Photo Ark é uma exposição National Geographic que mostra como o fotógrafo Joel Sartore se tem dedicado a documentar animais em cativeiro (o “autorizado” e com fins científicos, zoo’s, aquários, institutos, etc) à volta do mundo, há mais de 10 anos. O seu objectivo é mesmo fotografar na totalidade as cerca de 12 mil espécies existentes, promover a sua conservação, alertar para a importância da protecção da biodiversidade e para o facto de que, se nada for feito, mais de metade das espécies animais podem extinguir-se em menos de um século.
Está neste momento e até ao fim de Maio de 2019 na Cordoaria Nacional, em Lisboa, e apesar de pequenina (são cerca de 100 “retratos” animais), vale pelas fotos deslumbrantes e pelo conhecimento e apoio ao projecto (27% do lucro vai directamente para esta missão).
Eu sou um consumidor ávido de stand-up comedy, mas ainda não tinha parado para pensar que nunca tinha visto nenhum espectáculo do género ao vivo. Posto isso, não podia perder a oportunidade de assistir à vinda do Rafael Portugal a Lisboa; um pouco pela “saturação” com os restantes, mas muito por mérito próprio e pelo estilo, o Rafael é neste momento o meu actor preferido do colectivo Porta dos Fundos (e do A Culpa é do Cabral).
Foi no Cinema São Jorge, sala bem apropriada para algo do género mas cuja produção teve um início meio atribulado, com algum tempo perdido até sair um som decente dos altifalantes. Nota-se que já deve ser coisa corriqueira para a experiência dele, que foi usando uma situação aparentemente tensa para fazer mais humor e prosseguir mesmo sem microfone e aos berros com a sala toda.
Ultrapassada essa questão, o espectáculo não desaponta e ele é ainda mais hilariante ao vivo e sem rede, havendo apenas três coisinhas a apontar:
Apesar do esforço para explicar e “traduzir” as estórias para Português de Portugal, me deu a sensação de que nem sempre era fácil compreender para quem não tivesse o contexto brasileiro (ou carioca) e houveram bastantes momentos em que os portugueses ficaram Lost in Translation.
Uma hora sabe a pouco, para o público, mas se pararmos para pensar bem no ritmo e a sofreguidão com que ele dispara, é compreensível que seja humanamente difícil manter o fôlego, portanto está perdoado.
Estava expectante para ver se incluía um segmento do estilo música com convidado do público (que não eu), mas não aconteceu, era bem mais interessante que as músicas “normais” que ele toca no fim.
Acredito que ele regresse novamente a Portugal, portanto fiquem atentos, que recomendo.
Estou vivo! Com um atraso para lá de considerável e seguindo a tradição ancestral iniciada o ano passado, a lista de filmes que me conquistaram no ano que findou, sem ordem particular.
Roma
Ok, este está numa ordem particular e propositadamente em primeiro. Este filme é absolutamente arrebetador, surpreendente, diferente de tudo aquilo que vi durante o ano, e comodamente disponível no Netflix.
Roma não tem nada a ver com a capital italiana, mas sim com um bairro mexicano dos anos 70, onde observamos o quotidiano de uma família de classe média alta pelos olhos da sua criada Cleo. Tanta a sua vida quanto a da família para a qual trabalha vão sofrendo uma série de reviravoltas, que não teriam nada de extraordinário não fosse a absoluta mestria, simplicidade e beleza cinematográfica com que estas são filmadas. É-me difícil explicar isso por palavras, mas poucas vezes senti um filme que tivesse conseguido ser tão pungente com tão pouco.
Esse menino Alfonso Cuáron que se deixa de blockbusters de Hollywood e que faça mais disto, que é uma autêntica obra-prima.
Bohemian Rhapsody
Demorei muito para ir ver este filme porque não tinha lido nada de bom sobre ele em tudo o que eram críticas, mas isso serviu para me relembrar a inutilidade das críticas especializadas de cinema (no que diz respeito à formatação do gosto individual de cada um, obviamente).
Rami Malek merece todos os elogios e mais alguns pela sua performance como Freddy Mercury, em crescendo e culminando no afamado concerto do Live Aid, no antigo estádio de Wembley; arrepiante a forma como ele se transformou e encarnou um dos performers mais poderosos de sempre.
