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Rafael Portugal – Eu Comigo Mesmo

Eu sou um consumidor ávido de stand-up comedy, mas ainda não tinha parado para pensar que nunca tinha visto nenhum espectáculo do género ao vivo. Posto isso, não podia perder a oportunidade de assistir à vinda do Rafael Portugal a Lisboa; um pouco pela “saturação” com os restantes, mas muito por mérito próprio e pelo estilo, o Rafael é neste momento o meu actor preferido do colectivo Porta dos Fundos (e do A Culpa é do Cabral).

Foi no Cinema São Jorge, sala bem apropriada para algo do género mas cuja produção teve um início meio atribulado, com algum tempo perdido até sair um som decente dos altifalantes. Nota-se que já deve ser coisa corriqueira para a experiência dele, que foi usando uma situação aparentemente tensa para fazer mais humor e prosseguir mesmo sem microfone e aos berros com a sala toda.

Ultrapassada essa questão, o espectáculo não desaponta e ele é ainda mais hilariante ao vivo e sem rede, havendo apenas três coisinhas a apontar:

  • Apesar do esforço para explicar e “traduzir” as estórias para Português de Portugal, me deu a sensação de que nem sempre era fácil compreender para quem não tivesse o contexto brasileiro (ou carioca) e houveram bastantes momentos em que os portugueses ficaram Lost in Translation.
  • Uma hora sabe a pouco, para o público, mas se pararmos para pensar bem no ritmo e a sofreguidão com que ele dispara, é compreensível que seja humanamente difícil manter o fôlego, portanto está perdoado.
  • Estava expectante para ver se incluía um segmento do estilo música com convidado do público (que não eu), mas não aconteceu, era bem mais interessante que as músicas “normais” que ele toca no fim.

Acredito que ele regresse novamente a Portugal, portanto fiquem atentos, que recomendo.

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