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Disney World – Orlando

Anda um meme a circular nas redes sociais, com diferentes versões, em que alguém lista três coisas baratas na Disney e no final são do género – caminhar, respirar e apreciar a vista. É bem verdade, e é questão de mentalizar: visitar a Disney World é um luxo, a entrada custo os olhos da cara, e qualquer coisinha a mais que tenhamos que pagar lá dentro é extremamente inflaccionado. Aceitando e tirando isso do caminho… é uma experiência incrível.

Começando pelo fim – vale a pena mesmo? Havendo possibilidade disso, vale, sempre, mas honestamente, a Eurodisney em Paris não fica propriamente atrás. A diferença principal é mesmo a envolvência, a percepção da imensidão que é a metrópole Disney e, para quem é do outro lado do Oceano, como nós, o ambiente americano, que é obviamente diferente.

Voltando ao começo – para recuperar da facada que foram os bilhetes de entrada, não ficamos num hotel da Disney, mas no Magic Moment Resorts & Kids Club, um pequeno hotel familiar em Kissimmee, que fica a 10 minutos de carro, e até tem shuttles gratuitos. Tirando o próprio carro, de que já falei no post anterior, foi a melhor coisa que tivemos a nível de relação preço-qualidade durante toda a viagem.

A viagem de Miami para Orlando dura cerca de 4 horas (dependendo da rota) e é bem tranquila. A minha vontade era parar em Crocodile Corner e finalmente ver um crocodilo a sério, mas ninguém alinhou, então fizemos uma paragem em Palm Beach para descansar, mas principalmente para ficarmos embasbacados e nos sentirmos pequenos com a dimensão das mansões e resorts que existem por lá. Fugimos rapidamente.

Chegados a Orlando, ou melhor, à Disney, porque nem sequer chegamos mesmo a ver o centro da cidade-mãe, optamos por visitar dois parques (existem quatro, e mais vários aquáticos), o Magic Kingdom e o Hollywood Studios. Apesar de serem relativamente equivalentes, em termos de atrações, aos de Paris, cada um deles tinha um atrativo que o tornava obrigatório – o espetáculo Happily Ever After, de luzes e fogos de artifício, no Magic Kingdom, e o Runaway Rail, nos Studios, que é a única atração do Mickey em todos os parques Disney! O espetáculo já esperávamos que fosse incrível, e cumpriu todas as expectativas, e o Runaway é muito, muito divertido e cheio de detalhes e surpresas.

Algumas dicas aleatórias:

  • O próprio estacionamento é pago e bem pago, portanto se tiverem oportunidade de usar um shuttle ou outro meio de transporte, façam-no
  • O Genie+ service (entre outras coisas, dá fast pass a atracções) só compensa “a sério” se entramos no parque cedo e formos estando sempre atento às marcações, porque só conseguimos marcar furar a fila de uma atração depois que tivermos saído de outro. Seguindo esse esquema, no máximo, dá para 4-5 atrações por dia.
  • Convém chegar mesmo cedo ao Happily Ever After, porque as ruas enchem muito, muito. O Castelo é grande e os fogos são altos, mas quanto mais perto estivermos, mais impactante o espetáculo é.
  • A fila para sair do Magic Kingdom pode ser pior do que para entrar; há duas formas de aceder ao parque – por um shuttle de comboio ou por um ferry. Nós entramos pelo ferry e saímos pelo shuttle, e acho que foi uma má opção, porque afunila muito mais do que o barco e demoramos mais de uma hora para regressar ao estacionamento.

Se vamos voltar? Provavelmente, até porque a mais pequena não vai lembrar de nada, mas com maior probabilidade ainda, vai demorar o seu tempo.

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Miami

Em pleno começo de Abril frio e chuvoso em Portugal, fomos à procura de praia, sol e águas quentes, e encontramos tudo isso e um pouco mais, em Miami.

