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Habemus Presidente

Já há quase um ano que não falava aqui no Sporting, e a notícia que me leva a evocar aqui o nome do meu clube já vem com dois anos de atraso.

Independentemente do que o futuro reserve, estou muito feliz com o resultado destas eleições por um simples motivo: finalmente, em quase duas décadas de acompanhamento ativo da realidade sportinguista, vejo ser possível acontecer uma verdadeira mudança no clube. Anseio que chegue o dia em que possa dizer o mesmo da sociedade portuguesa. Extrapolados, os problemas são exatamente os mesmos.

Boa sorte, Bruno. Viva o Sporting.

 

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Leões e Leones

Há muito tempo que eu não falo aqui de futebol, apesar de andar contente e de me dar um gozo tremendo ver um dos meus ídolos vibrando como treinador do Sporting.

Também não é desta que vou me alongar muito, mas quero partilhar este documentário de um canal de televisão basco sobre o duelo entre os dois leões, que também é muito sobre Lisboa e sobre a forma como os bascos olham para nós (e um bocado do vice-versa).

P.S.: Troco um dedo mindinho do pé por viagem e bilhete para o jogo em San Mamés.


Duelo de leones-Sporting de portugal… por woodysons

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Liedson

Liedson, em conjunto com Polga (e Moutinho no ano passado), era dos últimos sobreviventes daquilo a que se pode chamar uma geração de falhados, a que perdeu tudo numa determinada semana de 2004/2005 que tinha tudo para ser mágica. A partir daí, zero. No entanto, ainda assim, seco de títulos, consegue escrever o seu nome na história do clube e no imaginário dos sportinguistas. É obra.

Refeito do choque, não consigo ver nenhum aspecto positivo em deixar ir embora por meia truta o jogador que mais suor deixou nos miseráveis relvados de Alvalade na última década. Vender o Liedson é estúpido, sob qualquer ponto de vista.

A idade ainda não lhe pesa. Ainda corre mais que os restantes, decide mais que os restantes, e mesmo em baixa de forma cria mais expectativas na bancada que os restantes. Isto é tanto verdade para o Sporting quanto para a selecção portuguesa, no que a pontas de lança diz respeito.

A propalada poupança de não sei quantos milhões nos ordenados só demonstra mais estupidez, para quem há tão pouco tempo fez um esforço financeiro para lhe dar o salário que merecia, contrariando um dos únicos actos acertados de uma gestão ao desbarato.

Tão cedo nenhum jogador há-de marcar mais de 150 golos pelo nosso clube. Nenhum avançado depois de Beto Acosta ou Mário Jardel chegou sequer perto dos calcanhares de Liedson. Os que eventualmente podiam ter chegado (assim de cabeça só Deivid e talvez Pinilla se tivesse juízo), deram à sola antes de conseguirem demonstrar que o conseguiriam, e assim há-de ser sempre.

Por mais que tenha feito birras, que tenha mandado alguém levar num certo sítio, que tenha feito o Sá Pinto passar-se da cabeça, dentro de campo, ninguém nos últimos anos respeitou o clube como ele fez.

É um ídolo, é “o” ídolo dos últimos anos, e um ídolo num clube amorfo, descaracterizado e desprovido de referências é um olho em terra de cegos. Mas é assim que acaba para os nossos.

Obrigado por tudo Liedson, finalmente vou comprar uma camisola 31.

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Big Mal

Esta semana faleceu Malcom Allison, treinador inglês que escreveu o seu nome na história do Sporting, apesar do pouco tempo que cá esteve. A figura acima ilustra dois dos elementos que constituíam a sua imagem de marca, o charuto e o álcool. Os outros eram o chapéu e as mulheres, e encontram-se facilmente em outras pesquisas.

Obviamente que eu ainda não andava por cá nos tempos de ouro do Big Mal em Portugal, mas já li e ouvi o suficiente sobre ele para lamentar a perda de uma figura rara destas. Em 81/82 o Sporting ganhou o campeonato com 66 golos marcados e 26 sofridos; Allison dizia a quem o quisesse ouvir que se estava nas tintas para os golos sofridos desde que se marcassem mais; é claro que isto também era possível pelo facto de ter Manuel Fernandes, Jordão e Oliveira na frente, mas segundo consta, o homem apesar de louco percebia imenso de futebol.