É notória a forma como o filme endeuza em demasia o personagem e seus companheiros de banda, e embeleza a história cortando a eito e em grande as partes mais sujas? É. É deliberadamente feito para vender e para se fazer a prémios? É. Mas que se foda, todos os filmes para entreter tivessem esta força.
A Star is Born
Depois de um início de carreira “manhoso”, o Bradley Cooper tem estado mais ou menos lentamente a afirmar-se como um grande actor, e este filme é mais uma prova disso, aqui com o bónus acrescido de ter sido também o realizador.
A Lady Gaga também esteve bastante bem e os dois tiveram aqui uma química incrível, mas se é para ela que os holofotes estão virados, é ele que carrega o filme. É um bocado batota fazer esse brilharete enquanto bêbado e drogado quando já se foi um, mas não lhe tira o mérito, de todo.
Excelente drama de puxar a lágrima, musiquinhas que ficam no ouvido, uma excelente tarde de cinema com quem se ama.
Incredibles 2
Por razões óbvias consumo muitos filmes de animação hoje em dia, mas verdade seja dita que também uso os miúdos como desculpa e que grande parte provavelmente veria na mesma; este é sem dúvidas um deles.
O primeiro filme tem um lugar especial no meu coração, e tinha que tirar a limpo se tantos anos depois e com tantos maus exemplos este lhe faria jus ou não, e saí do cinema bastante satisfeito, a Pixar ultimamente não tem falhado. A fórmula é super-batida, os super-heróis ostracizados, o drama familiar, o regresso glorioso (isto não chega a ser spoiler…), mas está tudo no sítio.
Comédia na boa, bastantes gags que só os adultos percebem, pertinentes observações sociais (ex. igualdade de género, parecer versus ser) e o bebé a roubar completamente a cena tornaram este filme um dos meus preferidos do ano passado, e quiçá tenha até suplantado o primeiro.
BLACKkKLANSMAN
Sou fanzaço do Spike Lee. Por vezes me chateia que a sua filmografia seja tão inconstante, alternando coisas boas com muita porcaria pelo meio, mas parte disso também se explica pela sua coerência e independência; ele é bastante fiel aos temas e ao seu estilo, e parece preocupar-se mais com isso do que com o sucesso comercial, o que é de louvar (umm lembrei-me do remake manhoso do Oldboy, mas um homem tem que pagar as contas).
Neste Spike Lee joint ele acerta em cheio na fórmula. O primeiro polícia negro de Colorado Springs tem a audaciosa ideia de infiltrar-se no Ku Klux Klan local, e o resto é história. Um filme de outro tempo, filmado com um ritmo “à antiga” mas com uma série de paralelos e provocações com a nossa actual era, alternando entre a comédia e a tensão com grande estilo.
Uma nota interessante da qual não me tinha apercebido: o protagonista é filho do Denzel Washington, aparentemente the apple didn’t fall far from the tree.
Outra nota interessante: para os fãs de The Wire, tem um gostinho especial ouvir certo personagem a repetir uma certa interjeição.
Não é de ânimo leve que escrevi isto e que comecei este fundraising; este tipo de exposição é algo que custa imenso ao André, mas a situação é verdadeiramente crítica e assim o justifica.
Desde o início de 2016 que o meu grande amigo André Antunes tem enfrentado sucessivas e duríssimas batalhas contra o cancro. O que começou então como fraqueza, cansaço e perdas de sangue, culminou num diagnóstico de cancro no cólon/reto, com diversas metástases hepáticas. Na altura foi-lhe dada uma esperança média de vida de 6 meses.
Seguiram-se 6 ciclos de quimioterapia (interrompidos por terríveis reacções alérgicas) até ser alcançada uma redução que permitiu a operabilidade do fígado, o órgão que lhe punha a vida em risco. Havia uma probabilidade de 50% de que o André não sobrevivesse à operação de 8 horas que se seguiu, mas ele manteve-se na luta. Mais tarde, houve ainda outra operação ao reto, para retirar o que faltava.
