Etiqueta: concertos

  • Olivia Rodrigo – Madcool Festival 2025

    A minha filha mais velha é muito fã da Olivia Rodrigo. Este ano ela veio até ao NOS Alive, e eu ia cometendo um vacilo gigantesco -ofereci-lhe bilhetes para esse dia e, por descuido, marquei as nossas férias para Menorca exatamente na mesma data!

    Felizmente consegui dar a volta, porque logo a seguir a Lisboa ela seguiu para Madrid, e nós fomos juntos, para compensar a ausência em “casa”.

    Ficámos no hotel Vértice Roomspace, que é literalmente na rua do festival, a uns 5-10 minutos da entrada. Mais cómodo para quem vai só para o festival é impossível. O hotel é básico, mas confortável e com um preço bem justo para o que oferece.

    Sobre o festival em si: não é um recinto muito grande, o que para mim é uma vantagem – é fácil situarmo-nos e saltitar de um lado para o outro. A zona da restauração é bem servida, variada e com preços menos absurdos do que tenho visto em Portugal.

    Sem ser a Olivia, vimos o Finneas, que deu um show simples mas muito bom, e parte dos Glass Animals, que transmitem uma energia incrível também. Dispensámos os 30 Seconds to Mars, porque não simpatizo muito – nem com a música nem com a figura do vocalista.

    Agora, sobre a figura principal: ela é, de facto, um poço de talento incrível, especialmente se tivermos em conta que tem só 22 anos. Ela canta (bem), grita (muito bem), toca tudo o que é instrumento, representa, e puxa muito, muito pela legião de fãs que tem – e não é à toa.

    O que mais me surpreendeu foi que não eram apenas adolescentes e jovens a cantar de cor e salteado – eram em grande parte as mães (pais também, mas menos) a gritarem em plenos pulmões junto com filhos e filhas, numa comunhão bem comovente. Excelente também o facto de toda a banda ser feminina, e igualmente talentosa.

    Pode-se não gostar, pode-se criticar a originalidade, mas o talento da miúda é inegável – é uma força e, até ver, um exemplo incrível para toda uma geração.

  • Que tal um samba

    Se tivesse que me apaixonar por um homem, seria por ele. Essa foi uma das muitas coisas que escrevi aqui ao longo dos anos sobre o grande mestre Chico, mas no meio de tantas obras que vi, ouvi e li, a verdade é que nunca tinha visto o homem ao vivo.

    E do alto dos seus 78 anos, ele é uma divindade. Está impecável, firme, lúcido, e só isso já seria de valor constatar.

    Não trazendo aqui um espectáculo exuberante, oferece um bom conjunto de músicas da sua imensa obra – tantas faltaram, e tantas sempre faltarão – cantadas e tocadas de forma crua, em cuja poesia é impossível deixar de me emocionar, tanto mais quanto me proporciona sentir comigo a companhia de quem já não está – meu pai – e de dar a conhecer na voz de outros um pouco de mim a quem estava a meu lado – minha filha.

    Vale também pela Monica Salmaso, que o acompanha e que dá voz solo a vários clássicos neste show, com uma voz incrível, de beleza e de alcance que dá a impressão mesmo sem microfone chegaria ao Campo Pequeno inteiro.

    Campo Pequeno esse que nunca é o melhor local a nível sonoro, mas que se transformou aquando da apoteose final com Tanto Mar, tanto mar. Cliché tremendo, mas impossível terminar sem: foi bonita a festa pá.