A isto acresceu a esta conquista a da Taça de Portugal e muitas estórias fascinantes da extravagância do seu treinador e da sua relação com a equipa e com o presidente João Rocha, que não ia muito à bola com o jeito de ser do inglês, mas dados os resultados lá comia e calava… até que na pré-temporada da época seguinte estalou o verniz e a cabeça e o chapéu do Mal rolaram (já ouvi pelo menos duas versões: um escândalo sexual no estágio e um desaparecimento do treinador com um retorno embriagado).

Os mais velhos recordam sobretudo a sua volta ao estádio antes do apito inicial, sempre com uma garrafinha de magos na mão, sempre quente. Entre as estórias que me ficaram na retina está uma contada pelo Manuel Fernandes há tempos, no jornal i:

“Dois dias depois de ganharmos a Taça, jogámos com o PSV Eindhoven em Paris. Na véspera, à noite, Allison concentrou os jogadores no hall do hotel e começou a falar das aventuras em Inglaterra. A conversa, animada como sempre, durou das 23 às duas da manhã. A essa hora, eu, como capitão, sugeri que fôssemos para a cama. Ele virou-se para mim: ”Fomos campeões, vencemos a Taça e vamos dormir? Nada disso. Vamos todos sair para Paris. E lá fomos, todos nós, aos bares e aos cabarés de Paris, àqueles mais conhecidos e tudo, como o Lido. Foi uma noite-manhã inesquecível.”

Como muitos, acabou a vida a combater o alcoolismo e com dificuldades financeiras. Com a vida de excessos que teve, ainda durou até aos 83 anos. Descanse em festa!

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Quem Quer Ser Fábio Paim

“Quem Quer Ser Fábio Paim” é o título de uma reportagem transmitida ontem pela Sporttv.

Quem não se lembra de jogar o antigo Championship Manager e ter lá o Fábio Paim com estatísticas mirabolantes aos 14 anos de idade? Desde cedo aliciado pelos maiores clubes do mundo, e com um contrato de fazer inveja a muitos jogadores da primeira liga, Paim deslumbrou-se e foi ficando pelo caminho.

É certo que o hype que se gerou e a actual situação em que se encontra podem dar a entender que tudo não passava de um bluff, mas quem o viu no seu “auge” (antes da febre dos vídeos do youtube poderem servir de prova), e todos os treinadores pelos quais passou são quase unânimes, nunca viram um talento assim à frente. Muitos destes treinadores tem uma vida dedicada ao futebol e não hesitam em dizer que o seu talento era bastante superior ao do Cristiano Ronaldo (tendo trabalhado com os dois, alguns deles). Chegou-se ao cúmulo de, aos quinze anos, a federação francesa querer oferecer-lhe casa, contrato e emprego para a família de modo a jogar futuramente pela selecção de França!

Eu e o meu pai vimos-lhe jogar algumas vezes, mas não muitas, mesmo na altura em que éramos mais assíduos no futebol de formação. Era muito estranho para quem via um diabo à solta no campo como aquele vê-lo tantas vezes no banco, ou mesmo fora dos convocados. Lembro-me particularmente bem de um derby contra o benfica em que, (mais uma vez) saído do banco, finta praticamente o meio-campo e a defesa adversária toda (com todo o tipo de fintas à mistura) e, à saída do guarda-redes, com um ligeiro toque faz-lhe um chapéu a bola embate na trave. Não sendo golo, conseguiu levar toda a multidão ao delírio. Conhecendo agora a história toda (que já circulava pelos corredores da academia), faz todo o sentido que estivesse frequentemente “de molho”: atrasos, faltas aos treinos, indisciplina, e posteriormente o pacote completo: carros, noitadas, mulheres…. queimou tudo e hoje em dia ganha 1000 euros no Torreense.

Com 22 anos apenas, não é impossível que venha ainda a renascer dos cinzas, mas será porventura altamente improvável. Seria o perfeito filme de Hollywood. Torço para que aconteça, e espero bem que não traia a confiança do pessoal do Torreense dado que, se não tivessem decidido apostar nele, estava neste momento no desemprego.