Com as metástases mortas e muito pouco tumor activo, os resultados foram animadores, mas não duradouros. As reacções alérgicas não lhe permitiram fazer a quimioterapia preventiva protocolar (fez radioterapia em alternativa) mas, de Janeiro de 2017 até Abril de 2018 os exames revelaram que não havia evidência recidiva. Nesse período voltou moderadamente ao ciclismo de estrada/BTT, à natação e a muito do que era a sua rotina “normal”.
Em Abril deste ano, numa consulta de rotina, com a oncologista, o pesadelo voltou. Tinha metástases na zona pélvica, fígado e pulmão, este num estado muito inicial. Pulmão e fígado foram “queimados” mas tal não era possível na zona pélvica. Tanto o IPO Porto, o IPO Lisboa e o Curry Cabral comunicaram-lhe que não havia solução para o problema; a quimio foi tentada uma última vez, com efeitos terríveis e a percepção imediata de que a sua continuação poderia ser fatal.
Com todas as dores que possuía, a falta de sono e nenhuma perspectiva de tratamento, o André só conseguiu recorrer à alteração dos hábitos alimentares, tornando-se vegan. Ainda que os médicos duvidem dos benefícios, ele sente-se com bastante mais energia deste então, e continua a fazê-lo. Isso deu-lhe uma esperança de que estivesse a melhorar, mas após insistência médica e realização de exames, a conclusão foi que a doença continuava a avançar, e até mais depressa do que o previsto.
Todas estas dificuldades têm sido ultrapassadas às custas da imensa força do André, mas chegamos ao momento em que a todas estas dificuldades junta-se a capacidade monetária. Já há algum tempo que a oncologista lhe tinha indicado a existência de uma clínica na Alemanha para tratamento baseado em células dendríticas , mas foi deixada para último plano precisamente devido aos custos.
A vacina das células dendríticas é produzida com o sangue do próprio doente, que após tratado em laboratório, é devolvido ao doente contendo as informações necessárias que são transmitidas ao sistema imunitário. A teoria é que esta informação leve o sistema imunitário, agora reprogramado, saiba as células que deve atacar e as que deve proteger.
São necessárias no mínimo 4 vacinas, dadas num intervalo de 4 a 6 semanas para que o sistema imunitário esteja suficientemente forte e informado para combater o tumor. Na primeira vez que o doente vai à Alemanha (dia 1 de Outubro, no caso do André), fica cerca de 10 dias; nas vezes seguintes, 3 a 4.
Cada paciente tem a sua terapêutica definida aquando da primeira consulta na Alemanha. Casa vacina custa 5155,66€. A este valor acrescem mais 4000€ para a leucoferese, que só se faz na 1ª ida à clínica.
Neste momento não se sabe com exactidão o custo total dos tratamentos, mas o valor nunca será inferior a 32000€. Uma vez que o caso é bastante grave, ele vai ser seguido pelo Dr. Thomas Neßelhut, pioneiro nesta área. A este valor acrescem viagens, estadia, aluguer de carro, alimentação e suplementos. Neste momento ele já gasta cerca de 360€ por mês em ozonoterapia + suplementos (cerca de 200€), que lhe aliviam as dores e lhe permitem continuar a trabalhar (algo extremamente difícil de convencer o André a abdicar fazer).
Esta é a derradeira e melhor hipótese de tratamento que o André tem, e queremos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para que ele a aproveite. Caso tenham a possibilidade de contribuir, não hesitem em fazê-lo; iremos manter esta página actualizada com os gastos que forem sendo feitos. Podem também fazê-lo directamente para a conta bancário do André:
IBAN: PT50 0018 000338942637020 26
Swift Code/BIC:TOTAPTPL
(André Antunes)
A Sky (para os mais distraídos, a empresa britânica onde trabalho) financia uma excelente iniciativa chamada Sky Ocean Rescue, que visa a consciencialização e combate à problemática do plástico nos oceanos.
Uma das acções propostas no âmbito da comemoração do primeiro aniversário desta iniciativa era uma limpeza de praia, e nesse sentido desafiei o pessoal do escritório de Lisboa a arregaçar as mangas e contribuir para esta causa.
A acção foi organizada com a colaboração da Straw Patrol, e realizou-se a 20 de Maio (Dia Europeu do Mar), na Praia do Segundo Torrão, na Cova do Vapor.
