Autor: Y.

  • Cota Gil

    Antes de mais: FÉRIAS!

    É bom ter tempo para ler as coisas com olhos de gente; quase que me ia passando despercebido no Público de ontem que o velho Gil Scott Heron está aí com um álbum novo, 16 anos depois.

    Do pouco que conheço do homem, muito gosto: é dos verdadeiros. Diz que foi ele um dos inspiradores do nascimento do hip-hop, mas não tenho grande conhecimento para falar sobre isso (e sempre achei que esse fosse um dos motivos para ele desaparecer, desiludido com toda a merda que anda por aí).

    Fica aí o clássico poema cantado “The Revolution Will Not Be Televised” (o vídeo não é dele) e uma música do tal novo álbum, cuja análise fica para quando efectivar a sua aquisição (o Manuel Machado não diria melhor).

  • God Save the Football

    Este post é só para eu me mentalizar que para a semana começo finalmente a coçar: esta semana ainda é carregada, culminando com a apresentação da primeira fase da tese, na sexta-feira.

    No ano passado, em Fevereiro, fui a Londres ver um grande Brasil-Itália. Semana que vem vou a Liverpool, ver um não tão grande Everton-Sporting.

    Falando assim até parece que todas as minhas visitas ao Reino Unido se devem a motivos futebolísticos, mas desta vez foi pura coincidência: já estava marcada uma viagem para a Irina conhecer Londres e eu descomprimir da tese, por pouco que seja.

    Uma boa oportunidade para conhecer a cidade dos Beatles e o Goodison Park, um dos mais antigos estádios do mundo. Eu não conseguiria estar no mesmo país que o meu Sporting e não ir dar o meu apoio. Ainda que este não seja verdadeiramente o meu Sporting, aquele que eu aprendi a amar, eu não viro a cara ao meu clube, por pior que a situação esteja.

    Um pint de Guiness preta, à vossa!

  • Parque da Gorongosa

    Sempre que ouvia o Manuel João Vieira a falar na “Rádio Gorongosa” na música “Dr. Bayar” ficava com curiosidade para ver onde seria, a existir, essa localidade, mas nunca cheguei a googlar sobre isso.

    Depois de ler uma notícia qualquer acerca dos destaques de Moçambique na BTL, fez-se um clique na minha cabeça, num daqueles momentos onde eu vejo o quão ignorante realmente sou.

    O Parque Nacional da Gorongosa está localizado na região centro moçambicana, tem uma área de cerca de  3.770 km2 e inclui o vale e parte dos planaltos circundantes. Os rios que nascem no vizinho Monte Gorongosa, que atinge os 1.863 metros de altura, irrigam a planície.

    Outrora este parque englobava uma das mais densas populações de vida selvagem de toda a África, incluindo carnívoros carismáticos, herbívoros e cerca de 500 espécies de pássaros. Por cortesia atroz da guerra civil moçambicana, os grandes mamíferos foram brutalmente reduzidos para mais de 95% e os ecossistemas foram largamente afectados. Neste momento, está em curso um programa tendo em vista a sua recuperação.

    No dia 7 de Fevereiro vai estrear o documentário “Africa’s Lost Eden”, na National Geographic. Fica pra ver, e pra visitar um dia:

  • Futebol e Fascismo

    Ora bem,

    Vários amigos meus adeptos daquela instituição que se intitula a maior do mundo e arredores tem andado entretidos a enviar e-mails a chatear-me com a seguinte imagem do tempo do Estado Novo:

    Segundo consta, esta onda de euforia surgiu num desses programas de entendidos da bola que não percebo muito bem para que é que existem. Compreendo a utilização desta imagem num “picanço” entre amigos; em utilização como argumento de um programa que se diz de debate, sem contexto, é no mínimo desonestidade intelectual.

    Obviamente que nenhum dos meus compinchas tem autoridade moral para falar sobre esses tempos, mas sabe-lhes bem. Eu também não a possuo, nem de perto nem de longe, mas já agora sinto-me igualmente no direito de mandar as minhas bocas:

    Qualquer clube era obrigado a fazer essa saudação, assim como eu seria obrigado a ter pertencido à Mocidade Portuguesa e usar aquela farda parva com aquele cinto com um “S” na fivela e tudo o mais (ainda não consegui perceber se o rumor de que aquilo significava “Salazar” é verdade ou não).

    Apesar de acreditar piamente que sim, vou dar de barato e não dizer com certeza absoluta que o clube do regime era o da luz, porque nenhum dos clubes há-de poder lavar as mãos em relação a esse período negro (ao que parece, o fóculporto incrivelmente era o menos beneficiado); mas que o Estado Novo usou e lambuzou das façanhas do clube “encarnado” (vermelho não podia ser, que era conotado com o comunismo), ninguém pode negar, tanto mais quanto vindo da própria boca suja do pantera escura (“património nacional” impedido de deixar o país) e do antigo capitão Coluna.

    pantera e o papá antónio em amena cavaqueira

    O próprio “desvio” da pantera preta, que vinha do Sporting de Lourenço Marques com destino à casa mãe,  tem contornos duvidosos, tal como o desvio de Di Stefano do Barcelona para o Real Madrid, na época do franquismo.