Fábio Paim é um exemplo de tudo aquilo que um jovem aspirante a jogador de futebol não deve fazer, e este documentário devia ser uma das lições primárias dadas aos jovens da Academia. É a prova viva que ter um talento extraordinário não é suficiente, no futebol como em tudo na vida.

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Challenge Cup

Acabei de chegar do Pavilhão de Almada (Complexo Municipal de Desportos bla bla bla), onde pela primeira vez uma equipa portuguesa se sagrou campeã de uma competição europeia de Andebol, no confronto directo com os polacos do MMTS Kwidzyn.

Quis o destino (e a falta de um pavilhão próprio) que esta final calhasse a ser no meu concelho, e eu não poderia deixar de marcar presença. Tirando a festa do título de 99/2000, nunca tinha visto nada assim em Almada. O pavilhão rebentava pelas costuras, desconfio que foi vendida uma boa quantidade de bilhetes acima da lotação, dada a quantidade de gente em pé e espalmada por todo o lado.

Foi a primeira vez que vi um jogo de Andebol ao vivo, e foi espectacular, não tem comparação com as tardes de sofá na RTP2: emotivo, físico, frenético, e com tremendas jogadas, de arregalar os olhos. Para repetir.

Fruto de uma primeira parte em que defendemos com grande agressividade e partimos sempre para ataques rápidos e concretizações fáceis, fomos para o intervalo a vencer por 16-9, o que aliado à vitória na Polónia na primeira mão nos deixava com uma mão na taça.

Na segunda parte, resolvemos complicar as coisas, com muita displicência na defesa e uma vontade grande por parte do adversário de limpar a imagem de desnorte dada na primeira parte. A isso junte-se dois livres de 7 metros falhados pelo nosso capitão Bosko, e duas bolas praticamente seguidas ao poste, tornaram os últimos dez minutos num verdadeiro martírio. Preciosíssimas as brilhantes defesas do grande Humberto, e as bombas de Petric a amenizar os estragos causados pelos golos adversários.

O Humberto levou-me mesmo às lágrimas com o pranto em que desabou no fim do jogo, e o Vladimir Petric é um verdadeiro TANQUE, que jogador, que máquina, que besta!

Com uma mini-pancadaria provocada pelos polacos já perto do fim e que levou à expulsão do Petric, o jogo lá terminou, com o marcador a indicar 26-25 e a multidão a ir ao delírio. Só quem lá esteve é que pode saber o que é aquele ambiente, aquele calor infernal, o público a carregar a equipa… isto sim, é Sporting. Inesquecível.

Abaixo o início de uma explosão muito maior, com o livre de 7 metros do Bruno Moreira praticamente a sentenciar a partida.

E quem procurar bem, encontra a mim e ao meu pai no vídeo abaixo.

Hajam alegrias este ano, esperemos que a próxima seja dada pelo futsal. Muito, muito bem mandado o cântico no fim a exigir que queremos um pavilhão.

Sem saber o motivo, acho um bocado mau aspecto a Maria Emília não estar lá e fazer-se representar por um vereador, mas quero que ela se…

ATÉ MORRER, SPORTING ALLEZ!

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Iorda9

É provavelmente a última vez que me desloco ao Estádio José Alvalade esta época, salvo me dê vontade de ir ver a fase final de juniores.

Muito bonita esta festa, apesar da pouca afluência. Ainda assim, para uma noite gelada de quarta-feira e com a fraca promoção que o jogo levou, nem foi nada mau: cerca de 16000 adeptos.

Não sei bem o meu estado de espírito ao constatar que estes jogadores tem muito mais futebol nas pernas que os actuais, fica pra pensar. Aliás, estes sim, são jogadores! Vi desmarcações brutais, passes teleguiados, enfim… já não se usa, em Alvalade.

A noite começou com um vídeo de homenagem, bonito mas no qual faltava a eterna subida ao Marquês daquele que é  o seu verdadeiro patrono. Ainda assim, serviu para levar Iorda às lágrimas (uma constante durante a noite).

A equipa do Sporting não entrou para brincadeiras: num meio campo onde coexistem Vidigal e Oceano é bastante difícil passar alguma coisa, e o capitão não brinca, deu ali com cada encosto que parecia que ainda estava em competição.