Ainda que no fundo seja um contributo quase simbólico perante a dimensão do problema, soube-nos bastante bem e é algo que irei com certeza fazer mais vezes. Em pouco mais de 2 horas e numa praia de pequena dimensão, conseguimos juntar cerca de 200 kg de lixo, sendo impressionante a quantidade de lixo que as pessoas continuam a despejar de forma impune na praia e nas matas, e aquela que vem parar ao areal trazida pelas marés (cotonetes, palhinhas, etc)…
E eis que aos 30 anos submeti-me à minha terceira cirurgia. Se as duas anteriores foram na garganta, desta vez o buraco foi mais abaixo: uma discectomia na coluna lombar.
Há cerca de um ano que andava bastante coxo e com dores na perna direita. Começou por parecer só uma impressão e um esticão, foi evoluindo para algo que me limitava imenso a locomoção, e culminou numa crise há cerca de dois meses atrás em que não conseguia me mexer, de todo. Três dias nesse estado, entupido de anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares, via oral e injecção intra-muscular.
O problema em si foi detectado rapidamente, logo na fase inicial. Na primeira consulta que tive com um Neuro-Cirurgião, ele requisitou uma ressonância magnética, onde se podia ver claramente a tal da p*** da hérnia discal.
Trocando por miúdos, entre as vértebras da coluna temos os discos, que funcionam como amortecedores do impacto que sofremos no dia a dia. Por vezes parte do “material” desses discos sai do sítio e invade o canal vertebral, onde pode comprimir as raízes nervosas e causar dor. No meu caso essa brincadeira aconteceu entre as vértebras L4 e L5 e apertava-me o nervo ciático, e daí a dor irradiar pela perna inteira.
As hérnias podem acontecer por diversos motivos, sendo difícil identificar com exactidão o culpado: más posturas, excesso de peso, esforço a mais… acredito que no meu caso se deva à quantidade de tempo que passo sentado, e que o problema não seja recente, tendo agravado ao longo do tempo. Já há alguns anos que sinto dores na região lombar, e talvez tenha passado despercebido por ter praticado natação (fortalece a região, sem causar impacto) durante este tempo.
Este neuro-cirurgião recomendou-me logo partir para a cirurgia, mas por precaução e cagaço, fui ouvir uma segunda opinião e experimentei tentar resolver a coisa através de fisioterapia, além de retomar a natação. Pelo meio ainda tentei ser todo dobrado por um osteopeata.
Senti algum alívio gradual nesse período (3/4 meses de fisio) e até passei cerca de uma semana sem dor, até que me apercebi que o problema estava só adormecido, e acordou de rompante na tal crise de que falei acima.
Posto isto, fui atrás de uma terceira opinião, que felizmente obtive através de um hospital público (SNS a funcionar!) e com um médico que me transmitiu a confiança necessária para partir então para a operação: Dr. Ding Zhang, do Hospital Egas Moniz.
Apesar de jovem (tem a minha idade), senti que de todos os neuro-cirurgiões com quem falei, foi quem soube explicar-me melhor o problema, o procedimento e os riscos.
Assim sendo, no dia 28 de Março pela manhã, apresentei-me no hospital, puseram-me a dormir (anestesia geral for the win) e acordei com um andar novo. O alívio na perna foi notório e imediato. A operação em si, que basicamente consiste em retirar o fragmento de disco que está a chatear, não é o bicho de sete cabeças que normalmente associamos às cirurgias na coluna; é minimamente invasiva, o tamanho da incisão não é nada de especial, podemos sair do hospital no próprio dia e pelo nosso pé (foi o meu caso) e fazemos a recuperação em casa.
Apesar de feita no conforto do lar e de no meu caso ter uma esposa “enfermeira” simplesmente maravilhosa que até as miudezas me lava, a recuperação é mesmo a parte chata da história. É um mês em que o tempo em que estamos sentados é limitado ao máximo, ou seja, ou estamos deitados ou em pé, de preferência a andar,o máximo que consigamos (gradualmente) para facilitar a recuperação.
Não nos podemos dobrar e temos que virar a parte superior do corpo como um todo, estando o tempo todo direitinhos como um poste de iluminação.
