Liedson, em conjunto com Polga (e Moutinho no ano passado), era dos últimos sobreviventes daquilo a que se pode chamar uma geração de falhados, a que perdeu tudo numa determinada semana de 2004/2005 que tinha tudo para ser mágica. A partir daí, zero. No entanto, ainda assim, seco de títulos, consegue escrever o seu nome na história do clube e no imaginário dos sportinguistas. É obra.
Refeito do choque, não consigo ver nenhum aspecto positivo em deixar ir embora por meia truta o jogador que mais suor deixou nos miseráveis relvados de Alvalade na última década. Vender o Liedson é estúpido, sob qualquer ponto de vista.
A idade ainda não lhe pesa. Ainda corre mais que os restantes, decide mais que os restantes, e mesmo em baixa de forma cria mais expectativas na bancada que os restantes. Isto é tanto verdade para o Sporting quanto para a selecção portuguesa, no que a pontas de lança diz respeito.
A propalada poupança de não sei quantos milhões nos ordenados só demonstra mais estupidez, para quem há tão pouco tempo fez um esforço financeiro para lhe dar o salário que merecia, contrariando um dos únicos actos acertados de uma gestão ao desbarato.
Tão cedo nenhum jogador há-de marcar mais de 150 golos pelo nosso clube. Nenhum avançado depois de Beto Acosta ou Mário Jardel chegou sequer perto dos calcanhares de Liedson. Os que eventualmente podiam ter chegado (assim de cabeça só Deivid e talvez Pinilla se tivesse juízo), deram à sola antes de conseguirem demonstrar que o conseguiriam, e assim há-de ser sempre.
Por mais que tenha feito birras, que tenha mandado alguém levar num certo sítio, que tenha feito o Sá Pinto passar-se da cabeça, dentro de campo, ninguém nos últimos anos respeitou o clube como ele fez.
É um ídolo, é “o” ídolo dos últimos anos, e um ídolo num clube amorfo, descaracterizado e desprovido de referências é um olho em terra de cegos. Mas é assim que acaba para os nossos.
Obrigado por tudo Liedson, finalmente vou comprar uma camisola 31.