O André Cruz jogou os 90 minutos, e mostrou que quem sabe nunca esquece; livre indirecto dentro da área num atraso para o Baía (que frangou bastante), e o homem enfia a bola lá dentro mesmo com a equipa toda a tapar a baliza. Quase que aposto que o nosso actual plantel não convertia este lance.

A verdadeira surpresa (para mim) foi o guarda-redes Melo; do alto dos seus 60 anos andou pr’ali com uma agilidade do caraças, o jogo todo. Juro que fez defesas que o Patrício não fazia (não é difícil mas…). A decepção foi Barbosa, pastelão até não mais, mas isso não é propriamente uma surpresa, foi uma daquelas noites típicas.

Sá Pinto foi o motor da equipa e envergonhou muitos miúdos, e Beto Acosta também não perdeu a oportunidade de molhar a sopa. Para mim, uma das melhores sensações, poder voltar a gritar “Matador, Matador, Beto Acosta és o nosso matador!!!”, muito mais do que o tal do “Paciência campeão” ao qual a mesquinha imprensa (?) desportiva portuguesa resolveu dar destaque, apesar de nem fotos do jogo divulgarem.

O Dani tá gordo que nem um texugo e o Dominguez não cresceu, parece-me que a minha sobrinha de 8 anos já é mais alta que ele.

A explosão de alegria aconteceu perto do fim, quando depois de muitas tentativas da defesa adversária meter a bola a jeito para o Iorda marcar, o guarda-redes que tava armado em desmancha-prazeres lá consentiu o golo do Iorda; foi aos 87 minutos, mas o jogo acabou logo ali com as duas equipas a mandarem-se para cima dele.

Por último, não posso deixar de salientar a hipocrisia de José Eduardo Bettencourt e seus muchachos (muito assobiados, de resto) depois de terem levado 10 anos e um processo em cima para homenagear um jogador que jogou 10 anos no clube e até com uma doença em cima, mas o Iorda é muito maior que isso,e quando terminou a sua mensagem final voltou atrás e disse “só mais uma coisa, nunca deixem de apoiar o Sporting, porque o Sporting merece”. Já não se fazem destes..

Obrigado IORDA!

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Sporting 2 – Atlético 2

Andaram para aí uns rumores que eu não escrevi sobre este jogo por azia ou maleita parecida, mas não foi nada disso, simplesmente não houve tempo para tal: esta foi uma semana verdadeiramente infernal a nível de trabalho, e tenho testemunhas que podem confirmar que até ontem à noite as minhas órbitas estavam prestes a saltar pelos olhos afora, que a minha pele tinha assumido um tom assustadoramente pálido e que se eu soprasse no balão acusava alguns 4g de cafeína no sangue.

Aparte este choradinho, lá consegui estar em Alvalade na noite de quinta-feira. Foi um ambiente à antiga, estado de sítio em toda a zona do Campo Grande, petardos, tochas e muita, muita tensão no ar. Não me vou dar ao trabalho de pesquisar e colocar aqui todos os diversos vídeos e notícias que fizeram à volta do assunto porque isso já está mais que falado, fica este para os mais distraídos se contextualizarem.

Como muito bem disse um determinado leão, se em Madrid estávamos rodeados de cavalos, aqui tivemos rodeados de burros. É completamente inadmissível que apareçam “do nada” centenas de macacos de uma claque organizada e desatem à pedrada indiscriminadamente sobre quem passava. Cerca de 20 bravos da Juve chegaram para eles, e fica aqui o meu grande aplauso para esses senhores. Estes meninos da Frente Atletico tinham feito estragos com os super dragões, mas cá em baixo a coisa pia mais fino.

Quanto ao jogo em si, levei um dos maiores baldes de água fria da minha vida: entrei aos 5 minutos sem perceber que já perdíamos por 0-1, e festejei os nossos dois golos como se estivéssemos a ganhar! Só me abriram os olhos ao intervalo, e quase que me caíam os tomates ao chão. Penso que não tendo feito um jogo por aí além, o Sporting saiu de uma forma digna, de cabeça erguida. A grande diferença entre estas duas equipas deu pelo nome de Kun Aguero, este filho da mãe é mesmo jogador da bola. Esse factor combinado com uma dupla de centrais composta por Polga e Caneira… fica pra pensar.