O ano passado estive em Nova Iorque, e apesar de muito diferente de Miami, tive um gostinho de algumas das coisas que íamos encontrar (dessa vez em família e com mais calma) nesta viagem – a mais presente delas, aquele espanto e sensação de estarmos dentro de um filme, que é inevitável para quem anda nos Estados Unidos pela primeira vez – coisas simples: os carros enormes, os autocarros escolares e camiões, os polícias no drive-in comprando Donuts, o Walmart… teve todo esse turismo Hollywodesco, para todos, sem desilusão!

Outras coisas mundanas, mais particulares ou aleatórias que nos surpreenderam (por desconhecimento):

  • Ouvimos falar mais espanhol do que inglês; seja nas ruas ou nos serviços, a comunidade latino-americana é imensa, os próprios americanos acabam por ficar fluentes na língua dos nossos hermanos, e foi engraçado embrulhar o portunhol ao invés de recorrer à língua inglesa.
  • Alugar carro é muito mais barato do que em qualquer outro lugar em que o tenhamos feito, e o processo também foi bem peculiar, pelo menos na nossa locadora (Dollar) – chegados ao estacionamento, o rapaz da recepção só nos disse “vai naquela fila e pega o carro que quiseres, tem todos a chave dentro”, numa fila de uns 20 carros gigantescos. Pegamos o menor deles, um Toyota Sienna, e fomos felizes com ele. 7 lugares, híbrido, deu para ir e vir de Orlando sem necessidade de abastecer novamente. Win.
  • Ainda em comparação com Nova Iorque; apesar de também ser imensa, é muito, muito menos acelerada, mais descontraída, e transmite mais uma sensação de grande parte da população estar lá para relaxar e viver bem (muitos reformados, também) do que para o hustle.

Estivemos durante os primeiros dias em Coconut Grove, um bairro histórico, charmoso e muito agradável, quase meio familiar, em contraste com o centro. Tem o pequeno senão de não ser propriamente perto (a pé) de praias, mas como tínhamos carro, facilmente estávamos em qualquer lado, e uma praia que adoramos lá por perto foi a de Crandon Park. Pouco glamour, mas muito espaçosa, calma, excelente para um dia de praia em família, e para tomar contato com alguma natureza selvagem também – iguanas, pelicanos, por aí vai.

Deu ainda para conhecer a mais badalada Miami Beach e a sua icónica Ocean Drive, mais uma vez, com toda uma vibe de estarmos dentro de um filme ou uma série (inclusive estacionamos em frente ao estúdio Miami Ink). Uma praia com bastante mais gente, mas a extensão de areia é tão grande que é impossível sentir que é gente a mais.

Essa viagem envolveu ainda um “desvio” de dois dias a Orlando à Disney, mas depois eu faço um post só dedicado a isso! No regresso, pousamos por mais uns dias em Sunny Isles Beach, mais afastado mas aí sim a poucos passos da praia, para relaxar antes do regresso à vida normal.

No dia de regresso, duas paragens nos arredores do aeroporto que aconselho:

Uma paragem obrigatória em Little Havana, que como o nome indica é um verdadeiro pedacinho de Cuba; mais uma vez, só se habla espanhol; muito idoso jogando dominó, vendedores de água de coco e empanadas nas ruas, galinhas correndo soltas estradas afora, foi talvez o lugar mais pitoresco e engraçado por onde passamos nesta viagem.

Uma cedência aos impulsos consumistas no Dolphin Mall, um shopping outlet onde dá para aproveitar uns ótimos preços em marcas americanas que custam os olhos da cara no velho continente (Levi’s, GAP, etc), e onde deu também para engordar mais um pouco com uma das cadeias de gordices que estava na nossa lista – The Cheesecake Factory.

Não deu para tudo o que gostaríamos – faltou por exemplo, ir ver um jogo da NBA, ou ir ver os alligators nos Everglades (não consegui convencer ninguém…), mas pegamos um calor muito bom (sempre 25 graus para cima, com a água do mar quase na mesma temperatura), e foram sem dúvida umas férias incríveis.

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Madrid – Mundo Pixar

Janeiro é mês de aniversário da mais velha e, pela primeira vez ela resolveu pedir (ou sugerir) algo “não material” – uma viagem a Madrid para irmos ver a exposição Mundo Pixar.