Faz esta terça duas semanas que lá estive, e julgo estar a correr bem, tirando um desmaio marado na primeira noite, provavelmente efeito da anestesia. Já me mexo bastante melhor, principalmente depois de ter tirado os pontos (agrafos) e, como disse acima, a perna parece nova. É cedo ainda para deitar foguetes, pois não vou nem a meio, e há sempre o risco de haver reincidência. Mas cá estarei para contar como foi.
Bom dia, ano novo! Obrigado por me relembrares que preciso tirar o pó a este blog.
O ano que te antecedeu foi atribulado, mas muito interessante. Não escrevi aqui sobre tudo o que aconteceu, por isso faz ainda mais sentido manter esta tradição de resumi-lo.
Como todos desde 2014, ele começou com mais um aniversário da primogénita, no caso o terceiro. Ela está cada vez mais crescida em tudo, nas conversas, nas brincadeiras e na personalidade. Uma fase difícil, mas espectacular. Passou a ser caixa de óculos, como o pai, e adaptou-se bem melhor do que esperava.
Conhecemos um pedaço do arquipélago português que nos faltava, em Maio. Apesar de termos tido o nosso primeiro acidente de carro “a sério” por lá, foi uma viagem espectacular, com os miúdos a demonstrarem mais uma vez serem uns viajantes natos.
Logo em seguida, o mais novo completou o seu primeiro aniversário, e a cada dia que passa nos surpreende mais. Sempre ligado à corrente, fala pelos cotovelos, come este mundo e o outro, é o maior.
Profissionalmente, foi também um ano em cheio. Continuamos em crescimento contínuo na Sky, sendo neste momento mais de 100 pessoas aqui em Lisboa. Assumi o desafio de liderar uma equipa, facilitado por se tratar de uma bastante forte e em sintonia. Também ajuda ter um nome brutal: the Inglourious Basterds.
Desfiz-me do meu fiel companheiro, o leão da estrada, o meu Peugeot 308, que tanto caminhou a nosso lado. Passamos grandes momentos juntos (foi nele que arrancamos para os dois partos), mas além da idade avançar, não nos fazia sentido neste momento ter dois carros; aproveitamos para reduzir a pegada ecológica e aumentar as poupanças financeiras.
O aspecto menos positivo do ano foi ter abrandado no exercício físico e andar limitado por uma hérnia discal (L4-L5), sendo que um médico deu-me indicação de cirurgia, outro de fisioterapia; estou a tentar a última, a ver no que dá. Esperemos pelos próximos episódios.
Terminamos o ano sendo pais pela terceira vez, mas desta por adopção, de um canídeo, de seu nome Slimani de Oliveira Cardoso. É algo que já tínhamos pensado fazer diversas vezes, mas por um motivo ou por outro não avançávamos, até agora, em que ele caiu-nos no colo e nós aproveitamos.
Venha 2017 com tudo, ao lado desta família alargada e celebrando 10 anos ao lado da mulher que amo!
Bom dia, ano novo! Queres saber como foi o teu antecessor?
Obviamente, não há acontecimento que sequer chegue perto daquele que teve lugar a 22 de Maio, quando passei de pai a pai de dois. Juntar o Francisco à Carolina trouxe-nos mais algum trabalho, mas tornou a nossa jornada ainda mais fascinante e enriquecedora.
São os filhos que eu queria ter, ao lado da mulher que tornou isso possível. 2015 simboliza estar 5 anos casado com uma mulher maravilhosa, e a cada ano que passa estou mais grato por isso.
Com o reboliço das crianças decidimos que este ano seria calmo a nível de viagens, mas tivemos uma recaída e não levamos muito tempo até enfiar pela primeira vez o mais novo num avião, rumo à nossa ilha da Madeira, onde é sempre muito especial regressar.
Terminei o ano com um estranho déjà vu, sendo operado novamente à garganta, mas confio que desta seja de vez. O ponto positivo é que com essa brincadeira 4kg sumiram do meu corpo, agora é tentar recuperá-los com uma massa mais consistente.
Voltei a empolgar-me com o meu Sporting e, mais surpreendentemente, voltei até a ser sócio, coisa que se me dissessem há dois anos atrás que faria, provavelmente responderia que nunca. Mas ser sempre coerente não tem graça nenhuma.