Acaba assim com muita pena minha esta temporada europeia, em que acompanhei a equipa em todas as deslocações da fase final (eu sei que foram só dois jogos, mas não tou a dizer nenhuma mentira), e em que ficou a vontade de continuar esta demanda: numa das piores épocas de que tenho memória, assisti a alguns dos melhores momentos de união e de espírito sportinguista de sempre. Quando nos unimos somos inigualáveis. Fica pra pensar.

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Andanças, Desportadas

Invasão: Halla Madrid!

Bom, se a ida a Liverpool já me tinha deixado extasiado, nesta a Madrid fiquei completamente fora de mim!

Vamos por partes então. Pela primeira vez voei pela Iberia. O avião não tem muito que se lhe diga, a simpatia do pessoal é que, pela primeira vez, deixou muito a desejar. Sempre tive a impressão que a simpatia fosse requisito primordial para andar nestas lides aéreas, mas aí está a excepção à regra. A viagem em si não tem história, porque de Lisboa a Madrid é um tiro.

Chegados àquela enormidade que é o Aeroporto de Barajas, apanhamos o metro até Nuevos Ministerios, de onde mudamos de linha para sair em Tribunal. Ao longo desse percurso, fomos ouvindo várias palavras de incentivo, de adeptos do Real, como não podia deixar de ser. Como já tinha constatado em Inglaterra, sentimo-nos sempre mais apoiados no estrangeiro do que no nosso próprio país.

Seguimos a pé por esse centro comercial a céu aberto que é a Calle Fuencarral até Puertas del Sol, onde estava uma feira gastronómica em que aproveitamos para nos aviar com uma bela sandes de Presunto (Jamon!) Pata Negra de Salamanca e um copito de vinho, de oferta. Uma coisa que me impressionou foi a quantidade das chamadas profissionais do prazer, vulgo putas, que por lá andavam ao ataque, às portas das lojas, logo de manhã cedo, não tinha essa ideia da última vez que por lá andei.

Prosseguindo a jornada, assentamos arraiais na Plaza Mayor, que era o ponto de encontro dos sportinguistas para receber a escolta policial até ao estádio. Encontramos um supermercado refundido que vendia a cerveza a 60 cêntimos, enquanto os nossos compatriotas desembolsavam 2 euros para abrirem a pestana. O ambiente começava a animar aos poucos, com apenas algumas dezenas de leões e algum pessoal do directivo a ensaiar a festa que se seguiria.

Por volta das quatro horas a Plaza Mayor já era completamente nossa, e a chegada do autocarro da Torcida Verde deu o mote para nos juntarmos todos para a descida até ao estádio Vicente Calderón. E essa, meus amigos, foi qualquer coisa de indescritível! Dois quilómetros percorridos com cerca de duas milhares de almas (dizem que no estádio éramos cerca de cinco mil) a gritarem em uníssono e cheios de orgulho o seu amor ao clube. Os espanhóis assomavam às janelas completamente surpreendidos por tamanha invasão.

Já a chegar ao estádio, o único ponto negativo da história: a determinada altura, devido a uma picardia entre meia dúzia de pessoal e um carro com adeptos do atlético, a Guardia Civil decidiu varrer a rua toda à bastonada, agredindo indiscriminadamente quem passava. Eu levei uma cacetada em cheio na “nalga” direita, para abrir a pestana (agora já posso dizer que, entre outras coisas, já levei no rabo pelo Sporting…), comecei a fugir, caí, e para não me armar em parvo de tropeçar assim à toa levei mais uma na perna, de borla.

Belos animais esses senhores, mas enfim, lá chegamos e fizemos a festa dentro do miserável Calderón, um estádio do piorzinho que já vi, ao nível de um Paços de Ferreira, sem desprimor para os castores. Há muito tempo em que não passava os 90 minutos de pé à molhada, foi engraçado. Uma nota para o grande Sá Pinto, que mais uma vez marcou a sua presença no meio da multidão. À parte do que quer que se tenha passado, um coração de leão destes faz imensa falta lá dentro, mas isso fica pra pensar.

Quem quiser confirmar uma pequena reportagem deste dia (completamente toldada pela euforia),  é só clicar aqui. Até onde mais irei por este clube?

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