Autor: Y.

  • Badoca Park

    Grandas GNU!
    Grandas GNUS!

    Este feriado, e a propósito do aniversário da mais que mais que tudo, aproveitamos para fazer uma coisa que já vínhamos prometendo há bastante tempo: conhecer o Badoca Park.

    E o Badoca é fixe. Para quem não sabe, o Badoca é um parque temático inspirado no continente africano, na região portuguesa mais parecida com África: o Alentejo.

    Há lá um safari puxado por um tractor que decorre durante cerca de uma hora; o seu grande forte nem é a variedade de animais (que é imensa), mas o modo como vai sendo apresentado pelos simpáticos guias alentejanos. Come-se bastante pó, mas aprende-se imenso acerca da vida das girafas, búfalos, gnus e companhia, que andam por lá à solta.

    Há também espectáculo de aves de rapina, uma ilha de primatas, uma simulação dum rafting e sessões de interacção com os lémures marados de Madagáscar. E um parque de cabras, que me deu fome: eu que sou da cidade, só descobri agora que as cabras cheiram mesmo igual ao queijo de cabra…

    Num país com tão pouca oferta a nível de parques temáticos e afins, o Badoca faz muita falta.

    Uma palavra de apreço para o hotel em que ficamos, o Vila Park, em Vila Nova de Santo André. É um 3 estrelas que mais parece ter 4 ou 5. Costuma ter bastantes promoções: eu aviei-me num dos leilões que costumam fazer no site, tendo arrebatado por uma pechincha duas noites com um jantar de mariscada delicioso incluído. O chefe recomenda.

  • Rio 2016 – Yes We CRÉU!

    Quem vê este vídeo e não se arrepia é um grande animal.

    Excelente pretexto para fazer uma visita à minha cidade-berço. Espero que hajam outras entretanto, que até 2016 já tou careca.

    Agora, sejamos honestos: foi uma luta desleal. Com Tóquio e Chicago a arderem logo (nem o Obama safou a coisa), uma final entre Rio e Madrid? Mas brincamos?

    Muito trabalhinho pela frente, mas é mesmo disso que a cidade maravilhosa precisa. Ainda acredito, e muito, no meu Brasil, o eterno “país do futuro”…

    Agora com licença que vou ali ver se o meu segundo sobrinho já decidiu nascer, que é p’ra poder partir para um fim de semana alentejano com a mais que tudo.

    Fui!

  • Sporting Clube da Lua

    Esta bandeira podia ter sido verde...
    Esta bandeira podia ter sido verde…

    Todas as semanas eu ou o meu pai compramos o jornal do Sporting. É óbvio que fazemo-lo por sermos sportinguistas doentes, mas acho que posso dizer, com alguma isenção, que é um jornal com qualidade, pese embora as habituais colunas dos “notáveis” a prestarem vassalagem ao status quo (e às enormes qualidades do “forever”).

    Esta semana veio lá uma história muito curiosa. Em 1956, quando o homem ainda não tinha chegado à lua, uma empresa americana de nome Interplanetary Development Corporation começou a vender parcelas de terreno da superfície lunar, pela pechincha de 1 dólar por acre.

    Nessa altura, um sócio leonino de seu nome Epaminondas Soutello Gomes (só o nome já torna a história curiosa), apaixonado pelos assuntos relacionados com os astros, decidiu adquirir uma parcela, com o objectivo de… lá fundar uma filial do Sporting. Epaminondas acreditava firmemente que os terráqueos chegariam em breve à lua (teria razão neste ponto). Depois, seria mera questão de tempo até que lá se pudesse habitar (já este ainda tá por provar).

    Anúncio de Venda

    Numa entrevista ao jornal, publicada a 11 de Dezembro de 1957, Epaminondas explicou as razões que o motivaram a adquirir o terreno: “Levo isto muito a sério: não é «caldeirada» ou coisa semelhante. Existe sim, o propósito de apenas poder engrandecer, mais e melhor, o nosso clube, elevando-o às alturas que ele bem merece.”

    Questionado sobre se se sentia humilhado quando se riam dele, Epaminondas disse que “face ao que sofreu Júlio Verne, Galileu e outros génios, quando se riem de mim, parece-me ouvir uma voz que me anima: deixa-os rir, deixa-os comentar, porque esses só se convencem que a panela de pressão é que representa um grande invento, a verdade dos povos!”.