    Andam para aí a dizer que o clube do regime era o Sporting, porque “em 1954/55 O Benfica apesar de campeão não foi indicado para a Taça dos Campeões Europeus porque naquela altura os clubes eram sugeridos pelas entidades nacionais responsáveis e o Benfica, mesmo sendo campeão, foi preterido em favor do Sporting.”. Uma simples consulta ao site da UEFA mostra o quão falso é esse argumento:

    Lisboa, berço de campeões
    (…) O Sporting, vencedor do campeonato português na época 1953/54, e ainda campeão em título quando decorreu o sorteio da prova, acabaria no terceiro posto, em 1955 (…)

    outro argumento que diz que a instituição em causa não era beneficiada pelo regime, porque dominou os campeonatos após o 25 de Abril. Este de tão parvo, nem vou contrapor, que só me dá para rir.

    Ainda em relação a saudações, até a própria democrática Inglaterra tem a sua história desportiva manchada no que ao fascismo diz respeito (aqui ainda andavam numa onda de tentar acalmar o Hitler, em 38):

    E por aqui poderia continuar, mas o que concluo é que o que há é a fazer é deixarmo-nos de merdas e esperar que estes tempos não voltem mais.

    Saudações leoninas!

  • Brisa Maracujá

    Hoje bebi um golinho de Brisa Maracujá, à pala do meu amigo Falso.

    Para quem não sabe, é um refrigerante muito, muito bom, da Madeira, a terra do meu pai. Diz-se que foi o primeiro refrigerante no mundo à base de sumo de maracujá puro. No meu ranking pessoal, os melhores refrigerantes do mundo, por esta ordem, são: Guaraná Antarctica, Fanta Uva, Brisa Maracujá, Sumol de Ananás.

    Ao Brisa, só o bebo quando lá vou, ou quando o meu pai dá um saltinho ao Supermercado Sá, no Campo Pequeno; assim sendo, cada gole é uma alegria imensa, e senti-me na necessidade de partilhá-la com o mundo.

    Com esse golinho veio a notícia de uma nova lata, e da futura produção no continente, o que é excelente. Assim sendo, fica a faltar  as padarias começarem a fabricar Bolo do Caco, os restaurantes fazerem milho frito, o 500 deixar o Ruben Micael vir para o grande Sporting, e o restaurante Madeirense do Almada Fórum deixar de ser uma valente merda.

    Fica pra pensar.

  • Wireless “Grates” da MEO

    Não era de todo meu desejo que o meu primeiro post do ano fosse relacionado com informática, mas fica pra pensar.

    O que aconteceu é que andava aí algum cabrão da Rua Mestre Manuel ou arredores a aceder à minha rede wireless da MEO. Tal sucede devido ao facto de ter mantido a chave de segurança WPA de origem, e dessa chave ser calculada através do SSID do router, tal qual já anda aí publicado nas internets e eu não sabia.

    Ora bem, como eu sou amigo e sei que toda a gente tem vizinhos que não prestam, quem for cliente da MEO, tiver o router bonitinho branco Thomson tg787 e quiser se precaver de tal maldade que faça o seguinte:

    Aceda à administração do router (o programinha de ir às internets) través do browser, através do seguinte endereço: http://192.168.1.254

    Quando o programinha de ir às internets lhe pedir username e password meta username=Administrator password=3!play

    Como essa pass que metemos também é uma pass por defeito, há que mudá-la indo a caixa de ferramentas, gestão de utilizadores, alterar a minha senha (para todos os users que houverem):

    Em relação à rede WIFI em si, o que há a fazer é o seguinte:  logo na página inicial da administração, há que clicar onde diz “wireless”:

    No ponto de acesso sem fios, é ir a “detalhes”:

    E aqui clica-se em configurar e faz-se o que se tem a fazer, que é alterar o SSID, a tal da chave de segurança que vem por defeito e mudar o versão de WPA para WPA2, que diz que é um bocado mais seguro. Por “chave-manhosa” entenda-se alguma coisa aleatória com uma rebaldaria de números, letras maiúsculas e minúsculas e símbolos à mistura.

    Depois disto há-de ter que se ligar à rede novamente, já com a tal nova chave de segurança, e passar bem.

  • 2009

    Toca a fazer balanço de 2009. Para mim, o ano da crise foi um grande ano.

    Revisitei a Serra do Gerês com a mulher amada.

    Assisti ao vivo a dois jogos dos meus sonhos: Brasil-Itália, em Londres, e Costa-Sporting, em Belém.

    A Eye View Design mudou-se enfim para o Madan Parque.

