Escolhemos Dubrovnik como o nosso destino de férias de Verão para 2023 meio que por acaso, e a partir de uma premissa simples: tínhamos já marcada uma viagem de dois dias à Eurodisney, e decidimos escolher um destino de praia com voos baratos e relativamente rápidos com partida de Paris. Porque não Dubrovnik?
Uma escolha acertada, mas vou tirar já do caminho a única parte negativa – o voo foi barato, sim senhor, mas é uma cidade bem no hype turístico, e consequentemente cara a todos os restantes níveis – alojamento, alimentação, etc. Nenhum absurdo, mas convém ir mentalizado que não dá propriamente para sobreviver muito no low-cost.
Estar no hype turístico não significou que tivemos que suportar multidões exageradas, pelo menos no período em que fomos (primeiras semanas de Julho); vi muitos comentários por aí de “sobre-população” e da necessidade de encarar filas para tudo, mas não foi, de todo, o caso: Lisboa está bem pior.
Nós não ficamos exatamente no centro – alojamo-nos em Lapad, uma pequena península a Oeste do centro histórico, diferente em geral da “cidade-mãe” por ser uma estância balnear mais recente/renovada e consequentemente com um aspeto mais moderno, mas deslumbrante com a sua enseada natural e o seu conjunto de pequenas praias (todas de pedra) para contemplar e refrescar do intenso calor do verão croata. Foi uma boa escolha, pela maior calma em relação ao centro, ficando a uns meros 15 minutos de lá, com um autocarro praticamente à porta do hotel, barato e com bom funcionamento e frequência.
O centro histórico por dentro das muralhas de pedra é realmente incrível, e nem é preciso grande planeamento ou indicação para explorá-lo – o ideal é vaguear pelas ruas e vielas e perdermo-nos e surpreender-nos por entre os diversos séculos de história que vão nos rodeando. Nem o constante bombardeamento com merchandising e ofertas relacionadas com o Game of Thrones (a série foi parcialmente filmada na cidade e contribuiu para o seu boom turístico) estragam a experiência.
Vale também a curta viagem de ferry à ilha de Lokrum onde, entre outras lendas e misticismos, o Rei Ricardo Coração de Leão se salvou de um naufrágio no regresso das cruzadas. Entre a beleza natural da ilha (incluindo um lago de água salgada – mas não tanto assim para o terem apelidado de “mar morto”), os inúmeros pavões que por lá vagueiam e as ruínas históricas do forte ou do lazareto, é realmente um dia ou uma tarde muito bem passada.
Comemos sempre muito bem – especial menção para um pequenito restaurante escondido numa das escadarias da cidade velha – Barba, o único lugar que repetimos, por unanimidade: tipo fast-food, mas em bom, e com uns anfitriões espetaculares.
Para rematar, o ponto alto da viagem foi um tour de barco (sim, nós somos obcecados com tours de barco) de meio-dia com partida do porto velho e exploração das grutas (Blue Cave, Green Cave, Three Caves – eles não são muito criativos a nomear grutas) das ilhas Elaphiti, incluindo também uma paragem na ilha de Lopud, para desfrutar da espetacular praia de Sunj, a única praia de areia da região, e vários mergulhos nas espetaculares águas do mar Adriático.
Sem sombra de dúvidas, uma viagem incrível e que merece ser recordada. Hvala, Dubrovnik.