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  • Let it snow

    Já não tem o mesmo impacto com este fundo branco, mas já chegou a hora do povo ficar maluco com o Natal e neste momento está um gelo apropriado onde me encontro, portanto a tradição ainda é o que era:

    Cai neve aqui no blog.

  • 3 Anos

    3 anos voaram desde que oficializamos no papel a união das nossas vidas.

    Sem ela já não era eu e ainda não éramos três, portanto venham mais três, e pelo menos mais trinta.

    E convenhamos: sem ela era muito, mas muito mais difícil aguentar este frio irlandês…

  • A minha escolha de Halloween

    Female Vampire

    A minha escolha cinematográfica de Halloween este ano não é cá Evil Dead, Pesadelo de Elm Street, Carrie, The Shining ou episódio especial dos Simpsons ou do American Horror Story. Female Vampire.

    Há coisas que arrepiam. Uma condessa vampiresca chamada Irina que habita um hotel na Ilha da Madeira? Como o Jess Franco poderia saber que estava fazendo um filme perfeito para mim, que só nasceria 13 anos depois?

    Obrigado ao excelente site My Two Thousand Movies pelo achado, e ao não menos notório Rare Cult Cinema pelo poster.

  • 9 meses

    O plano era comemorar os nove meses de vida aproveitando o Bank Holiday e dando a conhecer à Carol mais um país,no caso o que se encontra na ilha aqui ao lado. Não teve como.

    Infelizmente com o passar dos meses vem também a perda das defesas da mãe, as mudanças das estações e as doenças chatas. A Carolina chegou de Portugal a semana passada chocando uma constipação, que se materializou em tosse, febre, vómitos e três idas ao médico neste fim de semana prolongado.

    O primeiro médico nos assustou, diagnosticando Croup, uma infeção muito comum por estas bandas, mas da qual nunca tínhamos ouvido falar, e a reação ao desconhecido nestes casos é sempre complicada…

    O segundo só faltou chamar o primeiro de maluco, pois Croup era muito pior do que ela aparentava ter, mandando só hidratar e levar ao hospital se os vómitos persistissem. Só concordaram em dizer que ela tinha (e tem) mesmo a garganta vermelha e inflamada.

    Na manhã seguinte e visto que ela continuava sem manter nada no estômago, fomos ao hospital, onde lá conseguimos que ela ingerisse alguns líquidos e confirmaram que apesar dos sustos ela está dando conta do recado. O que vale é que ela é verdadeiramente um anjo, e que mesmo em baixo de forma consegue levantar a nossa moral. Não houve nenhuma das enfermeiras que estava de plantão que não tivesse vindo confirmar e conhecer a menina que estava por lá “throwing smiles“.

    Fora estes percalços, está espertíssima. Teve uma evolução tremenda neste último mês, está muito ativa e cheia de truques na manga. Bate e pede com frequência para batermos palmas, “atende” o telefone, balbucia muito mais sons que o mês passado, e quando quer alguma coisa já consegue gatinhar os seus 8.4kg e e 72.5 cm até lá.

    Agora é que vai começar a complicar!

  • West Ham x Manchester City

    West Ham Ygor

    Este sábado realizei mais um sonho: ver um jogo da Premier League ao vivo. No caso, West Ham x Manchester City.

    O Upton Park é um estádio histórico, como outros tantos pelo Reino Unido afora. Na verdade o seu nome oficial é Boleyn Ground, dado ter sido erguido nos terrenos do Boleyn Castle, que se julga que tenha pertencido à Ana Bolena, a mais controversa rainha de Inglaterra. Diz-se também que o terreno é amaldiçoado por uma das suas criadas, que por lá morreu durante trabalho de parto. Talvez seja por isso que, apesar de ser um dos poucos clubes que nunca esteve abaixo da segunda liga, o West Ham também nunca foi campeão da primeira…

    Quem quiser visitá-lo talvez não tenha muitas mais oportunidades para fazê-lo, porque a equipa vai se mudar para o Estádio Olímpico, e é provável que o atual venha a ser demolido.

