Leituras, Tecnologias

Kindle

Passada a primeira semana de uso intensivo, aqui vai a prometida review do bicho.

Começo por dizer que gosto mais dele do que esperava. O que me movia no desejo de ter uma coisa destas era mais a curiosidade e a vontade de tirar a teima se era capaz de ser seduzido por algo sem cheiro a livro, eu, informático, mas purista no que à leitura diz respeito.

É extremamente leve (240g), tem uma interface do mais simples e prático possível e quando dedicado à sua função principal, a de me entregar à leitura, faz-me esquecer que estou a dar uso a um dispositivo electrónico. Prender os meus olhos num ecrã destes não tem nada a ver com fazê-lo num computador ou num smartphone (nunca tentei num tablet, mas é a mesma coisa). Não cansa. A tecnologia E-Ink é de uma suavidade, rapidez e qualidade impressionantes, mesmo para fotos e imagens.

Além disso, torna a experiência de leitura interessante, mas mais uma vez de forma transparente e rápida; com um ou dois toques é possível consultar significados de palavras no dicionário, fazer “cortes” e anotações e sincronizá-las com a nossa conta automaticamente. Apesar de os seus ficheiros nativos terem um formato próprio, podemos enviar para o aparelho PDF’s que são convertidos sem espinhas, de forma não perfeita mas bastante satisfatória.

Ainda não paguei por nenhum dos livros que lá estão; na primeira utilização adquiri gratuitamente (adoro ver encomendas com o valor total de 0€) diversos clássicos: Frankenstein, Ilha do Tesouro, Count of Monte Cristo, The Man Who Would Be King, e por aí vai, sendo o meu primeiro grande teste à ferramenta o Dracula, de Bram Stoker, que acabarei de ler em breve.

Dei também uso exaustivo aos 15 dias de assinatura gratuita de diversos jornais e revistas (Globo, Time, Público, etc). Aproveito para dizer que o Público, o único jornal português com versão kindle, confirma aqui aquilo que eu já achava: é o jornal nacional que melhor aproveita e dinamiza a sua presença em meios não tradicionais. No entanto, tem um pequeno grande senão que me impede de optar por subscrevê-lo no kindle, e do qual pretendo lhes dar conta através do provedor ou outro meio qualquer: não disponibiliza nesta versão os suplementos (fugas, ipsilon, pública, etc), o que deita um bocado por terra a motivação de pagar por um conteúdo que é um bocado mais barato que o tradicional, mas que é extremamente penalizado em relação a este.

Com uma semana de uso diário, de manhã (autocarro) e à noite, a bateria mal deu sinal de si (baixou um “ponto”, dura 2 meses sem wifi, segundo consta). Todo o processo de compra e subscrição também é extremamente simples, podendo ser feito directamente no aparelho ou através do site, sendo tudo sincronizado eficaz e  automágicamente quando o wifi é ligado.

O que não gosto nele:

Comecei por não gostar do efeito de transição de uma página para outra, mas agora já nem sequer o noto, é uma habituação rápida.

A falta de conteúdos em português, mas creio que isso tem tendência a ser ultrapassável.

A loja quando acedida pelo kindle tem menos funcionalidades do que quando acedida pelo browser; por exemplo, não podemos (ou ainda não vi como possamos) em cada categoria escolher a opção de só ver livros gratuitos.

Também não gosto muito da filosofia da centralização do processo de compra/empréstimo na kindle store, apesar da praticidade que isso permite. É um mal menor e não é um mal do kindle em particular, tudo neste momento se encaminha neste sentido; num processo deste perco o meu anonimato, não posso comprar um livro e tomá-lo como efectivamente meu e fazer dele o que quiser como antigamente, mas é um preço que se paga (ver opinião do Richard Stallman sobre o assunto).