Não foi propriamente um pedido trivial, mas foi um que acertou logo em cheio em vários pontos fracos que nos levaram a aceder com facilidade – todos adoramos viajar, todos adoramos os filmes da Pixar e… mal sabia ela que Madrid foi a primeira viagem que eu e a mãe fizemos juntos, em início de namoro. Touché.

En hora buena! De fato a exposição está muito bem conseguida, e cada cenário é um verdadeiro encanto. São 13 salas com cenários imersivos de vários sucessos dos estúdios Pixar (ex À Procura de Nemo, Ratatouille, Coco), em tamanho real, com muita atenção aos detalhes e até jogando com cheiros evocativos das situações dos filmes.

Apesar de ser fim de semana, hora de ponta e ser um grupo relativamente grande (ainda que com lotação por hora) fazendo a visita em conjunto, bastava esperar alguns minutinhos para nos sentirmos à vontade, visto estar organizado em circuito e não ser permitido voltar para trás. Vivendo no mundo “instagramável” em que vivemos, a coisa está muito pensada para os visitantes terem a oportunidade para registar em fotografia a experiência, e o próprio staff também está lá super disponível para ajudar nesse sentido.

De resto, foram poucos dias, mas deu para bater alguns pontos-chave clássicos: Portas do Sol, Plaza Mayor, Mercado de San Miguel (que está absolutamente impossível de circular e muito mais gourmetizado do que me lembrava, mas faz parte), e o Parque do Retiro, onde me aqueci do frio de rachar servindo de motor para os mais velhos no clássico barquinho a remos.

Faltou um joguinho do Real dos meus amigos Vini Malvadeza e Rodrygo, que até deram show no fim de semana em que lá estivemos, mas fica para uma próxima.

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Nova Iorque

Não foi propriamente uma viagem de turismo puro e dura: estive em trabalho de segunda a sexta em Nova Iorque na sede da Reachdesk para uma série de reuniões com os meus colegas americanos e a direção da empresa.

Ainda assim, para o tempo que tinha disponível, consegui explorar bastante – acho que foi a primeira vez na vida em que o jet-lag me bateu de verdade, o que significa que pouco dormi; em vez de lutar contra isso, me deu para aproveitar e explorar, ou de noite ou de manhã bem cedo.

Realmente é uma cidade incrível – para o meu estilo, até demais, ou seja, adorei visitar, mas não me imaginaria algum dia morando por lá. É tudo em grande escala- tudo é imenso, tudo é intenso, parece que estamos andando em outra velocidade e o nível de informação e de coisas acontecendo à nossa volta é assustador.

Ao mesmo tempo, traz também uma esquisita sensação de familiaridade; “aterrei” no centro através da Grand Central Station e assim que cheguei à rua e vi as sarjetas fumegando, parecia realmente que estava dentro de um dos inúmeros filmes que assisti com NY como pano de fundo.

Logo que cheguei, fiz meio que um speed tour, começando por subir ao Top of the Rock, no Rockefeller Center (alô ex-coleguinhas da NBC!); optei por esse em vez do Empire State Building, achei que era uma experiência semelhante e preferi desfrutar de ver o bichão onde subiu o King Kong de frente, e não por dentro. De seguida, metro até ao memorial do World Trade Center (nenhuma razão de queixa do metro, que tem má fama mas funciona bem e não me senti menos seguro do que em algumas capitais europeias), e por fim peguei o ferry até Staten Island, só para passar por perto da Estátua da Liberdade. O ferry não pára na ilhota da senhora, mas é gratuito e uma viagemzinha tranquila e rápida para quem tem pouco tempo. Vi, saí do ferry e entrei de novo de volta.

Nessa noite, fui logo também a Times Square, que é pertinho do hotel onde fiquei. É obrigatório, impressiona, mas foi claramente o lugar que menos gostei de visitar – uma tremenda multidão a todo e qualquer momento, que está ali claramente só para picar a visita na checklist e tirar as malditas selfies, um bando de personagens “famosas” (Homem-aranha, Mickey, Minions, you name it) tentando impingir fotografias, uma coisa meio sufocante e sem caráter, para o meu gosto. Gostei do rolê aleatório que vi na foto acima – o Pantera Negra e o Chapolin discutindo em espanhol, com o Bumblebee agastado pelo mau ambiente que eles geravam.

