Estive até à última da hora na dúvida entre ver a Alicia Keys no Pavilhão Atlântico, a Silvia Machete no Santiago Alquimista, ou as duas. Por muito que me agradasse a última opção e que a Machete me tenha despertado curiosidade nas inúmeras entrevistas que andou a dar em Portugal na última semana, o meu tempo anda escasso e os bilhetes para a Alicia já estavam mais ou menos alinhavados. Lá fomos nós para a Expo, um dia destes a gente se encontra, Silvia.
Tendo visto a Beyoncé exactamente no mesmo local há praticamente um ano atrás, é-me impossível não entrar em comparações entre as duas divas. E apesar da Beyoncé ser a grande estrela e ter também uma voz do caraças, a Alicia ganha quinjazero!
Ganha quinjazero não só por ser mais cantora, quanto por não precisar de todo o espalhafato da compatriota, as inúmeras mudas de roupa, fogos e voos e o diabo a sete, além do próprio repertório ser muito mais forte. Arrisco a dizer que não houveram momentos fracos. Não sei onde estes blacks americanos vão buscar estas vozes, toda a crew dela e a rapariga que fez a abertura (Melanie Fiona) cantam que é uma coisa parva.
Os pontos altos, na minha opinião, “Pray for Forgiveness” a derreter um gajo, “Un-thinkable”, “Another Way to Die” (mesmo sem o Jack White) e outra da qual já não me lembro o nome, mas com um teclado daqueles dos anos 80 que se tocam como se fossem guitarras com quase (quase!) tanta pinta como o José Cid.
O único ponto que não me agradou por aí além foram os constantes apelos a não desistirmos dos nossos sonhos, a podermos fazer tudo o que quisermos, etc… admira-me não ter aparecido a foto do Obama no ecrã.
Era bom que acertar no euromilhões fosse tão fácil quanto adivinhar que o concerto ia fechar com Empire State of Mind e que ela a determinada altura ia substituir “New York” por Lisbon. Aproveito a deixa para não contrariar a tendência de postar esta granda malha do Unas. Fica pra pensar.