E assim, rendido estou a este e-book reader, e fico na expectativa do que a Amazon irá fazer quando se intrometer no mercado dos tablets, podendo ser a única a me fazer desejar uma coisa dessas. Fica pra pensar.

With a week of intensive use, here comes the review of my new toy.

I like him much more than I’ve ever thought. What led me to desire this thing was more the curiosity of seeing if I could be seduced by something without the distinct smell of paper, me, a computer guy who is a purist concerning reading and literature.

It’s extremely light (240g) and thin, and couldn’t have a simpler interface to deal with. When dedicated to its main function, makes me forget I’m using an electronic device. Attaching my little eyes to this thing has nothing to do with making the same thing with a computer or a smartphone (never tried a tablet, but it’s the same thing). They don’t get tired. The e-ink technology its quite impressive for its smoothness, speed and quality, even for photos and images.

Besides that, the reading experience tends to be more interesting, in a transparent and simple way; with a few touches, we can consult dictionary meanings, make clippings and annotations and synchronize them with our account automatically. Although its native files are in a propietary format, we can send PDF’s to the device and they are converted seamlessly, not in a perfect shape but in a very satisfactory one.

I haven’t paid for any of the contents I have in it yet; in my first use, I acquired free of charge lots of classics: Treasure Island, Frankenstein, Count of Monte Cristo, The Man Who Would Be King, and so on, Bram Stoker Dracula being my first big test. I’m also taking advantage of several 15 trial subscriptions of newspapers and magazines around the world (Times, Globo, Público and so on).

With a week of intense use, the battery barely gave signs of usage (they say it can last two months without wireless).

What I don’t like about it:

At first I didn’t like the transition effect, but now I don’t even notice it anymore, it’s very easy to adapt to.

The lack of contents in my mother language, but I thing that will get better with time.

The store has less functionalities when accessed with the device; for example, we cannot (or I don’t see how we can) only select the free books when in a category.

I’m also not an enthusiast of the philosophy inherent to its buying and using process, although it is very practical. In fact, that’s not Kindle’s problem, but a growing tendency in everything. In other words, just read Richard Stallman’s opinion about it, but I guess it’s the price to pay, and not really a big problem for me.

Conclusion: I’m totally delighted and convinced with this e-book reader, and eager to discover how Amazon will get into the tablets market; I think at this time they’re the only ones who can make me desire such a thing. Let’s see.

 

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Open Day

É amanhã, dia 7, que a Viatecla vai abrir as portas ao mundo para dar a conhecer os nossos produtos actuais, visão de negócio e perspectivas de futuro.

Apareçam, a qualquer altura durante as 9 e as 19h30.Tomorrow, 7th April, Viatecla is opening its doors to the world, in a opportunity to take a peek at our current products, business vision and some perspectives about the future.

Come on in, anytime between9h and 19h30.

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Balanço

Antes de mais, muito obrigado a quem respondeu e ajudou a divulgar o meu apelo anterior; o formulário vai estar disponível por pelo menos mais duas semanas, portanto, quem ainda não respondeu ou não divulgou, tenha a bondade.

A título de curiosidade e de balanço, até à data deste post, tivemos 311 respostas de:
– 29 países
– 4 continentes
– 119 cidades
– 8 programas de intercâmbio

A distribuição geográfica das mesmas é a seguinte:


Esta iniciativa teve mais adesão do que eu esperava e isso é extremamente positivo, pois sendo este um projecto embrionário, aquilo que mais necessitamos neste momento são dados concretos, para avaliar a viabilidade de meter as mãos na massa.

É prematuro desenvolver mais, mas tão cedo quanto possa revelarei os frutos que espero que isto venha a dar.
First of all, I would like to thank all the people that answered and published this initiative of mine; the questionnaire will be up for two more weeks, so whoever did not have the time or opportunity to answer it before, be my guest.