Não dá para escapar muito de comer algum tipo de fast food durante uma viagem destas. Fora as cadeias mais comuns, comi no icónico Joe’s Pizza a tradicional e supostamente verdadeira pizza nova iorquina – boa, mas simplicíssima, nada de salientar, mas o que vou destacar e que mais me conquistou foram os bagels da Ess-a-bagel, que são incríveis para qualquer uma das refeições do dia. Me faltou experimentar várias coisas, talvez a principal os pastrami, que vão ficar para se um dia lá voltar.

Mais “fora” assim do que conhecia de memória, gostei de visitar o Chelsea Market, uma ilhota artificial lá em frente do mercado chamada mesmo de “Little Island”, e a biblioteca, a New York Public Library, que bem a calhar e condizer com o bucket hat que levei para proteger a careca, tinha uma exposição dedicada aos 50 anos do hip-hop.

Adorei andar e andar, e uma das coisas que mais gostei é a facilidade de deslocação a pé – além de ser tudo relativamente plano, o fato das ruas e avenidas serem números, faz com que seja muito fácil e intuitivo ir para qualquer lado – se quero ir para a 5ª avenida e estou na 2ª, é só seguir a ordem. Chinatown, Little Italy, o Central Park pela matina, atravessar a ponte de Brooklyn a pé, para quem como eu gosta de explorar a pé, é realmente incrível.

Nesse embalo, aproveitando que o voo de regresso era noturno, andei 27km nessa sexta-feira. Suado que nem um cavalo e com os pés rogando clemência, consegui tomar um banho no aeroporto (Minute Suites no Terminal 4, disponíveis com Revolut Premium) e faleci por dois dias.

I’ll be back.

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Dubrovnik

Escolhemos Dubrovnik como o nosso destino de férias de Verão para 2023 meio que por acaso, e a partir de uma premissa simples: tínhamos já marcada uma viagem de dois dias à Eurodisney, e decidimos escolher um destino de praia com voos baratos e relativamente rápidos com partida de Paris. Porque não Dubrovnik?

Uma escolha acertada, mas vou tirar já do caminho a única parte negativa – o voo foi barato, sim senhor, mas é uma cidade bem no hype turístico, e consequentemente cara a todos os restantes níveis – alojamento, alimentação, etc. Nenhum absurdo, mas convém ir mentalizado que não dá propriamente para sobreviver muito no low-cost.

Estar no hype turístico não significou que tivemos que suportar multidões exageradas, pelo menos no período em que fomos (primeiras semanas de Julho); vi muitos comentários por aí de “sobre-população” e da necessidade de encarar filas para tudo, mas não foi, de todo, o caso: Lisboa está bem pior.

Nós não ficamos exatamente no centro – alojamo-nos em Lapad, uma pequena península a Oeste do centro histórico, diferente em geral da “cidade-mãe” por ser uma estância balnear mais recente/renovada e consequentemente com um aspeto mais moderno, mas deslumbrante com a sua enseada natural e o seu conjunto de pequenas praias (todas de pedra) para contemplar e refrescar do intenso calor do verão croata. Foi uma boa escolha, pela maior calma em relação ao centro, ficando a uns meros 15 minutos de lá, com um autocarro praticamente à porta do hotel, barato e com bom funcionamento e frequência.

O centro histórico por dentro das muralhas de pedra é realmente incrível, e nem é preciso grande planeamento ou indicação para explorá-lo – o ideal é vaguear pelas ruas e vielas e perdermo-nos e surpreender-nos por entre os diversos séculos de história que vão nos rodeando. Nem o constante bombardeamento com merchandising e ofertas relacionadas com o Game of Thrones (a série foi parcialmente filmada na cidade e contribuiu para o seu boom turístico) estragam a experiência.

