Bom, eu ia começar por dizer que ontem à noite não tinha nada para fazer e fui ver um filme, mas não é verdade: ontem à noite estava desgastado e não me apetecia fazer nada; assim sendo, aproveitei e vi um dos milhentos filmes que estão aqui na lista de espera do meu clube de vídeo pessoal. Valeu a pena: este Taken é um filme de acção do caralho, sem grandes rodriguinhos nem pretensiosismo.
Não é propriamente um papel em que imaginasse o Liam Neeson, mas assenta-lhe que nem uma luva. O homem é Bryan Mills, antigo agente do governo (nunca se revela bem ao certo o que fazia, nem interessa muito), divorciado, que se aposentou para passar mais tempo perto da sua filha de 17 anos.
Os primeiros momentos do filme são passados na vivência do drama familiar, da angústia do pai que não acompanhou o crescimento da filha, o consequente afastamento entre os dois e tudo mais. Às tantas a sua filha decide viajar para Paris com a melhor amiga, e é aí que a porca torce o rabo: o apartamento onde elas estão é invadido por mafiosos albaneses que as raptam com o objectivo de fazerem tráfico sexual. O azar deles é que o cota estava com a filha ao telefone nesse preciso momento, e parte para França com o objectivo de encontrá-la e de eliminar todos os responsáveis.
E a partir daí é um festival de acção pura, é ver o homem partir a boca a toda a gente a todo o instante, à moda de Charles Bronson ou Steven Seagal (eu ia dizer do Bourne do Matt Damon, mas esse menino não lhe chega aos calcanhares), e sempre com muita, muita classe.
Logo de início ele apercebe-se que só tem cerca de 96 horas para encontrá-la, e utiliza de todos os meios para fazê-lo: é vê-lo a bater indiscriminadamente nos franceses e soviéticos que se atravessam pelo caminho, roubar carros, matar (nunca levando armas, tirando as dos que vai tombando), torturar e até maltratar famílias alheias. Há momentos à lá CSI que irritam-me sempre um bocado, mas tou-me a cagar.
Sem nunca pretender ser demasiado profundo, todo o submundo do tráfico sexual percorrido chega a dar que pensar no que se passa aí pelo mundo afora. O que vale é que há gajos como o Liam Neeson que se for preciso deitam um país abaixo com as próprias mãos. Ou não.
Sem desprimor para o realizador oficial Pierre Morel, o Luc Besson quando quer faz umas coisas bem jeitosas.