By the time of this post, we had 311 answers from:
– 29 countries
– 4 continents
– 119 cities
– 8 interchange programs

The geographical distribution of the answers is the following:


It had a lot more adhesion than expected and that’s extremely positive, since this is an embryotic project and the most important thing about it right now is to have data to play on.

It’s premature to tell more about this project for the moment, but as soon as possible I expect to get into details about its future.

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Vendendo a alma à Google

E pronto, agora também tenho um telemóvel bué inteligente. Com Andróide. Mongolóide. It’s the mothafuckin nigga double G, Vodafone 845.

Este é o quarto telemóvel da minha vida. O primeiro foi no 8º ou 9º ano, um Nokia 3210, que tive até dar o berro, quase a entrar na faculdade. Seguiu-se um Siemens M55 laranja que tinha um toque de SMS de um gato selvagem que fazia furor na FCT (nunca mais encontrei esse toque); foi roubado em Cacilhas, substituído por um igual (portanto aqui só conto um), e também funcionou até dar o berro. O último foi o Nokia n70, que tenho há quase 3 anos e me acompanhou até há dois dias atrás.

O N70 foi o único que não permaneceu até dar o berro: continua aí para as curvas, apenas quase completamente descascado e arranhado, mas além de sentir a necessidade de evolução, este novo bicho sai baratinho com os pontos do clube Viva.

Eu sou completamente google-based, vendo a minha alma a esses gajos. O meu webmail é o gmail, marco tudo o que é data no google calendar, leio as minhas merdas no google reader, mantenho os meus álbuns no picasa, and so on. Nesse aspecto, o Android é espectacular. Mal liguei o telemóvel e inseri os dados da minha conta, ficou tudo sincronizado bonitinho na agenda, nos contactos, etc. Dá-me um jeitão do caraças.

A interface é muito simples, e bonita q.b., mas o teclado de origem é uma merda. Instalei o Swiftkey, que além de melhorzinho tem um sistema de dicionário/aprendizagem engraçado apesar de, para mim, continuar não substituindo um teclado “com teclas”. Tenho para mim que toda a gente que fala muito bem disto está a mentir: um gajo adapta-se, mas nunca há-de ser melhor que sentir as teclas.

A market de apps é viciante, sendo praticamente tudo gratuito. Além de mamar logo as cenas inúteis todas das redes sociais onde estou, ainda não parei de instalar cenas. Umas úteis, outras nem tanto. Como o Shazam, que ouve uma música e descobre qual é. Yeah!

Em relação ao telemóvel em si, é uma agradável surpresa, dado o preço que paguei por ele. É pena não vir com nenhum cartão de memória, mas mais uma vez, pelo preço… De resto, o desempenho do telemóvel num todo parece-me bastante aceitável, com os seus breaks aqui e ali. Noto alguma lentidão na mudança de orientação vertical/horizontal, mas nada que chateie. A resolução do ecrã e da máquina também são fraquitas, mas esta parte já esperava.

Falta esperar que os tarifários de internet no telemóvel em Portugal tornem-se aceitáveis. Ou então fugir para outro país. Fica pra pensar.

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Rework

Este livro é uma lufada de ar fresco.

Eu nem sequer tinha conhecimento do background dos autores quando comecei a tomar contacto com as abordagens que defendem no livro, mas eles possuem bastante experiência e moral para falar; a empresa que dirigem, fundada por um dos autores, a 37signals, é um enorme caso de sucesso no mundo da tecnologia web.

Além de particularmente bem escrito (lê-se de uma assentada), as polémicas afirmações que vão fazendo são sempre suportadas com excelentes exemplos reais de sucesso.

Identifiquei-me especialmente com os seguintes pontos:

Enough with “entrepeneurs”

Que tesão é essa com o empreendedorismo? Na minha faculdade há o dia do empreendedorismo, eu tive a cadeira (obrigatória de mestrado!) economia e empreendedorismo (de cujo nome o próprio professor zombava), há o Madan Parque com toda a sua conversa de empreendedorismo, gabinete do empreendedorismo, as empresas tem necessidade de mostrar todo o seu potencial empreendedor… bla, bla. Quando há tanta necessidade de afirmação, é mau sinal.