Seis anos depois de arrancar as amígdalas, os posts relacionados com essa Saga continuam a ser, de longe, os mais populares e comentados aqui do blog.
De certa forma fico feliz em saber que outros sofredores conseguem encontrar algum conforto por aqui, e assim sendo não podia deixar de publicar mais um pequeno episódio relacionado com essa verdadeira zona de guerra que é a minha garganta.
Há cerca de dois anos atrás, ainda na Irlanda, senti um estranho inchaço do lado esquerdo da garganta. Ao espreitar pelo espelho, com a ajuda de uma lanterna, vi que tinha aparecido uma pequena bola branca, mais ou menos no mesmo sítio onde estava a amígdala.
O meu primeiro pensamento foi: PQP C******* F*******, A FDP DA AMÍGDALA VOLTOU DO ALÉM PARA ME ASSOMBRAR!
Mais calmo, fiz uns números de contorcionismo e consegui tirar uma foto para enviar ao otorrino, que me disse que não gostava muito do que via, mas o mais provável é que fosse apenas um quisto. Se tiverem muita curiosidade e estômago, podem clicar na imagem abaixo para ver a coisa.
Fui ter com ele assim que pude ao Hospital, onde drenou o bicho com uma seringa e enviou para análise, para tentar perceber se era efectivamente um quisto inócuo ou algo maligno. Felizmente era a primeira hipótese. Pelo meio a enfermeira que estava ajudando ainda se picou acidentalmente com a agulha que ele usou, e tive que lá voltar para ser testado e deixá-la descansada quanto ao que de mal pudesse haver no meu sangue. Só acusou o Sportinguismo agudo.
Se não o sentisse nem incomodasse, o quisto podia ser algo que deixávamos ficar por lá, sem problemas. Mas sentia, e volta e meia inflamava e complicava e voltava a história de tomar antibióticos com regularidade e tudo o mais. Assim sendo, partimos para um sai que esse corpo não te pertence, com mais uma espécie de amigdalectomia…
E aqui estou, seis anos depois, passando mais uma semana a moles e frios, chupando calippos como se não houvesse amanhã.
Está sendo bastante mais suportável que a primeira vez; é só de um lado, e em vez de dois monstros que andavam lá a apodrecer há mais de vinte anos, era só uma bolinha. Ainda assim, tive uns primeiros dias bastante dolorosos, que me fizeram mais uma vez desesperar de fome.
Gelatina continua a ser a melhor coisa do mundo nesta altura, mas há algumas coisas novas que decidi experimentar depois do choque inicial e que correram muito bem:
– Ovos mexidos: frios e sem tempero, com uma pitada de leite para ficarem mais cremosos, tem sido a alegria das minhas manhãs
– Papaia / Manga: bem madurinhas, no frigorífico, deslizam que é uma beleza
– Noodles (miojo): apesar de frios e sem molho, também escorregam muito bem e sempre enchem mais um pouco a barriga
E assim segue, sonhando com a hora em que tudo isto passe e tenha a oportunidade de comer um gigantesco e suculento bife.
“Boa sorte em me surpreender 2014, conto contigo”. Foi assim que terminei o meu primeiro post de 2013, há exatamente um ano atrás. E não é que o sacana me surpreendeu mesmo?
Todos os anos agora começam com um aniversário da minha filha. Em 2014 foi o primeiro; foi e acredito que sempre será uma celebração maravilhosa, e deu origem a um dos posts mais emotivos que já escrevi.
Uns meses mais tarde, em Abril, outro tremendo impacto foi regressar ao Brasil, ainda mais marcante por ter sido na companhia das minhas amadas. Me aqueceu, me emocionou e me fez repensar muito coisa, a maior delas o próprio local onde eu estava.
A Irlanda me tratou muito bem, mas não fui concebido para o seu clima. Em Setembro estávamos de volta a Portugal. Mais ou menos por essa altura, e porque a primeira vez saiu tão bem, partimos para o fabrico de outra obra de arte…
Vem com tudo, 2015!
PS: Pelo quinto ano consecutivo, o que neste contexto significa desde sempre, a saga da amígdala, continua sendo o meu post mais popular (1775 visitas). Consolai-vos, gargantas sofredoras do mundo lusófono, vocês não estão sós!