    Pese a ingenuidade (ou parvoíce), gabo-lhe a determinação férrea e o amor ao clube acima da razão, coisa rara nos dias que correm. Lamento também não ter conseguido levar a sua avante; essa filial hoje em dia vinha a calhar, para enviar um certo defesa-central campeão do mundo ir lá procurar água, ou um determinado treinador ir ver como é que tá o tempo na lua…

  • Choco Frrrito

    Este fim-de-semana fui fazer uma coisa que não fazia desde o tempo em que ainda tinha amígdalas: comer choco frito a Setúbal. Era dos poucos desejos que ainda me restava matar.

    Fiquei agradavelmente surpreendido com a minha casa do costume: a Casa Santiago/Rei do Choco Frito foi completamente remodelada, mantendo a qualidade do pitéu e brindando-nos com uma varandinha fechada, livre das moscas e dos pombos debaixo das mesas.

    foto ranhosa com o telemóvel
    foto ranhosa com o telemóvel
    Dose a meio caminho do bucho
    Dose a meio caminho do bucho

    Levamos uma fome do caraças, mas não foi desta que conseguimos enfardar a dose até ao fim. Sobrou um pedaço.

    Recomendo, com toda a força.

  • O Boi Novo e o Boi Velho

    Ontem um professor meu deu-me uma bela lição:

    O boi novo e o boi velho tavam em cima de uma colina, a observarem uma manada de vacas a pastar lá em baixo. O boi novo vira-se para o velho, muito afoito: “boi velho, bora, bora, bora lá comer uma vaca!”. O boi velho responde:  “calma… vamos masé devagarinho e comemo-las TODAS!”

    Isto foi a propósito da minha tese de mestrado, mas por enquanto não digo nada, que tou a ficar boi velho…

  • Tom e Vinicius

    Tom & Vinicius - O Musical

    Ainda que possua algum do melhor material alguma vez escrito e composto na música brasileira e mundial, tenho imensas duvidas que isto faça jus a estes dois Mestres. De qualquer forma, vou tentar ir lá tirar a teima.

  • PESTE & SIDA “Sol da Caparica, na minha bicla”

    Muito bom. Só faltou explicarem que não é a toda a hora que se pode ir de bicla no barquinho, nem que há limites de lotação de biclas que não chegam nem para levar uma família.

  • A Velha Costa, e a Costa Polis

    A minha casa fica por trás do Hotel Praia do Sol, da Rua dos Pescadores. Tenho com este hotel uma relação de amor-ódio, mas tenho que lhes dar a mão à palmatória desta vez: a propósito do seu septuagésimo quinto aniversário (são o hotel mais antigo da Costa), montaram uma exposição louvável, que mostra um pouco do que era a Costa dos anos 30 aos anos 60 do passado século. É raro haver iniciativas deste género nesta cidade, que constantemente esquece ou esconde a enorme tradição que carrega.

    A exposição não tem tantas imagens quanto isso, mas as que lá estão, são de qualidade, e muito bem acompanhadas da respectiva contextualização histórica; ficamos a conhecer a origem do problema da falta de planeamento urbanístico do território, e a história de Manuel de Agro Ferreira, o grande dinamizador turístico da actual cidade, que até então nem vila era.

    Panorâmica da Costa, Rua dos Pescadores, Década de 50
    Panorâmica da Costa, Rua dos Pescadores, Década de 50
    Hotel Praia do Sol, Década de 40
    Hotel Praia do Sol, Década de 40
    Idílio Sobre a Areia Dourada, 1 de Outubro de 1934
    Idílio Sobre a Areia Dourada, 1 de Outubro de 1934
    Praia do Sol, Anos 40
    Praia do Sol, Anos 40
    Cartaz de Promoção
    Cartaz de Promoção

    Ver essas imagens levaram-me a pensar na Costa de hoje, agora que finalmente são visíveis os efeitos do programa Polis, que deveria ter terminado em 2006, e vai nesta altura mais ou menos a meio caminho. Quem reclamou das obras ou mesmo dos seus resultados, revela uma tacanhez tremenda: a Costa está incomensuravelmente mudada para melhor.

    A Costa finalmente tem a frente de praias que merece, ainda que inacabada. O chamado pontão já não era nada, completamente esburacado e esbaforido, dando até mesmo ar de pós-guerra, a partir do Primoroso; os restaurantes e bares não eram mais que barracões velhos de mau aspecto, por mais personalidade que lhes restasse; piores ainda eram os antigos contentores carunchosos dos pescadores, uma nojice tremenda, que em nada dignificava a honrosa profissão dos homens.

    O paredão está inteiramente renovado, e com bastante mais espaço, organização e iluminação; os restaurantes e bares, ainda que à primeira vista aparentassem uma padronização um tanto quanto sem graça, estão agradáveis e bem aproveitados. Ao longo de todo o caminho, bastantes bancos e alguns chafarizes (que não funcionam muito bem, mas dão para o gasto).