Vale também a curta viagem de ferry à ilha de Lokrum onde, entre outras lendas e misticismos, o Rei Ricardo Coração de Leão se salvou de um naufrágio no regresso das cruzadas. Entre a beleza natural da ilha (incluindo um lago de água salgada – mas não tanto assim para o terem apelidado de “mar morto”), os inúmeros pavões que por lá vagueiam e as ruínas históricas do forte ou do lazareto, é realmente um dia ou uma tarde muito bem passada.

Comemos sempre muito bem – especial menção para um pequenito restaurante escondido numa das escadarias da cidade velha – Barba, o único lugar que repetimos, por unanimidade: tipo fast-food, mas em bom, e com uns anfitriões espetaculares.

Para rematar, o ponto alto da viagem foi um tour de barco (sim, nós somos obcecados com tours de barco) de meio-dia com partida do porto velho e exploração das grutas (Blue Cave, Green Cave, Three Caves – eles não são muito criativos a nomear grutas) das ilhas Elaphiti, incluindo também uma paragem na ilha de Lopud, para desfrutar da espetacular praia de Sunj, a única praia de areia da região, e vários mergulhos nas espetaculares águas do mar Adriático.

Sem sombra de dúvidas, uma viagem incrível e que merece ser recordada. Hvala, Dubrovnik.

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Lamego e Douro

Há muito tempo que queríamos explorar mais a região Norte do país em geral e a do Douro Vinhateiro em particular, e aproveitamos uns últimos dias com sabor a Verão em Setembro para começar a fazê-lo. Foram só três, mas tiveram um gosto muito especial.

Ficamos no Hotel Lamego Hotel & Life; o nome pode não ser dos mais criativos ou bem conseguidos, mas o hotel é espectacular. Bem localizado, confortável, no meio de uma quinta com uma vista incrível, com piscina aquecida e conservando ainda uma parte antiga da quinta que lhe dá um grande charme. Não chegamos a experimentar uma refeição no restaurante Comendador porque andamos a explorar em vez de ficar só no hotel, mas a julgar pelo pequeno-almoço (que bomba!) também deve ser muito bom. Tudo um verdadeiro luxo, por um preço interessante tendo em conta os outros hotéis mais “luxuosos” da região.

A cidade é uma verdadeira perdição no que à gastronomia diz respeito; come-se e bebe-se bem em qualquer esquina, portanto acho que nem vale a pena estar aqui a destacar um restaurante ou uma tasca. Para quem gosta de enchidos é um paraíso, e felizmente ou infelizmente nós os quatro gostamos, e muito.

Além dos enchidos, o outro ex-libris da cidade é o Santuário da Nossa Senhora dos remédios, e foi já no dia de regresso que por lá passamos. A Carol estava curiosa com este imponente monumento que vigia a cidade e disse-nos: “pai, vamos embora sem ver a nossa senhora dos xaropes?”

Confusões sinonímicas à parte, vale a pena a subida, seja de carro ou a pé pelos seus 686 degraus, a vista lá de cima é muito bonita e cada etapa da escadaria tem uma espécie de pátio com estátuas, mosaicos e fontes incríveis.

Passando para a foz do rio Douro em si, e para a zona do Pinhão…. já tinha dito que somos fãs de passeios de barco não já? Numa onda completamente diferente de outros que já fizemos, este é absolutamente deslumbrante.

Marcamos o passeio através do hotel, e foi feito com a companhia Deltatur, com embarque no cais do Pinhão. Nós até gostávamos de ter experimentado o tradicional barco Rabelo, mas em tempos de distanciamento optamos por um barco privado só para nós, e foi uma experiência única. A paisagem do rio pelo meio dos vales e das vinhas a perder de vista é qualquer coisa de mágico, e o nosso guia apesar de jovem era muito castiço e conhecedor da história das diferentes quintas.

O único inconveniente foi que estavam perto de 40 graus e tive pena de não ter ido equipado para dar uma mergulho, mas valeu o vinho do Porto fresquinho servido a bordo.

Para finalizar, passamos pelo Porto no regresso mas muito, muito de fugida, quase que só para não deixar passar em branco sem uma francesinha no clássico Capa Negra. We’ll be back.