Meetings are toxic

Esta afirmação tocou-me particularmente. Ao longo do último ano, estive envolvido em diversas reuniões relacionadas com o projecto em que a minha tese está englobada. Reuniões com o resto do pessoal envolvido, reuniões em outra empresa que será uma potencial cliente do que estamos a desenvolver… manhãs, tardes, dias inteiros perdidos em que a produtividade é quase nula, divagam-se horas e horas sem já se saber muito bem o que se anda a discutir. Meetings are toxic, claramente.

Workaholism  / Go to sleep / No time is no excuse

Outro ponto ao qual sou particularmente sensível. Grande parte do pessoal que anda aqui na faculdade adora vangloriar-se das directas que faz a estudar para exames, a terminar trabalhos; afirmam peremptoriamente que o nosso curso é quase impossível de se fazer sem directas. Eu só fiz uma directa ao longo dos 6 anos em que cá ando, em virtude de um trabalho final de uma cadeira em que ficamos apertados até à última. Foi no dia do meu aniversário, e o resultado final foi pouco mais que sofrível.

Depois há a história do tempo. Pessoal do segundo ano para cima (que só estuda), não tem tempo para nada. Pessoal que passou a trabalhar, não tem tempo para nada. Acontece, mas é mais conversa do que outra coisa, não é fácil, mas com vontade é possível conciliar tudo.

Hire great writers

É defendido que para qualquer posto que seja, escrever bem é um factor que pode fazer a diferença. Mais uma vez, não posso deixar de concordar. Em todo o lado e cada vez mais, as pessoas não sabem escrever, de todo. Escrever minimamente bem denota clareza de ideias, de pensamento e de raciocínio. E eventualmente talento para divulgar e dinamizar aquilo que se desenvolve (e como dizem também algures, tudo é marketing).

ASAP is poison

Aqui a ideia principal é simples: o tão cedo quando possível está sempre implícito, é o que toda a gente quer. Quando estamos sempre a dizer ASAP e a estabelecer prioridade máxima paras coisas, banalizam-se os pedidos de uma forma tal que, sendo tudo de alta prioridade, nada é. Tau.

Recomendo vivamente esta leitura, que não é direccionada apenas a quem tem ou vai começar um negócio (que até nem é o meu caso, para já), e nem só para o pessoal da área informática. Qualquer trabalhador ou estudante tem a ganhar em beber um pouco (sempre com moderação e espírito de crítica) destas filosofias.

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Currículo XML

Ora bem,

Visto que em breve devo concluir o meu percurso académico e pretendo dar um rumo à minha vida, decidi que é bom dedicar algum tempo a essa ferramenta fundamental que é o curriculum vitae.

O pessoal (em Portugal) até pode estar já habituado ao europass e o caraças, mas a verdade é que esse bicho é horrível e difícil de editar. Não morrendo eu de amores pelo MS Word, decidi fazer uma coisa à minha medida: um formatozinho XML para o currículo e um XSL para passá-lo para html ou pdf (e o que mais quiser).

O schema que fiz é este, o XSL este e o resultado final (sujeito a futuros apaneleiramentos) tá aqui, com a indispensável ajuda do meu sócio KRAV no que ao style da cena diz respeito: props pra bô, krav.

O conteúdo em si ainda não é definitivo e só vou lhe dar um trato final a partir de Julho, a ver se começo a me focar na tese que estamos a entrar na recta final, e a nota de conclusão de mestrado que está nesse currículo é mais a desejada do que a esperada, mas vamos lá ver.

Simples e eficaz, fácil de  sincronizar todas as versões que tenho e até dá bom aspecto para a minha área.

Vá, digam lá…  eu fiz isto só porque sim.

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