Demorei demais para ler um livro do José Luís Peixoto, e não precisaria ler mais para dizer que este Zé é dos melhores escritores da sua geração, da atualidade e de toda a língua portuguesa.
Cemitério de Pianos parte de uma história real, a de Francisco Lázaro, maratonista português que desfalece em Estocolmo depois de untar o corpo com sebo, e magica todo um intrincado e recursivo enredo familiar à sua volta, todo ele a saltar constantemente entre a leveza da vida e o peso da morte (ou a leveza da morte e o peso da vida). Confudem-se narradores, tempos e histórias, mostrando que no fim de contas, tudo se mistura ou se repete.
A originalidade da história é complementada com a originalidade do estilo da escrita do artista, que é arcaica sendo moderna, cheia de jogos de linguagem que tanto nos deixam desorientados quanto nos desarmam, culminando numa prosa comovente, de tão bela.
Fica pra ler mais.
Demoras-te mais tempo que o normal a ler o livro, porque agora estás bastante interessado na Gabriela…. looool
love you
Sou seguidora assídua do trabalho de JLP há algum tempo, e considero-o dos maiores nomes da literatura contemporânea, em Portugal. Para mim, talvez o maior, mesmo. Espero que tenha a oportunidade de ler mais do autor, pois garanto-lhe que cada vez se interessará mais. O meu preferido é “Uma casa na escuridão”. Se tiver a oportunidade de se cruzar com o autor, não deixe de o fazer pois é um encanto de pessoa.