    Representaram uma obra-prima do Chico Buarque em Portugal.

    Oficializaram a morte do Michael Jackson.

    Revisitei as minhas origens na ilha da Madeira com a mulher amada.

    Vi-me livre do meu principal algoz: as minhas amígdalas assassinas.

    O Bento XVII, que era forever, finalmente foi corrido do Sporting. O Barça limpou tudo o que havia para limpar.

    Comecei a fazer a tese de mestrado. Ganhei, em consequência, uma bolsa de investigação.

    Eu e a Irina ganhamos mais um belo sobrinho.

    Vi o Sérgio Godinho, o Fausto e o Zé Mário Branco juntos.

    O Tarantino lançou um filme valente. A propósito, morreu o Carradine com uma corda enrolada aos tomates. Morreu muita gente este ano, como em todos os outros.

    Foi bom, não me posso queixar. Já tenho ideia do que espero escrever no fim de 2010, resta saber se terá corrido igualmente bem.

    Inté!

  • Desafio de fim de ano

    Beber dois pints de Guiness e cantar isto sem enganos:

    In the merry month of June from me home I started,
    Left the girls of Tuam so sad and broken hearted,
    Saluted father dear, kissed me darlin’ mother!
    Then drank a pint of beer, tears and grief to smother
    Then off to reap the corn, leave where I was born,
    Cut a stout black thorn to banish ghosts and goblins!
    Bought a pair of brogues rattling o’er the bogs
    And fright’ning all the dogs on the rocky road to Dublin!

    (Chorus):
    One two three four five,
    Hunt the hare and turn her down the rocky road
    And all the way to Dublin, whack follol de rah!

    In Mullingar that night I rested limbs so weary
    Started by daylight next morning bright and early
    Took a drop of the pure to keep me heart from sinking;
    That’s a Paddy’s cure whenever he’s on drinking
    See the lassies smile, laughing all the while
    At me darlin’ style, ‘twould set your heart a bubblin’
    Asked me was I hired, wages I required
    Till I was almost tired of the rocky road to Dublin,

    (Chorus)

    In Dublin next arrived, I thought it’d be a pity
    To be soon deprived a view of that fine city.
    So then I took a stroll, all among the quality;
    Me bundle it was stole, all in a neat locality.
    Something crossed me mind, when I looked behind,
    No bundle could I find upon me stick a wobblin’
    Enquiring for the rogue, they said me Connaught brogue
    Wasn’t much in vogue on the rocky road to Dublin,

    (Chorus)

    From there I got away, me spirits never failing,
    Landed on the quay, just as the ship was sailing.
    The captain at me roared, said that no room had he;
    When I jumped aboard, a cabin found for Paddy.
    Down among the pigs, played some hearty rigs,
    Danced some hearty jigs, the water round me bubblin’;
    When off Holyhead wished meself was dead,
    Or better for instead on the rocky road to Dublin,

    (Chorus)

    The boys of Liverpool, when we safely landed,
    Called meself a fool, I could no longer stand it.
    Blood began to boil, temper I was losing;
    Poor old Erin’s Isle they began abusing.
    “Hurrah me soul!” says I, shillelagh I let fly.
    Some Galway boys were nigh and saw I was a hobblin’,
    With a loud “hurray!” joined in the affray.
    We quickly cleared the way for the rocky road to Dublin,

    (Chorus)

  • Sherlock Holmes

    Ora bem,

    É um facto que é coisa rara blogar alguma coisa ultimamente; outro facto é que é coisa rara eu me dedicar aos prazeres da cinefilia ultimamente. Juntando a sede à vontade de beber, mato dois cajados com uma coelhada só e junto o inútil ao agradável.

    O parágrafo anterior é coisa parva, e não tem ponta por onde se lhe pegue. Este filme que vi ontem até que nem é coisa muito parva, e pode eventualmente suscitar imensa ponta, mas assenta sob o mesmo princípio: o da adaptação livre.  Gosto de uma boa adaptação livre que se esteja a cagar para os puristas, e esta até nem é má.


    exemplo suscitador de ponta, à direita

    É uma adaptação divertida quanto baste, tem acção, comédia (nem sempre de bom gosto), gajas boas e gajos bons, estilo (ritchie) e uma bela banda sonora. É entretenimento bem feito, que também é coisa rara nos dias que correm. Ainda não é o tal do great comeback do Ritchie (que também não foi com RocknRolla,) mas cheira bem, não cheira a Madonna. Ficamos à espera.

    Não, não tenho vontade nenhuma de ver o Avatar.

  • Só porque sim

    Santa T

    Andaram aí hoje a reclamar que eu não tenho blogado nada ultimamente. Para assinalar a quadra natalícia, aqui fica a informação inútil: cai neve no meu blog. Hohoho!

    E mais informo que as pizzas da Maritaca são as melhores de Lisboa e arredores. Sou capaz de matar por um bom catupiry.