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Algarve 2020 – Vale Judeu e Olhos de Água

Já foi em Agosto que estivemos no Algarve, mas só agora que o Verão começou verdadeiramente a dar sinais de querer ir embora é que me lembrei de escrever aqui qualquer coisa sobre as nossas férias.

Já há uns anos que íamos para fora nesta altura, mas por razões óbvias em 2020 ficamos por terras lusitanas. Não nos podemos queixar minimamente, sobre a vida em geral e sobre estas férias em particular, que não deixaram de ser espectaculares.

Estivemos uma semana na localidade de Vale Judeu, numa moradia isolada que alugamos através do AirBnB, e outra não muito longe, em Olhos de Água (não consigo escrever ou dizer este nome sem ouvir o Toy a cantar na minha cabeça…), nos apartamentos da Almondbloom, recomendados (e bem) por um amigo. Dois estilos contrastantes que deram uma variação bem interessante no roteiro.

Vou destacar aqui alguns pontos altos:

Albufeira Velha

Por um lado, foi desolador passear por esta zona em Agosto e ver tudo praticamente às moscas; por outro, foi um privilégio. É difícil abstrair dos motivos que levam a isto, mas nada a fazer senão desfrutar de uma zona de que nunca sequer tínhamos dado conta que existia em outras passagens que tivemos pelo Algarve.

Não é um Algarve imaculado nem livre de adaptações britânicas, mas mantém presente um lado pitoresco e com mais charme do que aquilo que estávamos acostumados a ver.

Passeios de Barco – Dreamwave

Já começa a parecer quase uma obrigatoriedade nas nossas férias de verão, mas a verdade é que adoramos mesmo passeios de barco e fizemos dois nesta viagem, ambos através da Dreamwave.

O primeiro era suposto ser mais relax, num veleiro de estilo pirata com passeio panorâmico e churrascada no almoço. Até acabou por ser, mas por azar marcamos para um dos poucos dias em que apanhamos um tempinho ligeiramente pior e um mar picado que fez com que estivéssemos umas boas horas só a levar porrada das ondas e sem ver nada de especial. Felizmente a churrascada lá aconteceu, numa bela praia quase isolada na zona do Carvoeiro, e acabou por ser um belo dia.

O segundo já foi num barco rápido e o objectivo era encontrar golfinhos, mas por mais boa vontade que o skipper tenha tido, andamos e andamos até onde nos foi possível e eles não quiseram nada com a gente. O ponto alto foram as visitas a diversas grutas, com destaque para a já cliché gruta de Benagil; modas à parte, nunca a tínhamos visitado e é realmente belíssima.

Olhos de Água

A pequena localidade de Olhos de Água tem um encanto especial, assim como a praia do mesmo nome. A praia é minúscula, impraticável para estas eras de distanciamento social e não é de todo das mais propícias para banhos, entre algas, pedras, baixios… mas não sei, gosto! Mais para apreciar e para os passeios noturnos, mas de qualquer das formas há imensas praias mais “praias” a 10 ou 15 minutos de carro.

Depois tem uma mistura de casas típicas e zona mais piscatória, com a praticidade de ter tudo à mão de semear sem ter que pegar no carro, vários lugares onde comer peixe bom e barato (um rodízio de peixe a 10€ em cada esquina!), tudo simples mas para mim um verdadeiro luxo.

Mercado de Loulé

Gosto bué de visitar mercados locais e o de Loulé vale bem a pena. O edifício é histórico e centenário (inaugurado em 1908), está muito bem conservado, e melhor ainda, está cheio de peixe bom, de produtos locais frescos e vende os típicos docinhos do algarve que nós adoramos a um preço bem mais baixo do que nas lojas habituais.

Fiquei tão concentrado em doces, mel e queijos, que acabei por não tirar nenhuma foto de jeito. Fica o Atum gigante acima para memória futura.

Zoomarine

Nunca tínhamos ido ao Zoomarine com as crianças e escusado dizer que eles adoraram, tanto que nos “obrigaram” a comprar o bilhete de segundo dia, que confesso que compensa; por mais 8 euros desfruta-se de mais um dia bem passado.