    Foi um dia sem nenhum pingo de chuva, temperatura a beirar os 20 graus e até o sol a querer espreitar, o que para Londres é espetacular. Equipa embalada por uma vitória por 0-3 na casa do Tottenham, recepção a um dos candidatos, e estádio repleto. Melhor não podia ser, certo? Ora… não é bem assim.

    Contrariamente às minhas expetativas, que eram enormes, o ambiente no estádio não era nada daquilo que esperava para a fama da Premier League. Os adeptos da casa não eram daqueles que puxavam o jogo, mas sim dos que deixavam o jogo puxar por eles. Inicialmente a coisa prometeu muito, com a impressionante entrada da equipa em campo ao som da tradicional música “Forever Blowing Bubbles in the Sky“, mas fora isso só cantavam muito esporádica e brevemente “Common United“.

    Só houveram 15 minutos bons nas bancadas, aqueles que culminaram com um esboço de reacção dos Hammers e um belo golo do “nosso” Ricardo Vaz Tê. Mesmo nesses, os Citizens tiveram o jogo sempre controlado, sendo notório o abismo de qualidade entre as duas equipas, o que nunca poderia justificar a falta de entusiasmo e de apoio da torcida. Pior ainda, houve uma debandada geral quando o David Silva marcou, a 10 minutos do fim… um abandono como nunca antes tinha visto, mesmo nos momentos mais negros da história de Alvalade.

    A verdade é que as bancadas ilustravam bem a população Londrina, desenraizada e descaracterizada: do nosso lado esquerdo tínhamos alemães, à frente italianos, do lado direito pessoal de Leste, e por aí vai… britânicos contavam-se pelos dedos das mãos, e assim sendo é complicado sentir no meio dessa amálgama a identidade do típico adepto bretão, que nunca esmorece nem abandona a equipa.

    Fica para ver um jogo de outras localidades ou de equipas menores.

  • Orçamentos

    Ontem foram divulgados os orçamentos de Portugal e de Irlanda para o ano de 2014. Não tenho grande autoridade nem me agrada muito falar sobre economia ou política, mas consigo falar sobre aquilo que sinto quando olho para um e para outro.

    O orçamento da Irlanda, segundo o governo, é o último sob “assistência” da Troika. Não foi isento de medidas polémicas, mas de modo geral penso que não pode ser considerado um orçamento austero.

    As piores notícias não anulam as boas, e as primeiras foram divulgadas com inteligência política, paulatinamente e escutando a reação do povo previamente ao longo do último mês, sem cair muito na desonestidade ou no populismo.

    Entre as boas estão a manutenção do IVA a 9% para o turismo, que era suposto ser provisória mas é claramente benéfica, a introdução de cuidados de saúde gratuitos para todas as crianças menores de 5 anos, e a garantia de que os salários, os subsídios e as pensões permanecerão intocáveis.

    Entre as más, aumento do preço dos medicamentos sob receita e, cortes em alguns cartões de saúde e  no subsídio de desemprego para menores de 26, e a muito muito má para os Irlandeses: aumento do preço das bebidas alcoólicas, 10 cêntimos por pint, 50 cêntimos por garrafa de vinho!

    Não é perfeito e nada garante que as coisas não possam voltar a correr mal, mas há um rumo, há resultados, há optimismo fundado, há preocupação legítima com as próximas gerações.

    O orçamento de Portugal, por outro lado, é mais do mesmo. O governo não admite que é austero, mas a sua leitura só demonstra mais agressão, mais depressão, mais insistência em fórmulas que não funcionam, mais tiros no escuro e previsões em que ninguém acredita.

    Não sei se fico feliz por estar longe, ou triste por ainda mais longe me sentir, por estas e por outras…

  • Kilkenny

    kilkenny

    “There once was two cats of Kilkenny
    Each cat thought there was one cat too many
    So they fought and they fit
    And they scratched and they bit
    ‘Til instead of two cats there weren’t any.”

    O nosso primeiro passeio “grande” de carro aqui pela Irlanda teve como destino Kilkenny, uma vila medieval (eles dizem que é uma cidade, mas tem todo o clima de vila) que é a capital do distrito com o mesmo nome.

    Como é frequente na Irlanda, tivemos azar com o clima. Apanhamos um sol espetacular durante todo o verdíssimo caminho, e uma chuva torrencial quando nos decidimos a andar a pé pela vila. Assim sendo, não pudemos ver tudo o que queríamos nem desfrutar por completo do passeio, mas vou deixar aqui umas indicações na mesma, pois penso que vale a pena e que talvez lá voltemos em dias melhores.

    Segundo os leitores da revista Condé Nast Traveller, Kilkenny é a nona cidade mais amigável do mundo. Cheia de caráter e história, chegou a ser considerada uma espécie capital não oficial durante a idade média, com parlamento próprio e tudo. Hoje em dia, conjuga o charme arquitetónico que conserva com uma vida cultural e noturna ativa.

    A sua atração principal é o castelo, património nacional e um dos locais mais visitados do país, que começou a ser construído em 1172 pelo célebre normando conhecido como Strongbow. Outros locais de interesse são a St Canice’s Cathedral, a Black Abbey ou, mais afastadas e menos faladas mas não menos interessantes, as ruínas em Kells Priory.

    If you ever go to Kilkenny, remember the Hole in the Wall, You may there get blind drunk for a penny or tipsy for nothing at all.

  • Porque me calo

    Mais de uma pessoa já me perguntou porque é que não escrevo sobre a empresa onde estou no momento, visto ela ser fértil em assuntos interessantes, e muitas vezes polémicos. A resposta é simples: porque não posso. Estou contratualmente proibido.

  • 8 Meses

    Apenas quatro meses para o ano completo de vida da Carol, cada vez mais próximo. E que ano…

    Os dentes espreitam, mas não se decidem a sair. Nada que a impeça de roer fruta e bolacha com todas as forças. Primeira vez que vejo alguém trincar sem ter dentes.

    A sopa começa a ser menos passada, o que também lhe é indiferente. Nesse capítulo continuamos sem qualquer tipo de problemas.

    O cabelo, muito loirinho por agora, também começa a dar sinal, já dando até para acordar despenteada.

    Teve a primeira constipação a sério este mês, e superou-a como gente grande (derrubando o pai pelo caminho).

    Tenta gatinhar. A posição está bem treinada, o primeiro “passo” também, acho que só falta a vontade para continuar.

    Já vontade para reclamar quando algo não lhe agrada não lhe falta. Poucas coisas conseguem lhe manter entretida durante muito tempo. Sem ser a comer, verdadeiramente, talvez só duas: os parabéns do Canal Panda, e a Casa do Mickey Mouse, no Disney Junior. A Selva Sobre Rodas também é capaz de entrar no páreo.

    Meio segundo de gargalhadas apaga toda e qualquer reclamação…

    She is wonderful, beautiful. I love her.

  • A verdade sobre o Gaelic Football

    Há uns meses atrás escrevi sobre um jogo de Gaelic Football que vimos quando cá chegamos, e que me levou a tirar algumas conclusões precipitadas sobre o desporto. Como não gosto de injustiças, vou rectificar!

    O jogo que vimos foi da League, que afinal não lhes interessa para nada. O que realmente os move é o All-Ireland Championship, que decorre durante o “verão”. Hoje foi o segundo jogo da final, depois do primeiro ter sido dramaticamente empatado a segundos do final. E a esta final eles dão muita importância.

    Dublin foi à final contra Mayo e, ao contrário de quando lá estivemos, o Croke Park tinha todos os seus 82000 lugares ocupados. A procura é brutal; qualquer uma das cidades poderia encher o estádio por si própria, e havia bilhetes no mercado negro sendo despachados por milhares de euros.

    Na semana que antecede o jogo vemos bandeiras a esvoaçar nos carros e nas janelas a todo o momento, e a final é tópico quente de conversa entre todos os irlandeses.

    Assim vale a pena e, pela segunda vez em três anos, Dublin é (somos!) campeões! Common you boys in blue!