Pátria que me pariu

Scam City

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Em regra geral, apanham-se séries boas no National Geographic, em zapping. Esta Scam City (Burlar Turistas,na tradução do canal português) é mais uma delas.

O apresentador tem um daqueles trabalhos que eu adoraria ter: ser pago para viajar. No caso, é pago para viajar e ser roubado, procurando e explicando os esquemas de roubo e vigarice das cidades que visita.

Ao mesmo tempo que gostei de imediato da série, me senti meio envergonhado no segundo episódio que peguei: Rio de Janeiro. Em época de Carnaval.

Logo no primeiro dia, na praia, é roubado de todas as formas possíveis. É distraído na praia e roubado, é enganado por um taxista malandro que esconde nota de 5 em troca de nota de 50, de noite tem prostituta querendo oferecer caipirinha temperada com “boa noite cinderela”.. Nos dias seguintes continua, com incursão em macumba falsa e investigação de jogo do bicho.

O que meio me envergonha não é a realidade retratada, sabendo o que a propicia; é o orgulho com que os personagens vão gabando a malandragem (o taxista é o expoente máximo do falastrão).

No entanto, é esse mesmo jeito Carioca de ser dos personagens que faz o apresentador exclamar no fim que adorou a experiência, e que não hesitará em voltar. O mesmo encanto que faz o meu pai e muitos outros não cariocas dizerem que só querem morrer lá.

Fica pra pensar.

Notas:

Um apontador para o episódio em questão é disponibilizado neste site cultural.

A foto que ilustra o post foi tirada do site Travel and Escape.image

Lately, I’ve been catching some quality series on National Geographic. This Scam City (“Burlar Turistas” is the Portuguese translation) is one of them.

The host has one of those jobs I would die to be hired to: be payed to travel. In his case, he is payed to travel and get robbed, searching and explaining all kind of scams of theft and robbery in each city he visits.

The second episode I saw caused me mixed feelings: whilst confirming it was a very watchable (and useful) show, it also made me really ashamed about my origins. Yes, it was about my hometown, the wonderful city of Rio de Janeiro.

At the very first day, at the beach, he is robbed in each and every possible way. He is distracted by thieves and picpocketed at the beach, he is fouled by a smart ass cab driver who magically turns his 50 bills into 5 ones, he goes out at night and some prostitute try to drug him with “Good Night Cinderella” caipirinhas and it goes on and on, with excursions to fake “macumba” (black magic) rituals and illegal gambling investigations.

What makes me ashamed are not the facts shown, because I know the whole context behind them; it’s the pride the characters show, bragging every time their rascal skills (the cab driver is the ultimate loudmouth).

But at the same time, is that Carioca way of life that makes the host state, at the end of the episode, that absolutely loved the experience, and won’t hesitate to get back to Rio. The same magic spell that makes my own father and many other non-native Cariocas declare that don’t want to die elsewhere.

Be aware. You’ll say the same.

 

 

Nota: um apontador para o episódio em questão é disponibilizado neste site cultural.

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