Sinceramente, não sou muito fã de ver golfinhos ou quaisquer outros animais aquáticos de porte em cativeiro, mas fora essa reserva pessoal (e meio incoerente, eu sei), acho que o parque aquático e as diversões estão muito bem conseguidas, e toda a organização e limpeza relativamente às medidas de prevenção do “bicho” também estavam impecáveis, nunca nos sentimos inseguros.

Dica: não sei bem porquê mas ao contrário do que seria de esperar a afluência é bem menor durante o fim de semana do que no resto da semana.

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Portugal dos Pequenitos

Uma das partes boas de viajar com filhos pequenos é que rapidamente eles esquecem das viagens e podemos repetir que será novidade na mesma.

Apesar do último feriado da implantação da república ter calhado no sábado, não deixamos de usar esse fim de semana tão especial para dar um passeio, e pouco mais de um ano depois voltamos a Miranda do Corvo e ao Parque Biológico da Serra da Lousã, do qual não vou repetir o relato, pois o anterior diz tudo sobre a experiência excelente que tivemos, mais uma vez.

A novidade foi que desta vez estava melhor tempo e aproveitamos para regressar por Coimbra e parar no Portugal dos Pequenitos, onde tanto eu quanto a Irina não íamos há muito, muito tempo, e do qual a única memória que eu tinha é que aquilo parecia-me ser enorme.

Lá está, éramos… pequenitos, e à escala tudo parece grande, hoje em dia surpreendeu-nos a facilidade com que em um par de horas (esticadas) vemos e revemos todo o espaço.

Ainda assim, não deixa de ser uma boa experiência e um espaço muito engraçado e com fama merecida, as crianças adoram deambular pelas diferentes casinhas, igrejas castelos feitos à medida deles. Algumas notas principais:

  • Sim, é Portugal dos Pequenitos, apesar de toda a gente dizer que é dos Pequeninos.
  • A parte da entrada, correspondente às antigas colónias, já não faz grande sentido, com uma imagem completamente imperial/colonialista, com uma estereotipagem brutal dos negros selvagens; no entanto, também não creio que faça sentido mudá-la, pois é tão só uma coisa datada, e o verdadeiro público-alvo, as crianças, não verá as coisas por essa lente.
  • O preço que cobram pelo comboio que dá uma mísera voltinha pelo quarteirão da entrada é um assalto, deveria estar incluído na entrada, que sendo aceitável, não é propriamente barata.

Em suma, não é nada de extraordinário, mas tem a sua mística própria e vale sempre a pena.

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Alqueva

No mês de Agosto costumamos tentar repartir as férias entre as “nossas” praias da Caparica (que finalmente tem estado em clima de verão) e alguns dias em sítios menos repletos de turistas.

Desta vez a escolha foi a zona em torno do Alqueva, o maior lago artificial da Europa Ocidental. Ficamos na freguesia de Monsaraz, no hotel Vila Planície, um excelente sítio para descansar, com um preço bem razoável para a época altíssima, piscinas separadas para adultos e crianças e pessoal extremamente simpático. Tem também uma parceria com um restaurante muito bom que fica mesmo ao lado, o Restaurante Sem-Fim, um antigo lagar convertido em restaurante, quase um museu pelo muito que conserva do seu aspecto original.

Em Monsaraz há várias coisas a destacar; a praia fluvial e o centro aquático, pequeninos mas muito bem cuidados e organizados, com uma infra-estrutura que é um verdadeiro exemplo do que deve ser uma praia a todos os níveis: limpeza, acessibilidade, apoios, espaços, tudo é agradável, a beleza natural é incrível, a temperatura da água é excelente e a própria praia em si é muito boa, ao contrário de outras praias fluviais não traz dificuldade nenhuma a nível do solo, lodos e afins.

Há também o Castelo, um verdadeiro miradouro privilegiado para a cidade, o Alqueva, o Guadiana e a fronteira com nuestros hermanos, ruas impecavelmente cuidadas e diversos sítios onde comer e beber à grande.