    Velho Barbas
    Velho Barbas
    Novo Barbas
    Novo Barbas

    Foram colocadas escadas de acesso às praias bastante largas, com um ar de segurança contrário às de pedra, que todos os anos eram destruídas; as praias em si levaram mais uma vez com preenchimento de areia, que não tenho a certeza que dure, mas que lhes confere um óptimo aspecto, travou o avanço do mar e desafogou a sobrelotação este ano. Os apoios de praia dos pescadores são um autêntico luxo, comparado com os antigos contentores.Vai sendo feita uma ciclovia, que de momento ainda só vai do Tarquínio ao Cuíca, mas que promete acompanhar todo o paredão.

    Velhos Apoios dos Pescadores
    Velhos Apoios dos Pescadores
    Novos Apoios dos Pescadores
    Novos Apoios dos Pescadores

    A Avenida General Humberto Delgado foi reorganizada, aberta aos dois sentidos em toda a sua extensão (era apenas para transportes públicos a partir da Feira dos Ciganos), e reservada em grande parte para maior trânsito pedonal. A rotunda que foi feita por trás do Barbas aparenta não ter sido muito pensada (não conseguem entrar e sair da rotunda ao mesmo tempo dois autocarros em sentidos opostos), mas o trânsito de verão melhorou, ainda assim.

    O velhinho Parque de Santo António deu lugar a um Parque Urbano com três Parques Infantis enormes, dois campos de ténis e bastante espaço verde ao redor, ainda que à custa do abatimento de muitas árvores antigas. Outras já começam a nascer em seu lugar.

    A Feira dos Ciganos também desapareceu. Por mais que me desse jeito para comprar meias e boxers, o amontoado de lixo e de confusão que dali saía diariamente não deixa saudades nenhumas. Não percebo bem o intento da espécie de rotunda a que deu lugar, que vai sendo aproveitada como estacionamento;  fico à espera que ainda me surpreenda.

    Como nem tudo é um mar de rosas, alguns pontos negativos:

    • Agora já não é só um Barbas a assombrar, são três: Barbas Catedral, Barbas Tertúlia e Barbas Clube de Praia! Louvo-lhe, no entanto, a “visão de jogo”, e os espaços até estão com bom gosto.
    • Parece-me que nunca mais verei o senhor que todos os verões montava uma barraquinha de bandas desenhadas ao pé do Paraíso, personagem extremamente marcante da minha infância.
    • O mítico comboio da praia, que liga a Costa à Fonte da Telha, não deixou de existir mas foi deslocado para longe do centro, com partida na Nova Praia, que não tem ligação directa com nada senão os parques de campismo (que também vão desaparecer); não me faz grande sentido, mas parece que a ideia é deslocar futuramente o centro da Costa pr’aquelas bandas.
    • Deixou de haver a tradicional pesca de arte xávega nas praias centrais; nesse ponto, ao que consta, os pescadores ainda estão a lutar.

    De resto, só tenho a desejar que o ritmo se mantenha, dado que ainda há muita coisa a melhorar.

  • Cartoon do António

    Faz 34 anos que o António faz com mestria o Cartoon do António, do Expresso. Como deve ser, sem papas no lápis. Dos melhores.

    Padre Frederico, "Deixai vir a mim as criancinhas", 1993
    Padre Frederico, "Deixai vir a mim as criancinhas", 1993
    Alberto João Jardim, O Vesúvio aqui tão perto, 1993
    Alberto João Jardim, O Vesúvio aqui tão perto, 1993
    Mário Soares e Cavaco Silva, O Cachimbo da Paz, 1994
    Mário Soares e Cavaco Silva, O Cachimbo da Paz, 1994
    Soares e Alváro Cunhal, À Espera do Outono Quente, anos 70
    Soares e Alváro Cunhal, À Espera do Outono Quente, anos 70
    João Paulo II, 92
    João Paulo II, 92
  • Dilemas

    Em Outubro, o Sporting joga com o Hertha em Alvalade, no dia primeiro.

    A mais que mais que tudo faz anos a 5; calha num fim de semana prolongado, exige a bela da escapadela.

    A 9, o Seu Jorge canta no Campo Pequeno. A 10, tenho que pagar a propina da faculdade.

    No mesmo Campo Pequeno, cantam o Sérgio Godinho, o Fausto e o Zé Mário Branco, a 22.

    Porque é que o dinheiro não estica?

    Again: