Já não me lembro há quantos anos não ia ver um filme em noite de estreia, e nada melhor que um do Tarantino para desenferrujar essa experiência.
Segue firme a máxima de que não há um filme dele de que não tenha gostado; diria que, no meu top pessoal, este fica mais ou menos a meio, tendo coisas que adorei e não tendo outras das quais senti falta.
Adorei a atenção aos mais ínfimos pormenores no sentido de retratar fielmente a Hollywood do final dos anos 60; cenários, músicas (a banda-sonora é gigantesca), anúncios, carros… tenho para mim que este deve ter sido um dos filmes que mais prazer lhe deu filmar, sendo um verdadeiro playground para extravasar a sua paixão pelo cinema.
Senti falta dos longos diálogos filosóficos, dos quais houve apenas um cheirinho maior na efémera personagem do Al Pacino (brilhante no seu curto tempo de antena), e de uma pequena criatura de 10 anos chamada Julia Butters que é simplesmente genial.
Adorei a química entre o Brad Pitt e o Di Caprio, e a forma como o primeiro, sendo o “secundário”, roubou (deliberadamente?) a cena.
Senti falta de um daqueles cameos do Tarantino “só porque sim” (há um nos créditos, mas só em voz).
Senti falta das catarses de violência absurdas, mas adorei, mesmo, muito, a derradeira que acontece perto do final, do qual adoraria escrever muito mais, mas que estragaria tudo para quem ainda não viu.
Venha o próximo, supostamente o último.