A cereja no topo do bolo foi o Observatório do Lago Alqueva, uma excelente surpresa. O observatório faz parte da reserva “Dark Sky” do Alqueva, certificado como um dos melhores locais do mundo para observação de estrelas; além de por si só o céu já providenciar um espectáculo inesquecível, ainda há este observatório com um telescópio gigantesco que nos permite ver planetas, luas e até uma galáxia vizinha com nitidez. Fiquei verdadeiramente embasbacado com a beleza e a limpidez do céu, não estava à espera de terminar uma viagem ao Alentejo com tamanha viagem pelo universo.

Infelizmente por mais que estivesse entusiasmada, a Carol só aguentou até às 23 e pouco, e só conseguimos ver através do telescópio Júpiter e Saturno, mas ainda assim valeu muito, muito a pena, e de certeza que havemos de lá voltar.

Visitamos ainda outra praia fluvial do mesmo estilo da de Monsaraz, inaugurada recentemente e muito bonita e agradável, na cidade vizinha de Mourão, fizemos a clássica jogada de ir abastecer o carro a Espanha (Villanueva del Fresno) e regressamos pela mítica Évora para abastecer-nos a nós próprios.

Definitivamente, sítios a revisitar.

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Barcelona

A última etapa desta nossa viagem de verão foi na Catalunha; com a (semi) volta que demos à ilha não fazia sentido voltar para Cagliari, tendo Alghero um aeroporto ali à mão de semear (a ilha tem três aeroportos, além dos já referidos, também se voa de e para Olbia). Estando Barcelona logo ali do outro lado do Mediterrâneo e mais na direcção de Portugal do que a Itália continental, decidimos juntar o útil ao agradável e conhecer mais uma emblemática cidade.

Não pernoitamos por lá, mas deu para aproveitar bem o dia, porque o nosso voo de Alghero para Barcelona foi logo pela manhãzinha, e o regresso para Lisboa só estava marcado para as 21 (e ainda viria a atrasar mais, como tem sido apanágio da TAP – Take Another Plane).

Desta vez deixamos as bagagens logo no aeroporto, que tem um serviço bastante prático para o efeito, apesar de algo caro: 10€ por cada item, independentemente do tamanho dos mesmos, com desconto de 25% acima de 4 itens. Acontece que tínhamos 2 assentos automóveis de 10€ que compramos no hipermercado para fintar as taxas absurdas do rent-a-car (cerca de 150€ por assentos do mesmo nível), e obviamente não íamos pagar o que eles valiam para guardá-los por algumas horas. Optamos por deixá-los debaixo de uns bancos de uma sala de espera, e quando regressamos à noite lá estavam eles, intactos à nossa espera. Fácil.

A impressão com que ficamos do aeroporto e dos sistemas de transporte de Barcelona é diametralmente oposta à de Roma: o sistema de Metro funciona extremamente bem, está completamente integrado no aeroporto em si (que é gigantesco), e é tudo muito bem sinalizado e com ar renovado. Começamos a visita na Plaça de Catalunya, descemos a famosa e interessantíssima La Rambla, onde comemos umas tapas que nos souberam pela vida (tendo saído de Alghero às 7 da matina, a fome era negra), e aqui descobrimos também o nosso local favorito do dia, de longe: o mercado La Boquería. A beleza das bancadas, a variedade e qualidade de comes e bebes por baixo custo, tudo ali me encantou, e via-me facilmente a ir lá todos os dias, se estivesse por perto.

Como nem tudo são rosas, tanto no Metro quanto no mercado vimos dois furtos de carteiristas, o que nos deixou meio apreensivos para o resto do dia; em cerca de 7 horas a passear na cidade, 2 furtos dá uma média… “interessante”.

Fizemos uma caminhada igualmente épica e inglória até ao Parque Guell, do qual só vimos o exterior, porque não tínhamos marcação e as entradas estavam completamente programadas e cheias, com a primeira a acontecer para dali a muito mais horas do que a as que estaríamos dispostos a esperar, com o calor que estava. Dali um MyTaxi até La Sagrada Familia, que está/estava em obras, mas que não deixa de ser uma obra impressionante.

Ficou faltando (entre outras coisas, obviamente) a zona do Porto Velho e de La Barceloneta e a sua praia, que ficarão para outras andanças.

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