen some of the catchy country songs now and then).

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