Desportadas

Fundo do Fundo do Poço

Esperei que o dia de hoje terminasse para ver se acontecia alguma coisa.

Estava com esperança que não escapassem incólumes. Mas assim caminha a mediocridade no reino (?) do leão…

Quando se começam a aceitar coisas destas, é o descalabro. Definitivamente, estão a matar o Sporting. Quanto mais tempo levarmos a correr com aquela corja de lá, mais perto estaremos do abismo.

Por outro lado, leiam este excelente artigo do Telegraph, onde conseguem sintetizar muito bem a nossa triste realidade…

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Festival Internacional de Chocolate

Hoje estive rodeado de gajas em Óbidos, no Festival do Chocolate. A amada amada, a amada irmã, a amada sobrinha e a amada cunhadinha.

Gostei, mas só por ser em Óbidos, que vale sempre a pena. A decoração, a animação e as esculturas estavam engraçadas, mas nada por aí além, e o mar de gente e confusão não me cativaram. Muito menos a gravação do “Portugal no Coração” com o cromo do João Baião!

Além disso, eu fui lá para me encher de chocolate, mas eles são forretas, não dão nada. Como eu forreta sou, não lhes comprei nada (não vou contabilizar um magnum branco, é trivial). De qualquer das formas, dá a impressão que um gajo sai de lá cheio na mesma, só com o cheiro, é um fenómeno curioso.

O atelier de chocolateria da casa das crianças não posso avaliar, não me deixam entrar, apesar da minha visível juventude. No entanto, elas parecem gostar.

Só para implicar mais um bocado: o “internacional” é enganoso, é tudo tuga.

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Brumas da Memória

Trabalhei com Sacadura Cabral muitos anos em África, em estudos geográficos. Em 1913 encontravamo-nos na fronteira de Baroce. Éramos astrónomos ambulantes… Um dia ouvimos os pretos comentar as nossas actividades: “os brancos nunca se perdem porque à noite perguntam a Deus onde estão.” Rimo-nos da sua infantilidade, porque o que nós fazíamos à noite era observar as estrelas! E é tudo.
(Gago Coutinho)


Coutinho à esquerda, Cabral à direita

No dia 30 de Março de 1922, partiram de Lisboa Gago Coutinho e Sacadura Cabral, com destino àquela que viria a ser a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

O percurso envolveu passagens pelas ilhas Canárias, pelos arquipélagos de Cabo Verde e de Fernando de Noronha, e inúmeras dificuldades e reparações no hidroavião que pilotavam. Pelo caminho, inventaram os meios de “navegar pelo ar com a precisão que se navegava pelo mar”.

A 17 de Junho de 1922 foram recebidos como heróis (que eram) na Baía da Guanabara por uma multidão apoteótica, à boa maneira carioca.

O lugar de onde partiram, a antiga Aviação Naval, em Belém, foi recentemente demolido para dar lugar ao Altis Belém Hotel & Spa©, à boa maneira portuguesa.

Sinceramente, tenho ideia de que este facto é mais recordado no Brasil do que em Portugal, fruto do imenso valor que por lá se dá ao Santos Dumont (o “Pai da Aviação”), grande amigo dos dois ilustres “Portugas”.

Lembrem-se deles quando reclamarem das muitas horas de viagem até ao Rio, com o rabo refastelado no banco fofinho, a lerem a Veja e a ouvirem a rádio de bordo…

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Dia da Mulé

Ainda na senda de Millôr Fernandes, algumas deixas do mesmo sobre a Mulher:

  • Mulheres são criaturas que se ignoram com o máximo de atenção.
  • Por mais que a gente acredite numa mulher, ela sempre acaba fazendo algo inacreditável.
  • De que serve mentir a idade, se a tua cara já está tão cheia de biografia?
  • Amizade é aquilo que uma mulher sente por outra quando ambas detestam uma terceira.
  • A primeira coisa que uma mulher observa num homem é se ele a observa.
  • Uma mulher perdida não passa de uma mulher muito encontrada.
  • Um homem deve fazer sempre o que bem entende, já que a mulher só faz o que nem entende.
  • A mulher que se entrega sem casar… eis a arte pela arte.
  • Era uma dessas mulheres que só dizem o que pensam. Por isso, às vezes, ficava dias e dias sem dizer uma palavra.
  • A diferença entre uma compra masculina e uma compra feminina é que, em geral, o homem paga o dobro do que o artigo vale e a mulher consegue pagar metade do que o artigo não vale.
  • A mulher nunca acha que sacou de mais: ela acha sempre que o marido depositou de menos.
  • Hoje em dia chama-se de mulher fiel aquela que trai sempre o mesmo homem.
  • Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem.
  • Dizia uma – Que magnífico vestido esse teu, querida! Nunca me canso de admirá-lo! Cada ano que você o usa eu o acho mais bonito!
    Dizia a outra – Esse tecido que você está usando também é uma beleza! Porque você não o transforma em vestido?
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Millôr Fernandes


Demorei 22 anos da minha vida a tomar contacto com a deliciosa escrita de Millôr Fernandes. Sacrilégio!

Até me sinto envergonhado de escrever qualquer coisa sobre alguém que brinca (literalmente) com a língua portuguesa com tamanha mestria. Assim sendo, desta vez vou copiar feito:

“Encerrados na província, dramaticamente ocupados a polir a nossa albarda, somos literalmente atropelados por Millôr.
Pela inteligência do homem: uma ironia gentil, um pessimismo brando, a tristeza própria de quem ri para não chorar.
E então descobrimos que o português escrito é um pedaço de barro com possibilidades infinitas”.
por João Pereira Coutinho

Estou começando pelas Fábulas Fabulosas, espero devorar tudo o resto nos próximos tempos. Um cheirinho aqui.

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Saga da Amígdala, parte MMMMCMXCIX

Já fui ao otorrino.

Para começar, levei outra vez no rabo, porque a tal amigdalite ainda não está curada.

Além das amigdalites de repetição, tenho outro problema nas amígdalas; umas coisinhas brancas fedorentas que se vão formando na minha garganta, que eu supunha serem das amigdalites e a que vulgarmente chamamos pus, afinal é uma coisa mais chique, chamada Caseum (do latim Caseus, queijo!).


Nhame nhame, queijinho!

A própria estrutura das minhas amígdalas propicia o cultivo destas iguarias; basicamente, as merdas que eu como vão se acumulando nas criptas das amígdalas e vão apodrecendo.

Nos próximos tempos vou andar “lavando” a garganta com solução Betadine para gargarejo, continuar o resto dos tratamentos e ver como as coisas correm. O Dr. desta vez disse que se continua mesmo assim, vamos começar a pensar na cirurgia.

Wish me luck.

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Levei no cú

Levei mais uma vez no cú. Literalmente.

Hoje levei a primeira injecção de penicilina deste ano. No ano passado, tive 7 amigdalites; em todas elas, receitaram-me injecções de penicilina, sendo que em algumas dividiram a toma em duas doses (consoante o médico que tá de plantão).


Tão bonita que ela é no papel…

Esta quinta-feira tenho mais uma consulta com o otorrinolaringologista, que diz que preencho os requisitos para uma extracção, mas pretende imunizar-me antes de pensar na operação. Vamos ver. Desde que me conheço como gente que é assim.

Até lá, quem se candidata a realizar uma amigdalectomia caseira? O Gimbras diz que o assunto se resolve com um cutelo.

PS/Prevenir discussões:
Eu sei que cú não leva acento por ser um monossílabo tónico etc etc. Mas acho que a palavra fica mais forte, e o cú é meu, escrevo como quiser.

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