De Villasimius até San Teodoro, no noroeste da ilha e bem próximo à famosa Olbia, ainda são 250km de distância e mais ou menos 3h de caminho, porque parte dele não é em auto-estrada, mas em sobe e desce, e em curvas e contra-curvas. A vantagem é a beleza própria das inúmeras verdes serras que vamos cruzando, a desvantagem o enjoo dos co-pilotos familiares. Tudo superável.
Pelo caminho afora fomos confirmando algo que já tínhamos sentido no sul: a quantidade abismal de borboletas que há em toda a ilha. Nunca vi tanta borboleta na minha vida. Espectacular.
Falando em natureza,também nunca tinha visto toda uma região com uma preocupação ambiental tão forte: em todos os sítios por onde passamos, havia imensos eco-pontos, avisos para separação e respectivas multas, sacos bio-degradáveis para o lixo orgânico (devem ser obrigatórios por lei, porque qualquer tasco de vão de escada tinha), impecável.
Como saímos cedo de Villasimius e o check-in em San Teodoro era só a partir das 15, e queríamos explorar o máximo de locais (e praias) possíveis, decidimos parar para refrescar mais ou menos a meio, numa praia em Bari Sardo. O caminho até lá foi tortuoso, e fez-nos questionar várias vezes se estávamos realmente em algum lugar “civilizado”, mas valeu absolutamente a pena, porque culminou numa praia gratuita (grande parte dos estacionamentos das praias famosas são pagos, ainda que com valores acessíveis), calma e, mais uma vez, com uma água espectacular.
À imagem de Villasimius, San Teodoro é mais um vilarejo simpático com bastante escolha de praias, sendo a mais famosa a Spiaggia La Cinta, bela, extensa, mas também a mais povoada que encontramos na ilha, e a única em que tivemos que andar um bom bocado até conseguirmos estender a nossa toalha.
Seguindo a mesma receita de Villasimius, encontramos outra vila bem organizada em que as principais vias são cortadas ao trânsito à noite, sendo que aqui havia uma escolha ainda maior de restaurantes, bares e feiras de artesanato e de “variedades”. Foi também o único sítio em que comemos todas as noites no mesmo restaurante, Il Mangiatutto, de tanto que gostamos da qualidade face ao preço, e da simpatia do pessoal; pizzas, massas, peixe, marisco, tudo delicioso, e para finalizar em grande e vincar na memória de vez, a Carolina deixou lá o seu segundo dente de leite, o que gerou uma festa imensa dos funcionários e dos comensais em geral!
Mais uma vez, partimos com o amargo de boca de não ter tido nem sinal de flamingos. Fica pra pensar. A próxima e última paragem nesta ilha foi a belíssima cidade histórica de Alghero.