Salientando mais uma vez a interpretação e a goela da Izabella, principalmente a partir dos 2 minutos até ao final:
Estrondosa. Entranha na alma.
Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor…
Diferente da Ópera do Malandro: mais forte, mais pesado, a carga emocional que a música emprega é mais intensa, não fosse ele baseado numa tragédia grega (Medeia, de Eurípides).
Ainda estou pensando como é que a Izabella Bicalho, daquele tamaninho, consegue ter um vozeirão daqueles.
Não que restassem dúvidas: Chico Buarque é o maior génio musical que existe.
Quando o meu bem querer me vir
Estou certa que há de vir atrás
Há de me seguir por todos
Todos, todos, todos os umbrais
E quando o seu bem querer mentir
Que não vai haver adeus jamais
Há de responder com juras
Juras, juras, juras imorais
E quando o meu bem querer sentir
Que o amor é coisa tão fugaz
Há de me abraçar com a garra
A garra, a garra, a garra dos mortais
E quando o seu bem querer pedir
Pra você ficar um pouco mais
Há que me afagar com a calma
A calma, a calma, a calma dos casais
E quando o meu bem querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria assim dos animais
E quando o seu bem querer dormir
Tome conta que ele sonhe em paz
Como alguém que lhe apagasse a luz
Vedasse a porta e abrisse o gás
Tudo o que existir para ouvir, ler ou assistir e que esteja directa ou indirectamente relacionado com o Chico Buarque, eu devoro.
No dia 9 de Maio lá estarei no CCB; se tiver metade da qualidade da Ópera do Malandro, que teve cá em Lisboa há três anos, já sairei de lá cantando e rindo.
A música que dá o título (ou a música que o título deu):